Exclusivo: Chevrolet Onix terá produção paralisada em abril e maio

Em meio ao crescimento da pandemia e à falta de peças, GM interromperá fabricação do hatch e do sedan Onix Plus por mais dois meses

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Por Leonardo Felix

18.03.2021 às 17:56

O Chevrolet Onix e o sedan Onix Plus estão com produção paralisada em Gravataí (RS) desde o início de março. O motivo é a falta de componentes, em especial semicondutores. A GM pretendia reabastecer os estoques e retomar a montagem da família de compactos mais vendida no Brasil na próxima segunda-feira (22).

Mas a pandemia do coronavírus se intensificou na região sul do Brasil, o suprimento de componentes não se normalizou e, segundo apurado em primeira mão pela Mobiauto, a fabricante tomou a decisão de interromper novamente as atividades nos meses de abril e maio, podendo estender a medida até o final de junho.

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Procurada por nossa reportagem, a empresa confirmou a informação. Veja o comunicado oficial na íntegra:

“A cadeia de suprimentos da indústria automotiva na América do Sul tem sido impactada pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida que o esperado. Isso está afetando de forma temporária nosso cronograma de produção na fábrica de Gravataí (RS). A produção nesta unidade será interrompida nos meses de abril e maio, podendo ter efeitos em junho, retornando ao volume de produção regular em julho.”

Em meio ao crescimento da pandemia e à falta de peças, GM interromperá fabricação do hatch e do sedan Onix Plus por mais dois meses

Na próxima segunda-feira (22), a fábrica retornará das férias coletivas concedidas no início do mês, conforme inicialmente planejado, para produzir um novo lote tanto do Onix quanto do Onix Plus, em turnos cheios. A montagem seguirá até o fim do mês e servirá para abastecer os estoques das concessionárias entre abril e junho.

O foco, novamente, deve ser nas versões de topo, Premier, mais rentáveis para a empresa. Depois, a produção será novamente interrompida pelo período já mencionado, com chances de voltar parcial ou totalmente em junho, ou de seguir paralisada por mais um mês.

Durante a interrupção, praticamente todos dos trabalhadores devem ser mantidos em lay off, conforme acordo firmado com o sindicato dos metalúrgicos local em fevereiro. O regime poderá durar até cinco meses, prorrogável por outros cinco. Durante esse tempo, os trabalhadores dispensados deverão receber uma “bolsa de qualificação”.

Além da disparada de casos e mortes por coronavírus no Brasil nas últimas semanas, que tem dificultado a retomada econômica e levado governos a adotarem medidas mais restritivas de isolamento social, a indústria automotiva vem sofrendo com a escassez de matérias-primas como aço, plástico, borracha, semicondutores e chips eletrônicos.

Conforme contamos nesta reportagem, as áreas de logística das montadoras estão tendo de se desdobrar para não paralisar para não parar a produção totalmente no país, adotando medidas como: interrupção momentânea da produção; redução dos turnos de trabalho; montagem incompleta de veículos, que ficam nos pátios esperando por componentes faltantes; uso de transportes aéreos como aviões e helicópteros para buscar peças.