Citroën C3 Aircross x Chevrolet Spin: qual sete lugares é melhor?

Comparamos as versões de topo, Shine e Premier, respectivamente, dos modelos para dizer qual é melhor
Renan Bandeira
Por
01.04.2024 às 19:04
Comparamos as versões de topo, Shine e Premier, respectivamente, dos modelos para dizer qual é melhor

A Chevrolet Spin tem um novo desafio no mercado. Não bastasse a chuva de SUVs que vieram para roubar as vendas da minivan, a Citroën lançou um modelo do segmento com sete lugares e preço mais competitivo. 

Tanto que a Chevrolet precisou renovar a Spin, o que faz muito bem para a minivan. Falamos isso não só com base no visual, que mudou para melhor, claro, mas também pela nova lista de equipamentos, bem mais recheada nas versões mais completas.

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Fato é que agora temos dois produtos prontos para competir entre os modelos de sete lugares, e quem leva a melhor é o cliente que busca por um modelo desse tipo. Mobiauto foi ao lançamento da nova Spin e comparou o produto com um C3 Aircross, e conta agora onde cada um deles leva a melhor.

Vale lembrar que colocamos para teste as duas versões mais caras de cada um dos produtos. Com isso, temos Citroën C3 Aircross Shine T200 7 versus Chevrolet Spin Premier 1.8 AT. Veja qual das opções é a melhor para você:

Visual e acabamento

Avaliar visual é subjetivo. Afinal, gosto não se discute. No entanto, temos dois carros com linhas de design bem atualizadas. O Citroën C3 Aircross é um carro completamente novo, embora tenha nascido da costela do C3 hatch, enquanto a Chevrolet Spin mantém plataforma e o motor desde seu lançamento em 2012, ficando apenas com um facelift profundo.

Parte interna é que a Spin leva vantagem. O seu rival mantém o padrão de acabamento do C3 hatch, que, embora tenha peças de cores distintas e texturas em peças plásticas, fica devendo um material mais sofisticado por se tratar de uma versão de topo.

Enquanto a Spin tem faixas de couro nas portas para apoiar braço e combina três cores diferentes no painel, sendo elas preto, preto brilhante e cinza. As telas de 8 polegadas para cluster e 11 polegadas para multimídia são envolvidas em uma peça em black piano. O Aircross tem telas de 7 polegadas e 10 polegadas, respectivamente, e ficam separadas.

Tudo isso ajuda a melhorar o visual interno da Spin. Fora que os bancos têm couro sintético de melhor qualidade e uma espuma mais espessa. Enquanto o C3 também tem bancos mais simples.

Espaço interno e porta-malas

O C3 Aircross é mais espaçoso. O Chevrolet Spin é praticamente 10 cm maior, mas o Citroën tem mais entre-eixos. Fora isso, a marca americana segue sem aproveitar totalmente o espaço interno da Spin por causa do enorme painel frontal. Só aí, já são dois pontos de vantagem para o SUV da fabricante francesa, que tem a peça curta e bem recuada.

Com os bancos da frente posicionados para uma pessoa de 1,87 metro, coube um outro adulto de mesmo porte na fileira de trás. Na terceira fileira de assentos até tem espaço para adultos, mas com o mínimo de ergonomia e as pernas pouco apoiadas.

Seguindo os padrões de posicionamentos citados acima, a Spin tem o mesmo espaço interno para a segunda fila. No entanto, sobra bem menos espaço para os joelhos de quem vai atrás, fora o pouco apoio das pernas também. Ponto positivo é que a Spin tem bancos reguláveis em profundidade na segunda fila, mas para livrar espaço para os sexto e sétimo ocupantes, os passageiros da segunda fileira vão bem apertados. Por isso, temos o C3 melhor em espaço interno.

Por enquanto, temos um 1x1. No entanto, o porta-malas chega para o primeiro desempate. O C3 Aircross perde para o Spin mesmo tendo a opção de retirar os bancos da terceira fila. A minivan da Chevrolet tem 553 litros para cinco lugares, contra 493 litros. Enquanto com sete pessoas, garante 162 litros, e o C3, 42 litros. Ou seja, 2x1 para Spin.

Motor, consumo e como andam

Explicando de forma objetiva, o C3 Aircross tem o novo motor T200 da Stellantis, que é o mesmo de Fiat Pulse e Fastback. Trata-se de um 1.0 turbo flex que rende até 130 cavalos de potência e 20,4 kgfm de torque, sendo sempre equipado com câmbio automático convencional de sete marchas simuladas.

Já a Spin segue com o bom e velho (literalmente) 1.8 aspirado flex de até 111 cv e 17,7 kgfm. Para a versão Premier, temos um câmbio automático convencional de seis marchas. Ele foi recalibrado na parte de gerenciamento, ficou 11% mais econômico e pronto para as novas regras de emissão do Proconve L8.

Mas é mais lento que o do C3. Enquanto o Citroën acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos, o Chevrolet faz a mesma prova em 11 segundos. E a sensação é de que leva ainda mais tempo. Os colegas da Quatro Rodas atestaram 14 segundos na pista.

Se o Aircross leva a melhor em desempenho, a Spin se destaca em consumo. A minivan roda 7,4 km/l de etanol e 10,4 km/l de gasolina na cidade, e 9,3 km/l de etanol e 13,4 km/l de gasolina, na cidade. O Citroën faz 7,4 km/l, 10,6 km/l, 8,6 km/l e 12 km/l, respectivamente.  

Nesse ponto, o fato de o motor 1.8 aspirado flex ter mais capacidade volumétrica, dá mais elasticidade para rodar na estrada e, consequentemente, reduz o consumo. Ou seja, 3x2 para a Spin.

No entanto, o empate chega com a dirigibilidade. A Spin melhorou muito com o aumento das bitolas e os novos amortecedores e molas. Mas o C3 ainda é melhor para dirigir. E esse é só primeiro ponto.

A baixa rolagem de carroceria do Aircross torna a direção muito segura. A Spin também vem bem calibrada, mas os pneus maiores do C3 fazem a diferença para passar em valetas, desníveis de via e as imperfeições das ruas brasileiras. Nesse caso, o SUV tem a melhor relação entre conforto e estabilidade.

E a Spin até poderia virar o jogo com um ruído mais baixo na cabine, mas o câmbio automático de seis marchas estica demais as marchas, e durante avaliação mostrou ser tão barulhento quanto o CVT da Stellantis. Até aqui, um 3x3.

Qual é mais equipado?

O Chevrolet Spin é bem mais completo. Quando o assunto é assistências de segurança e condução, a minivan faz inveja até para Tracker, Trailblazer e S10. E nesse caso, o C3 Aircross deixa a desejar, mesmo que estejamos falando de duas versões de topo.

O C3 Aircross conta com quatro airbags, piloto automático convencional, assistente de partida em rampa, câmera de ré, monitoramento de pressão dos pneus, sensor de estacionamento traseiro e direção elétrica.

A Spin tem todos esses itens e soma alerta de colisão, alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, indicador de distância do carro a frente, acendimento automático dos faróis e sensor de chuva. Com isso, não se torna apenas rival do C3, mas de todos os outros SUVs dessa faixa de preços. Abaixo vamos deixar as duas fichas técnicas e lista de equipamentos para comparação. Mas antes disso, vem um ponto importante.

Qual é mais barato?

A Spin vinha de um 4x3 até esse quesito, mas leva o empate por causa dos valores cobrados. A versão Premier da minivan da Chevrolet sai das lojas por R$ 144.990, enquanto a Stellantis vende o C3 Aircross Shine por R$ 136.590, sem contar o costume do grupo em aplicar generosos descontos. São R$ 8.400 de diferença, que tornarão o IPVA mais barato também. E fechamos, assim, com um 4x4.

Citroën C3 Aircross Shine 7 – Lista de equipamentos

- 2 portas USB de recarga rápida para a terceira fileira

- Rodas de liga-leve de 17” e pneus 215/60

- Faróis de neblina

- Câmera de ré

- Bancos e volante com forração premium

- Controlador de velocidade com limitador integrado

- Skid plate frontal e traseiro

- Grade do radiador na cor preto brilhante

- Acabamento exclusivo traseiro na cor preto brilhante

- Citroën Connect Touchscreen de 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio com comandos no volante

- Três entradas USB, incluindo duas para a segunda fileira

- Monitoramento de pressão dos pneus

- Controle de estabilidade e tração com assistente de partida em rampa - Luzes de condução diurna (DRL) com leds

- Seis alto-falantes

- Ar-condicionado

- Banco do motorista com regulagem de altura

- Vidros dianteiros e traseiros elétricos com função one touch

- Rodas de 16” com pneus 205/65

- Travas elétricas com acionamento por telecomando da chave

- Alarme - Bocal do combustível com destravamento elétrico

- Barras longitudinais no teto

- Dois assentos na terceira fileira rebatíveis e removíveis

- Sistema de ventilação no teto

- Exclusivo logotipo 7 no porta-malas

Chevrolet Spin Premier – Lista de equipamentos

- Faróis dianteiros em LEDs
 - Lanterna em LEDs
 - Controle eletrônico de estabilidade e de tração
 - Maçanetas na cor do veículo
 - Rodas de aço de 15 polegadas
 - Ar-condicionado
 - Painel de instrumentos digital de 8 polegadas
 - Câmera de ré
 - Trava elétrica das portas com acionamento na chave
 - Banco da segunda fileira bipartido e rebatível
 - Banco do motorista com regulagem de altura
 - Central multimídia Mylink de 11 polegadas
 - Câmbio manual de automático marchas
 - Ar-condicionado na segunda fileira
 - Piloto automático
 - Transmissão automática de 6 velocidades.
 - Todos os equipamentos da LT automática, mais:
 - Sensor de chuva com ajuste automático
 - Sensor de estacionamento traseiro
 - Banco da terceira fileira rebatível
 - Maçanetas internas cromadas
- Rodas de alumínio de 16”
- Volante com revestimento premium
- Ar-condicionado digital automático
- Acendimento automático dos faróis
- Alerta de colisão frontal
- Alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego
- Frenagem automática de emergência
- Indicador de distância do veículo a frente
- Grade com detalhes cromados, para-choques na cor do veículo
- Rodas de alumínio 16” com acabamento exclusivo em dois tons
 - Carregador de celular por indução

Citroën C3 Aircross Shine 7 – Ficha técnica

Motor: 1.0, dianteiro, transversal, três cilindros, 12V, turbo, flex, duplo comando de válvulas, injeção indireta
Potência: 125/130 cv (G/E) a 5.750 rpm
Torque: 20,4 kgfm a 1.750 rpm
Peso/potência: 10,16/ 9,76 (G/E) kg/cv
Peso/torque:  62,3 kg/kgfm
Câmbio: automático do tipo CVT, 7 marchas simuladas
Tração: 4x2 dianteira
0 a 100 km/h: 9,8 segundos (E) / 10,1 segundos (G)
Velocidade máxima: 191 km/h

Consumo (Inmetro): 

Urbano: 10,6 km/l (gasolina) / 7,4 km/l (etanol)

Estrada: 12,0 km/l (gasolina) / 8,6 km/l (etanol)

Dimensões: 4.320 mm de comprimento; 2.675 mm de entre-eixos; 1.796 mm de largura; 1.678 mm de altura; 493 litros de porta-malas com terceira fileira removida; 47 litros de tanque de combustível; 1.272 kg de peso em ordem de marcha.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensão McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira); diâmetro de giro, 10,9 m; coeficiente aerodinâmico, não informado; vão livre do solo, 200 mm; ângulo de ataque, 23,3º; ângulo de saída, 32º; ângulo de transposição de rampas, não divulgado; pneus, 215/60 R17.

Chevrolet Spin Premier – Ficha técnica

Motor: 1.8, dianteiro, quatro cilindros em linha, 8V, flex, injeção elétrônica de combustível
Potência: 106/111 cv (G/E) a 2800 e 2600 rpm
Torque: 16,8 kgfm (gasolina); 17,7 kgfm (etanol)
Peso/potência: 11,27 kg/cv
Peso/torque:  70,7 kg/kgfm
Câmbio: automático de seis velocidades
Tração: 4x2 dianteira
0 a 100 km/h: 11 segundos (E) / 11,2 segundos (G)
Velocidade máxima: 170 km/h

Consumo (Inmetro): 

Urbano: 10,5 km/l (gasolina) / 7,4 km/l (etanol)

Estrada: 13,4 km/l (gasolina) / 9,3 km/l (etanol)

Dimensões: 4.420 mm de comprimento; 2.620 mm de entre-eixos; 1.953 mm de largura; 1.678 mm de altura; 553 litros de porta-malas com terceira fileira removida; 53 litros de tanque de combustível; 1.292 kg de peso em ordem de marcha.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensão McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira); diâmetro de giro, 10,8 m; coeficiente aerodinâmico, não informado; vão livre do solo, 170mm; ângulo de ataque, 16,6°; ângulo de saída, 24º; ângulo de transposição de rampas, não divulgado; pneus, 205/60 R16.

Qual deles é a melhor compra?

São carros bem páreos, mas que dá para escolher pela preferência. Quer um veículo mais equipado? Vá para Spin. Um mais barato? C3 Aircross. São carros de mecânica confiáveis e boa dirigibilidade. A Spin deixou a desejar no desempenho, mas o motor 1.8 ainda é procurado pelas clínicas e por isso foi mantido, segundo a fabricante. Já o Aircross não agrada no acabamento interno e poderia ter um pouco mais de cuidado.  

A minha escolha seria pela Spin pelo nível de equipamentos, porta-malas maior e o cuidado a mais com o acabamento interno.

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