Mitsubishi Lancer segue vivo com receita do Fiat Grand Siena
O Mitsubishi Lancer é daqueles carros que deixaram saudades, principalmente quando foi comercializado no Brasil entre 2011 e 2020 em sua última versão que tinha desenho praticamente igual ao modelo esportivo Lancer Evolution. Mas se engana quem pensa que o sedan deixou de ser fabricado, pois ele ganhou uma sobrevida em países como China e Taiwan, onde é vendido até hoje.
Desde 2017, o chamado Mitsubishi Grand Lancer é produzido com base na mesma plataforma do Lancer que conhecemos, mas é praticamente uma nova geração voltada para alguns mercados asiáticos. Ao longo do tempo em que foi comercializado no Brasil, por quase uma década, praticamente não teve novidades visuais – a não ser a nova grade e para-choques com estilo mais genérico, se distanciando do estilo esportivo do Lancer Evolution.
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Quando foi lançado totalmente reestilizado há 8 anos no mercado asiático, ganhou maiores dimensões e sua ampla renovação visual, mesmo que tenha conservado sua base antiga. Com isso o modelo chegou aos 4,61 m de comprimento, ficando assim um pouco maior que o Lancer antigo, que tinha 4,57 m. A distância entre-eixos revela a mesma plataforma ao manter 2,63 m.
Bom exemplo é a identidade visual até pouco usada pela marca, caracterizada principalmente pela grade frontal em “X” – usada em Outlander e ASX, modelos hoje fora de linha. Os faróis trazem um visual mais genérico e que nos fazem lembrar do Toyota Camry, enquanto a grade frontal superior soma três filetes horizontais e acabamento cromado – que continua na borda da grade inferior no para-choque.
A lateral praticamente se manteve igual ao clássico Lancer, com exceção do novo desenho das rodas de liga leve. A traseira, por sua vez, mudou mais devido às lanternas com a parte recortada onde invade a tampa do porta-malas. Destaque ainda para os vincos em forma de “V” da região onde fica a placa que sobem diretamente do para-choque, que somam novos refletores.
Apesar de não ter sofrido grandes alterações na cabine, ela recebeu itens mais modernos como o painel de instrumentos com tela digital de 10,2 polegadas, bem como a central multimídia com display de 8 polegadas um pouco mais sobressalente. Recebeu ainda novos painéis de porta, acabamento macio ao toque no painel (com direito a acabamento com costura em vermelho) e nova alavanca de câmbio.
Debaixo do capô, o sedan traz para o mercado asiático o 1.8 aspirado de quatro cilindros de 140 cv de potência e 17,9 kgfm de torque, mais fraco que o 2.0 aspirado que o antigo Lancer vendido no Brasil tinha de 160 cv e 20,1 kgfm. A transmissão é sempre automática CVT.
Podemos dizer que o Mitsubishi Grand Lancer vendido do outro lado do mundo repetiu a receita do Fiat Grand Siena, isso tanto ao adicionar o nome “Grand” ao nome e por dar sequência a um modelo já antigo. A plataforma, porém, era diferente do Grand Siena para o Siena, com o modelo feito de 2013 a 2021 utilizando a base 326 (o Siena era a 178, do Palio de 1996).
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.