Citroën C4 Cactus: o que será dele após a chegada do C3 Aircross?

SUV foi atualizado recentemente, mas caiu muito nas vendas no ano de 2023 e está ameaçado pelo mais novo

05.12.2023 às 15:55

O Citroën C3 Aicross acaba de chegar e pode ser responsável por uma baixa na gama da marca francesa. O SUV, que chega primeiro nas versões de cinco lugares e preços a partir de R$ 109.990, pode afetar a disponibilidade do C4 Cactus.

Há alguns fatores que indicam essa possibilidade, passando pela parte técnica dos veículos, além da comercial. Logo de cara, há uma diferença entre as plataformas. O C4 Cactus ainda é montado na plataforma PF1, que teve origem no final dos anos 1990.

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Já o C3 Aircross é montado sobre a moderna plataforma CMP. A mesma que já equipa o C3 hatch, além do Peugeot 208 e futuramente o novo 2008. Lembrando que os Peugeot são importados da Argentina.

Além de mais moderna, essa plataforma, que está pronta para a eletrificação, foi fruto de um investimento total de R$ 1 bilhão na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro. Fica evidente que, para além das questões técnicas, a Citroën precisará recuperar esse investimento, priorizando a produção dos modelos feitos nessa plataforma.

Queda nas vendas

Outro fator que pode levar a Citroën a abandonar o C4 Cactus é comercial. No ano passado, considerando o período entre janeiro e novembro, o SUV compacto da Citroën foi emplacado em 17.692 oportunidades, o que garantiu a vigésima sexta posição no ranking de mais vendidos.

Neste ano, no mesmo período, foram 3.414 unidades comercializadas. Portanto, uma queda de mais de 80% nas vendas. Lembrando que o C4 Cactus passou por uma atualização esse ano, apesar do visual permanecer o mesmo, houve acréscimo de equipamentos e novos preços, ainda assim, as vendas não decolaram.

A Stellantis, de maneira geral, está focada em produzir carros globais. O C4 Cactus já saiu de linha na Europa, logo, este também deve ser o destino do modelo no Brasil.

Motores descontinuados

Segundo apuração da Mobiauto, a Stellantis não fará qualquer atualização para adequar o clássico propulsor 1.6 turbo flex de até 173 cv de potência às normas do Proconve L8, que entram em vigor em nosso mercado em janeiro de 2025. Com isso, o veterano THP gozará de merecida aposentadoria após quase 20 anos de bons serviços prestados.

Atualmente, o motor THP é utilizado pelo Peugeot 3008, que já ganhou nova geração na Europa e deverá seguir como importado no Brasil, além do próprio Cactus, sendo o único nacional com esse propulsor.

O 1.6 EC5, ou seja, o aspirado, também não receberá atualizações para atender às novas normas de exigência. É bem verdade que o C3 Aicross terá esse motor, mas exclusivamente para exportação aos mercados da América do Sul.

Portanto, sem atualizações, é provável que o C4 Cactus deixe o mercado nacional em janeiro de 2025.