BYD assumirá fábrica da Ford até outubro em negociação de R$ 100 milhões

Segundo Rodrigues, o Estado já retomou posse do terreno que era cedido à Ford. Agora, negocia com a egressa montadora americana uma compensação financeira pelos investimentos em estrutura no local, como os prédios construídos e maquinário instalado.

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"Ainda estamos finalizando a avaliação desse valor a ser ressarcido, mas estimamos algo entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões", disse o governador. De acordo com ele, esse era o volume que vinha sendo negociado entre BYD e Ford pela aquisição dessa estrutura. Lembrando que o terreno era público, cedido à montadora, por isso não podia entrar na negociação.

Para acelerar o processo, o governo da Bahia resolveu adquirir por conta própria o espólio da Ford, e deve depois revendê-lo à BYD, talvez com subsídios em troca da garantia em investimentos não apenas na fábrica, mas também em um possível centro de pesquisa e desenvolvimento na região.

Ao mesmo tempo, Jerônimo Rodrigues afirmou que o governo fará investimentos em infraestrutura na região, a fim de estimular outras empresas a ingressarem no polo. "Temos negociado com fabricantes de componentes de aviação, pás para usinas eólicas e ônibus elétricos", elencou o governador.

Por fim, ele ainda afirmou que, caso a negociação não tivesse ido adiante para que a BYD assumisse as antigas instalações da Ford, o governo cederia outro terreno no Estado para a empresa chinesa.

Além da fábrica, a Ford operava o Porto de Madeira em Candeias. A BYD deve assumir o local por meio de alguma empresa parceira, para que o espaço vire um polo de exportação de veículos e componentes.

O que a BYD vai fazer com a fábrica da Ford

Em novembro do ano passado a BYD assinou junto do governo baiano um protocolo de intenções, e há dois meses já havia confirmado que se instalaria no estado com três fábricas em Camaçari, que devem render R$ 3 bilhões em investimentos e 5.000 empregos. Veja como será cada fábrica:

1. Fábrica de caminhões e ônibus: a BYD já produz chassis de veículos elétricos pesados no Brasil, em Campinas (SP). Agora, vai expandir o negócio para um polo industrial ainda maior. Esta deve ser a primeira linha de montagem a rodar em Camaçari, segundo o acordo de intenções assinado ano passado. Deve começar em meados de 2024.
2. Fábrica química: será a responsável pelo processamento de lítio e ferro-fosfato, todos elementos químicos que compõem as baterias tipo “blade” (por lâminas) de seus modelos eletrificados. A extração de lítio será feita no Brasil, e a ideia é exportar a produção para a China. O prazo indicado previamente no protocolo é o mesmo da fábrica de elétricos pesados.
3. Fábrica de carros: a principal novidade é a que mais vai demorar para chegar. A produção de veículos de passeio elétricos e híbridos está prometida para 2025, desde que a implantação seja concluída em dezembro deste ano.  A marca deve usar o período de um ano para a contratação e treinamento de colaboradores, além de acertos finais da linha de montagem. Nessa etapa, a BYD ainda deve usar o porto de Salvador para importação de produtos.

Ao que tudo indica essas três unidades fabris devem ser instaladas uma contígua à outra dentro do complexo de Camaçari, que tem ao todo 4,7 milhões de metros quadrados de área.

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