Toyota Corolla Cross híbrido visitará o posto mais do que você imagina

Configuração híbrida flex é bem econômica para os padrões de um SUV médio, especialmente na cidade, mas o tamanho do tanque...
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23.03.2021 às 16:01
Configuração híbrida flex é bem econômica para os padrões de um SUV médio, especialmente na cidade, mas o tamanho do tanque...

O Toyota Corolla Cross híbrido tem tudo para ser o SUV médio mais econômico no Brasil, especialmente em uso citadino. Segundo dados do Inmetro, o modelo faz 11,8 e 17 km/l, respectivamente quando abastecido com etanol ou gasolina, em vias urbanas. Na estrada, curiosamente, ele alcança números menores: 9,6 e 13,9 km/l, na mesma sequência.

Isso acontece porque o auxílio dos motores elétricos de geração e tração se faz mais presente na cidade, onde o veículo encontra mais momentos de aceleração e retomada (que, por sua vez, são puxados pelo propulsor elétrico) e, também, mais oportunidades de recarregar a bateria nas desacelerações e frenagens.

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Em rodovias, a velocidades de cruzeiro, é o 1.8 a combustão de ciclo Atkinson quem atua em quase 100% do tempo. Daí o aumento no consumo. É por isso que, em nossa avaliação com o Corolla Cross XRX Hybrid, a versão de topo do modelo, apontamos que o melhor uso dele se faz rodando manso dentro da urbe.

Com médias de consumo assim tão altas, principalmente utilizando gasolina, é de se esperar que a autonomia do SUV derivado do Corolla seja enorme, maior que a de qualquer outro rival, certo? Não necessariamente. O que o Corolla Cross híbrido tem de econômico, seu tanque tem de pequeno.

Observe na ficha técnica: o reservatório de combustível tem capacidade para apenas 36 litros. É bem menos do que os 47 litros do Corolla Cross 2.0 flex (que nós também avaliamos, basta clicar aqui para ver) e até do que os 43 litros do Corolla sedan equipado com o conjunto motriz eletrificado.

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Em relação a seus dois principais rivais, a diferença é enorme. O VW Taos, que será lançado em maio, possui 51 litros no compartimento, enquanto o volume do Jeep Compass é de 60 litros. São 15 e 24 litros a menos para o Corolla Cross Hybrid, respectivamente.

O fato de ser mais econômico o deixa com autonomias relativamente boas quando abastecido com gasolina. Agora, se o combustível escolhido for etanol, em especial na estrada, a próxima visita ao posto acontecerá bem antes do que o motorista imagina. Veja as contas, seguindo sempre os dados de consumo no PBEV (Programa de Etiquetagem Veicular) do Inmetro:

Toyota Corolla Cross Hybrid: 36 litros de tanque

-Consumo com etanol: 11,8 e 9,6 km/l em cidade e estrada) = 424,8 e 345,6 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 17 e 13,9 km/l = 612 e 500,4 km de autonomia

Toyota Corolla sedan Hybrid: 43 litros de tanque

-Consumo com etanol: 10,9 e 9,9 km/l (E) = 468,7 e 425,7 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 16,3 e 14,5 km/l (G) = 700,9 e 623,5 km de autonomia

Toyota Corolla Cross 2.0 flex: 47 litros de tanque

-Consumo com etanol: 8 e 9 km/l (E) = 376 e 423 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 11,5 e 12,8 km/l (G) = 540,5 e 601,6 km de autonomia

Jeep Compass 2.0 flex

-Consumo com etanol: 6,1 e 7,5 km/l (E) = 366 e 450 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 8,8 e 10,8 km/l (G) = 528 e 648 km de autonomia

Jeep Compass 2.0 diesel: 60 litros de tanque

-Consumo: 10,2 e 13,4 km/l = 612 e 804 km de autonomia

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Bebendo etanol, o Corolla Cross registra a pior autonomia de todos os modelos acima em rodovias. Na cidade, consegue ficar à frente do gastão Jeep Compass 2.0 flex, mesmo com o tanque enorme à disposição do rival. A má notícia para o SUV da Toyota é que o propulsor Tigershark de 2 litros deve ser aposentado pelo concorrente da Jeep em breve. 

No próximo mês, o grupo Stellantis lançará uma reestilização do Compass, que incluirá a estreia do motor 1.3 turboflex GSE de 180 cv e 27,5 kgfm, com injeção direta e sistema MultiAir III. A tendência é que as versões flex do líder de vendas entre os SUVs médios consumam bem menos combustível após a troca. 

Da mesma forma, o VW Taos chegará ao mercado em maio dotado do propulsor 1.4 turboflex TSI, também dotado de injeção direta.

Os dados de consumo do novo Compass turbo e do Taos 250 TSI no Inmetro ainda não foram revelados, mas fizemos um exercício de simulação: caso eles registrassem as mesmas médias do Corolla Cross 2.0 flex, ficariam com as seguintes autonomias: 

VW Taos 250 TSI: 51 litros de tanque*

-Consumo com etanol: 8 e 9 km/l (E) = 408 e 459 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 11,5 e 12,8 km/l (G) = 586,5 e 652,8 km de autonomia

Jeep Compass 1.3 turboflex: 60 litros de tanque*

-Consumo com etanol: 8 e 9 km/l (E) = 480 e 540 km de autonomia
-Consumo com gasolina: 11,5 e 12,8 km/l (G) = 690 e 768 km de autonomia
*Simulação com os dados de consumo do Inmetro do Corolla Cross 2.0 flex

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O Taos perderia para o rival da Toyota, seja com gasolina ou etanol, na cidade, mas ganharia na estrada. Já o Compass faria mais uma vez valer o seu enorme reservatório de 60 litros para acumular quase 700 km de autonomia em uso urbano e praticamente 770 km em ambiente rodoviário, chegando mais longe nos dois ambientes com qualquer combustível.

Se o consumo comedido salva o Corolla Cross de visitar o posto após quilometragens ainda mais baixas, a pergunta que fica é: por que o seu tanque é tão pequeno, menor que o do Corolla Cross 2.0 e até que o do Corolla sedan híbrido?

A resposta está no aproveitamento de espaço: com a motorização híbrida, a Toyota precisa reservar parte do assoalho – logo abaixo do banco traseiro – para armazenar a bateria. Isso compromete o arranjo de outros elementos, como o reservatório de combustível, e explica por que os dois Corolla têm recipientes menores quando usam motor híbrido.

Como o SUV possui 6 cm a menos de entre-eixos que o irmão, a fabricante precisou ser ainda mais drástica nesta redução. Daí os 36 litros. A boa notícia é que na cidade o SUV surpreende com médias de consumo superiores até que as do Corolla sedan híbrido, segundo o Inmetro, resultado de ajustes na calibração de motor, acelerador e transmissão.

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