Como VW dobrou o lucro vendendo 2,4 milhões de carros a menos em 2021

Grupo VW teve lucro de 20 bilhões em 2021, quase o dobro de 2019. Venda de veículos elétricos foi fundamental para o resultado
Camila Torres
Por
15.03.2022 às 14:27
Grupo VW teve lucro de 20 bilhões em 2021, quase o dobro de 2019. Venda de veículos elétricos foi fundamental para o resultado

A resposta para essa pergunta está nos carros elétricos. Graças a eles, o grupo Volkswagen conseguiu atravessar o segundo ano pandêmico no azul e ostentando uma margem de lucro generosa de 20 bilhões de euros, mesmo vendendo 2,4 milhões de veículos a menos, comparando com 2019. 

A Volkswagen juntamente com outras marcas do grupo vendeu 8,6 milhões de veículos no mundo ano passado. O resultado foi uma receita de 250,5 bilhões de euros, que representa um aumento de 12% no ganhos gerados pelas vendas em relação a 2019.  

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Além disso, quase dobrou a margem de lucro. Os elétricos foram fundamentais para o conglomerado obter este resultado em meio a queda nas vendas, já que são expressivamente mais caros que os modelos a combustão de categoria compatível. 

Mas vale considerar, embora não citado pelo grupo, os pesados aumentos de preço em todos os veículos durantes os últimos dois anos, e a maior atenção aos veículos de maior margem de lucro. 

Voltando para os eletrificados, foram 452.900 veículos à bateria entregues somente em 2021 pelo grupo que é líder na Europa. Lá abocanha uma fatia de 25% do mercado. Nos EUA, principal praça de veículos híbridos e elétricos, a Volkswagen garantiu uma posição na vice-liderança, representando 7,5% das vendas totais. 

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Na China, outro polo importantíssimo para este segmento, a participação foi quatro vezes maior que em 2020, totalizando 92.700 veículos eletrificados vendidos, segundo dados da VW. 

Grupo VW teve lucro de 20 bilhões em 2021, quase o dobro de 2019. Venda de veículos elétricos foi fundamental para o resultado

O brasileiro contribuiu com a aquisição de: 554 Porsche Cayenne (PHEV), 379 Porsche Taycan (BEV) e 252 Audi E-Tron (BEV).

O grupo alemão, assim como outras fabricantes de automóveis enfrentaram uma crise de escassez de semicondutores sem precedentes devido a pandemia, gerando quedas brutais nas vendas. No ano passado, foram vendidas 600 mil unidades a menos que em 2020. Mas nada se compara ao declínio de 2,4 milhões em relação a 2019.

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No entanto, Arno Antlitz, CFO do Grupo Volkswagen agrega os resultados a mais alguns fatores e as estratégias traçadas pelo grupo no último ano: 

“Em 2021, aumentamos nossa robustez geral, alcançando melhores margens, reduzindo custos indiretos, reduzindo nosso ponto de equilíbrio e mantendo a disciplina de capex. Nossas recompensas foram resultados sólidos e fluxos de caixa. Ao mesmo tempo, não fizemos concessões quando se trata de investimentos futuros e avançamos para nos tornarmos um provedor de mobilidade sustentável e orientado por software”, afirmou o CFO. 

Segundo dados do grupo, o fluxo de caixa líquido aumentou 35% para 8,6 bilhões de euros em comparação com o ano anterior. A liquidez liquida sólida passou para 26,7 bilhões de euros, o que significa um aumento de mais de 5 bilhões de euros comparado a 2019. 

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Prospecções para 2022

A expectativa do grupo Volkswagen é um aumento entre 8% e 13% na receita de vendas, o que corresponde a valores entre 270 bilhões de euros e 282 bilhões de euros. 

Porém, o grupo alerta que o desenrolar da guerra na Ucrânia será decisiva para os resultados e considera que o conflito no país pode trazer impactos até mais negativos que o da pandemia a depender do período que irá perdurar. 

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