Caoa Chery iCar: os truques do carro elétrico mais barato no Brasil

Microcarro surpreende pelo nível de equipamentos a bordo, mas economiza em espaço e usa alumínio e “lataria” de plástico para ser mais leve
LF
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16.06.2022 às 13:21
Microcarro surpreende pelo nível de equipamentos a bordo, mas economiza em espaço e usa alumínio e “lataria” de plástico para ser mais leve

Quadro de instrumentos digital. Central multimídia gigante de 10,25” com tela tátil estilo tablet, na vertical. Freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold. Carregador de celular por indução. Bancos em couro sintético com tom azul, o mesmo da base do volante multifuncional achatado, que inclui comandos do ar-condicionado digital. Rodas de liga leve.

Microcarro surpreende pelo nível de equipamentos a bordo, mas economiza em espaço e usa alumínio e “lataria” de plástico para ser mais leve

Suspensões independentes nos dois eixos, freios a disco nas quatro rodas, console central elevado, bancos dianteiros elétricos, teto panorâmico. É um pacote de equipamentos interessante para um modelo posicionado como “novo carro elétrico mais barato no Brasil”

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Tudo bem que ele custa R$ 140.000, mas ainda assim o pacote chama a atenção, especialmente por ser um modelo subcompacto, com apenas 3,20 metros de comprimento. Mas, sim, o iCar tem diversos truques para otimizar desempenho, eficiência de uso da energia 

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Dimensões de um microcarro

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Para chegar a esse preço, o Caoa Chery iCar tem seus truques e trunfos. O primeiro, claro, são suas dimensões. Ele é quase 50 cm menos comprido que um Renault Kwid e possui um entre-eixos quase 30 cm menor. E acredite: na indústria automobilística, cada centímetro de distância entre eixos custa alguns milhões de dólares no processo de desenvolvimento.

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Com perfil estritamente urbano, o iCar possui quatro lugares e um porta-malas minúsculo, com meros 100 litros de volume. Cabem pouco mais que algumas mochilas no compartimento. A premissa é que o comprador de um carro assim dificilmente andará com mais de duas pessoas a bordo. 

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Assim, basta rebater o banco traseiro bipartido em 50:50 e chegar a interessantes 380 litros. Outra contrapartida interessante é que o iCar é relativamente largo – 1,67 m, 10 cm de vantagem sobre o Kwid E-Tech – e alto – 1,59 m (11 cm a mais).

Leia também: Avaliação: Renault K1wid E-Tech, 4 pontos cruciais sobre o Kwid elétrico

Estrutura de alumínio, “lataria” de plástico

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Ao mesmo tempo, a estrutura do monobloco é quase toda de alumínio, mesma solução adotada por modelos da Jaguar Land Rover. Trata-se de um metal relativamente mais barato, mais leve e, ao mesmo tempo, com ótimo nível de rigidez. E aí a estampagem de elementos como capô e portas laterais, a popular lataria, é de plástico polímero.

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Tudo isso, segundo a Caoa Chery, faz com que o iCar tenha cerca de 180 kg a menos do que pesaria se fosse construído em uma concepção convencional de chassi e estamparia em aço. E antes que você torça o nariz, saiba que produtos da BMW, como iX e M3, usam polímero em elementos como porta e para-lamas, assim como um smart fortwo.

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Curioso é abrir o capô do iCar, por dois motivos: primeiro, porque ele se solta na sua mão, mas isso é proposital. Segundo, porque não há nada ali a não ser a bateria que dá vida aos comandos elétricos do veículo. De resto, há um vão que permite ver todo o eixo dianteiro do veículo. Bem que podia haver ali um nicho para guardar o cabo de recarga, por exemplo...

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O motor síncrono de ímãs permanentes fica sobre o eixo traseiro, o que ajuda a reduzir ainda mais o volume do bagageiro. Por outro lado, a tração também é traseira. Já o banco de baterias, formado por 27 células distribuídas por quatro módulos, é posicionado no assoalho, como todo elétrico moderno que se preze.

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Mais rápido que subcompactos 1.0

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Tal qual a Renault fez com o Kwid E-Tech vendido no Brasil em relação ao City K-ZE comercializado na China e ao Dacia Spring oferecido na Europa, o Caoa Chery iCar daqui será mais forte do que o irmão gêmeo EQ1 dirigido pelos chineses. A potência sobe de 42 para 61 cv e o torque, de 12,2 para 15,3 kgfm.

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Com isso, seu 0 a 100 km/h ocorre em cerca de 12,9 segundos, o que passa longe de empolgar, mas supera os 14,6 s do Kwid E-Tech e até os 13,2 s de um Kwid a combustão ou os 14 s de um Fiat Mobi. E, diferente do EQ1 chinês, que sequer passa dos 100 km/h, o iCar vendido no Brasil supera os 120 km/h de máxima.

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Autonomia para uso na cidade

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Por outro lado, o incremento em desempenho fez a autonomia cair de 301 para 282 km no ciclo NEDC, o que ainda é suficiente para uso na cidade. Outra particularidade do microcarro trazido ao nosso país – além do nome estilo Apple – é que o ajuste de suspensões foi refeito de acordo com a (má) qualidade de nosso asfalto.

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Outra boa notícia em relação ao rival da Renault é que o iCar permitirá recarga rápida, limitada a uma potência de 50 kW. Para um veículo com 30,8 kWh de carga, isso significa que 80% da energia pode ser recuperada em até 36 minutos. Em um wallbox de 6,6 kW, são 5 horas até completar a capacidade. Numa tomada doméstica de 220 Voltas, 11 horas.

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Somando uma carroceria leve mais um banco de baterias compacto, que pesa menos de 200 kg, o peso em ordem de marcha do iCar fica abaixo de 1 tonelada, mais precisamente em 995 kg. É quase o mesmo que um Mobi. Para uso na cidade, um carro elétrico funcional e racional como este, no Brasil, ainda não há.

Imagens: Divulgação/Caoa Chery

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