Exclusivo: VW Gol SUV será o primeiro híbrido flex nacional da marca
A Volkswagen já prometeu que investirá em três tipos de veículos híbridos no mercado brasileiro: MHEV (híbridos leves), HEV (híbridos convencionais) e PHEV (híbridos plug-in). O primeiro de todos deve ser o novo Tiguan Allspace eHybrid, que deve se tornar realidade ainda este ano e, inclusive, trazer um irmão cupê.
Enquanto os híbridos plenos devem acompanhar modelos de porte compacto e médio com motor 1.4 TSI, caberá aos compactos de entrada, com propulsor 1.0 TSI, a honra de contar com a tecnologia eTSI, híbrida leve flex dotada de sistema elétrico de 48 Volts como auxiliar ao motor turbinado de 1 litro da família EA211. Explicamos o sistema neste outro artigo.
Você também pode se interessar por:
· VW faz 70 anos no Brasil, mas o presente pode ser de grego
· VW confirma que fabricará carros híbridos no Brasil. Veja quais
· Carro flex 20 anos: ele moldou o Brasil e será pedra no sapato dos elétricos
A Mobiauto pode afirmar que a fabricante planeja estrear esta última tecnologia no projeto A0 SUV ou VW246, o futuro SUV de entrada da marca que está sendo desenvolvido para estreia no começo de 2025, conforme contamos em primeira mão em julho do ano passado.
O modelo, que internamente chegou a ser chamado de “Novo Gol” (embora este nome esteja praticamente descartado de uso), será produzido em Taubaté (SP) junto dos irmãos de plataforma Novo Polo e Polo Track.
Herdará, além da plataforma MQB A0, o entre-eixos de 2,56 metros e boa parte da estrutura do hatch. Está sendo desenvolvido em conjunto com a nova geração do Skoda Fabia, em parceria com a Índia.
E, segundo nossas fontes, tem tudo para trazer sob o capô o motor 1.0 eTSI eletrificado com a bateria de 48 Volts, um projeto que, por sinal, também vem sendo encabeçado pelo time de engenharia brasileira junto dos indianos, que podem se beneficiar da solução.
Como será o motor híbrido flex da VW
Na Europa, o motor 1.0 eTSI já é oferecido na oitava geração do Golf e rende 110 cv de potência com gasolina, bem perto dos 109 cv do nosso motor 1.0 TSI recalibrado para o novo Polo e as versões de entrada do Virtus 2023. Tal número deve ser mantido, assim como os 116 cv com gasolina, porém com torque ainda na casa de 20,4 kgfm dos modelos 200 TSI.
No Velho Continente, também há uma variante 1.5 eTSI, que não deve ser trazida para o nosso mercado – em seu lugar, teremos uma variante 1.4 TSI híbrida plena, conforme indicação do próprio CEO regional da Volkswagen, Ciro Possobom.
No caso do 1.0 eTSI, estamos falando de um conjunto do tipo híbrido leve, conforme evidenciado pela sigla MHEV. Ele aproveita o já conhecido propulsor 1.0 turbo três-cilindros 12V com injeção direta de combustível da família EA211, porém com deslocamento maior, ciclo Miller e turbo de geometria variável.
A principal diferença está no auxílio de um sistema elétrico de 48 Volts, similar ao do Kia Stonic, o atual carro híbrido mais barato do Brasil. Assim, o motor eTSI usa uma bateria pequena de 48V, formada por íons de lítio, para alimentar todos os comandos elétricos de 12V do veículo e o alternador por correia dentada, também com 48 Volts.
Com isso, dispensa a necessidade de usar a energia do motor a combustão em vários momentos, permitindo que o carro o desacople ou desative temporariamente um ou até dois cilindros em situações como desacelerações ou velocidades de cruzeiro. É o que garante, no caso do Golf, um consumo de combustível na ordem de até 25 km/l.
Projeção: Kleber Silva/@KDesignAG
Jornalista Automotivo