Chevrolet Montana 2023: o truque nos pneus que controla consumo e conforto

Picape terá três modos de pressão, que variam em até 9 libras. Assim, otimiza consumo de combustível, nível de conforto ou transporte de carga
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09.02.2023 às 09:00
Picape terá três modos de pressão, que variam em até 9 libras. Assim, otimiza consumo de combustível, nível de conforto ou transporte de carga

A terceira geração da Chevrolet Montana quer se posicionar como a picape nacional que mais se assemelha a um carro de passeio ou familiar. Falamos sobre isso em nossa avaliação sobre a linha 2023 do modelo.

Uma das prerrogativas da nova Montana é oferecer um nível de conforto e consumo de combustível similares aos de um SUV. Parece fortuito, mas não se trata de um objetivo fácil.

Devido ao estilo de carroceria, com transição abrupta da cabine para a caçamba e boa parte do peso concentrada à frente, caminhonetes costumam ter uma distribuição de peso e aerodinâmica ainda piores que os dos já desengonçados utilitários esportivos.

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Para tentar resolver a questão, a General Motors adotou alguns caminhos. O primeiro foi uma suspensão traseira por eixo de torção com duplo batente, que visa a conter os quiques da traseira quando a caçamba está vazia e conferir uma dirigibilidade mais direta e equilibrada.

Ela é mais compacta e barata que as arquiteturas independentes de Fiat Toro e Renault Oroch, o que ajuda a otimizar custos, priorizar o espaço interno e o volume da caçamba. Por outro lado, é mais simples e menos robusta. Por isso, sua capacidade de carga fica entre 600 e 637 kg, menos até que a da Fiat Strada, além de impossibilitar a inclusão de tração 4x4.

Como funcionam os modos de pressão dos pneus da nova Chevrolet Montana

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Mas há outro truque que ajuda a modular o nível de conforto a bordo ou priorizar o consumo de combustível. Ele se encontra nos pneus, que permitem a adoção de três níveis diferentes de calibração, com varia de até 9 libras entre eles.

Por padrão, a fabricante recomenda o uso de 30 PSi quando o condutor quer priorizar o conforto. Afinal, pneus menos cheios ficam mais flexíveis e ajudam a absorver melhor os impactos. Melhoram, também, a aderência com o solo - é por isso que experts em off-road tiram a pressão dos pneus de seus veículos.

Agora, se o objetivo for poupar combustível, o manual indica subir a calibragem para 35 PSi nas quatro rodas. O aumento na pressão deixa a borracha mais esticada, reduzindo o atrito com o solo e o arrasto aerodinâmico.

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É só nessa configuração que o condutor conseguirá alcançar os números apresentados pela nova Montana no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro: 7,7 ou 11,1 km/l na cidade e 9,3 ou 13,3 km/l em rodovia, respectivamente com gasolina ou etanol. Como comparação, o Tracker obtém números muito parecidos: 7,7, 11,2, 9,4 e 13,5 km/l nessa mesma sequência, diferenças que não passam de 0,2 km/l.

Por fim, se houver carga de peso mais alta na caçamba, a empresa aponta para o uso de 39 PSi nos pneus traseiros e 35 nos dianteiros, também a fim de otimizar o atrito mesmo com a pressão maior gerada pelo peso extra.

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No quadro de instrumentos, é possível escolher entre esses três diferentes padrões através dos modos (Conforto, Eco ou Carga). Tal escolha dará o parâmetro de calibragem adequado ao indicador de pressão dos pneus. Porém, é preciso obviamente calibrar os pneus de maneira manual para que o truque dê certo.

Com a solução, a GM também resolveu uma queixa comum entre donos de Onix, Onix Plus e Tracker, que reclamam do nível muito alto de pressão dos pneus indicado no manual, deixando os veículos excessivamente duros no trato com valetas, lombadas e buracos.

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Porém, para chegar até lá, a fabricante teve que solicitar às duas fornecedoras de pneus da nova Montana, Continental (aro 16) e Michelin (aro 17), que desenvolvessem produtos capazes de suportar essa variação de até 9 PSi sem riscos à segurança.

Na prática, mesmo com a calibragem em 30 libras, a nova Montana tem as suspensões firmes e até um tanto secas como as do Tracker, com uma traseira que balança muito pouco longitudinalmente e uma inclinação lateral contida nas curvas. Aparentemente, a Chevrolet aparentemente cumpriu seu objetivo.

Imagens: Leonardo Felix/Mobiauto e Divulgação/Chevrolet

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