GWM e BYD fazem preços de elétricos e híbridos despencarem no Brasil

Lançamentos como GWM Haval H6, Ora 03 e BYD Dolphin obrigam concorrência a se mexer e colocam o País enfim no mapa da eletrificação
Diego Dias
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31.07.2023 às 08:00 • Atualizado em 14.08.2023
Lançamentos como GWM Haval H6, Ora 03 e BYD Dolphin obrigam concorrência a se mexer e colocam o País enfim no mapa da eletrificação

O mercado brasileiro de veículos eletrificados, sejam eles híbridos ou elétricos, cresceu 58% só no primeiro semestre de 2023, segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos. Duas marcas em especial chegaram com fome para conquistar consumidores abertos a esse tipo de veículo: GWM e BYD.

O ponto interessante é que os últimos modelos lançados pelas marcas chinesas, como a família GWM Haval H6 e o recém-lançado BYD Dolphin, pressionaram o preço de tabela de diversos modelos eletrificados de marcas concorrentes.

Assim, o mercado reagiu com preços de carros elétricos de híbridos que realmente despencaram nas últimas semanas.

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No primeiro trimestre deste ano, tivemos a estreia da GWM (Great Wall Motor) no Brasil com o SUV Haval H6, que desembarcou em duas carrocerias – Premium, SUV, e GT, SUV cupê. Desde sua estreia por aqui, suas vendas cresceram de forma surpreendente, sempre próximas à faixa de 1.000 unidades ao mês.

Podemos dizer que o Haval H6 incomodou bastante, já que os preços das versões HEV e PHEV são competitivos: R$ 214.990 e R$ 269.000, respectivamente. Como comparação um Jeep Compass 4Xe PHEV, na mesma época, cobrava salgados 347.300. Agora, já teve seu valor reduzido em R$ 52.310, para R$ 294.990.

Outro rival direto, o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Hybrid, já passou por duas reduções de preço. Primeiro, caiu de R$ 279.990 para R$ 269.990. Agora, recebeu um bônus de R$ 30.000 e está saindo por R$ 239.990.

Um golfinho incomoda muita gente

O que falar, então, do BYD Dolphin, lançado em terras tupiniquins por R$ 149.800 no final de junho? O preço, muito competitivo, surpreendeu todo o mercado, visto que o hatch elétrico é mais comprido que o compacto VW Polo, tem entre-eixos do médio Toyota Corolla e custa o mesmo que os subcompactos Renault Kwid E-Tech e Caoa Chery iCar.

O efeito do hatch elétrico sobre os rivais no mercado foi quase instantâneo. Logo na primeira semana, a JAC reduziu o preço do EJS-1, subcompacto elétrico que era comercializado até então por R$ 145.990, mas que teve seu preço baixado em R$ 10.090. Com isso a marca chinesa manteve ele como o elétrico mais barato do Brasil, por R$ 135.900.

O compacto urbano, 100% elétrico, Caoa Chery iCar, teve seu valor reduzido em 14,3%, sendo comercializado por R$ 119.990,00 ante R$ 139.990,00 do mês anterior. A Renault também baixou o preço do Kwid elétrico, que agora está disponível por R$ 139.990.

A GWM apresentou também na última semana o novo hatch Ora 03, modelo maior e até mais potente que o BYD Dolphin. A novidade apela pelo desenho retrô e moderninho ao mesmo tempo, que remete a modelos de marcas como Porsche, Mini e até Fiat. Com estreia para agosto, a novidade ainda não teve preço revelado, mas é previsto que ficará na faixa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.

Tais movimentações têm surtido efeito até mesmo em segmentos superiores de carros elétricos. Nas últimas semanas, a Peugeot anunciou uma redução temporária de R$ 40.000 na tabela do e-2008, de R$ 259.990 para R$ 209.990. Isso faz dele o SUV elétrico mais barato do Brasil, custando menos até do que o hatch compacto e-208 GT (R$ 235.990).

Apresentado em abril, o Hyundai Kona EV estava em pré-venda por R$ 289.990, mas também recebeu um desconto gritante: ficou R$ 70.000 mais em conta e agora é encontrado por R$ 219.990.

Venda de eletrificados cresce 58%

Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), foram emplacados de janeiro a junho no país nada menos do que 32.239 veículos leves híbridos ou elétricos no Brasil. O volume recorde mostra um crescimento de 58% sobre o primeiro semestre de 2022.

Chama a atenção, ainda, que o total emplacado apenas na primeira metade deste ano se aproxima de todo o volume de veículos eletrificados vendido em 2021 (34.990 unidades). Com esse resultado, a ABVE estima que o mercado brasileiro superará a previsão inicial de 70 mil emplacamentos até o final do ano.

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