Por que a Fiat Titano não vendeu tão bem quanto se esperava
Lançada no Brasil na segunda quinzena de março, a Fiat Titano chegou como a primeira picape média da marca no mercado nacional. No entanto, as primeiras unidades da caminhonete começaram a chegar nas lojas apenas algum tempo depois, mais especificamente no final de abril.
Mas algo estranho ocorreu no percurso: a Fiat Titano vendeu apenas 93 unidades no acumulado até abril segundo a Fenabrave, algo que chama a atenção. Quando pegamos apenas o mês de abril, por exemplo, a nova caminhonete da Fiat emplacou somente 43 carros. Mas como é de se notar, isso não é um volume de vendas condizente com a nova Titano, que chegou com preços competitivos.
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A questão é que a nova Fiat Titano está “encalhada”, mas não nas lojas da marca como é habitual com veículos que fracassam nas vendas, mas sim porque a picape está literalmente travada no porto.
Com isso, a culpa do modelo não estar chegando nas concessionárias é do Ibama, que está em greve desde o início do ano e vem afetando a distribuição de veículos de diversas fabricantes. Na verdade, o órgão não está em greve, mas sim funcionando em ritmo lento no que é popularmente chamado de “operação tartaruga”.
A questão é que o Ibama é o órgão responsável por emitir o certificado ambiental para veículos importados no Brasil, o que é o caso da Fiat Titano, que é produzida na fábrica da Nordex, no Uruguai. Ou seja, sem essa documentação, o veículo fica impedido de entrar no país e ser comercializado.
Segundo o site Auto Industria, a Fiat Titano foi um dos veículos mais afetados na greve do órgão, tanto que a picape média teve 1.600 pedidos nas concessionárias da marca, mas apenas 3% das unidades foram entregues (43 carros). Isso explica o péssimo desempenho comercial da caminhonete, que não é necessariamente culpa do produto. Hoje, a nova Titano é vendida nas versões Endurance (R$ 219.990), Volcano (R$ 239.990) e Ranch (R$ 259.990).
Com apenas 43 unidades emplacadas em abril, a Fiat Titano ocupa apenas a xx posição entre as picapes médias no mês. Mas caso as unidades retidas no porto tivessem sido emplacadas no país, a Titano aparecia já na 4ª posição com 1.643 unidades, ficando à frente da Mitsubishi L200 (1.257), Nissan Frontier (1.119), mas atrás de Ford Ranger (2.382), Chevrolet S10 (2.473) e Toyota Hilux (4.792).
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.