Seguro do carro: novas regras vão mesmo baratear a apólice?

Mudanças na legislação permitirão peças usadas em reparos, indenização e até cobertura parcial, mas prometem deixar apólices mais baratas
Camila Torres
Por
14.09.2021 às 15:03
Mudanças na legislação permitirão peças usadas em reparos, indenização e até cobertura parcial, mas prometem deixar apólices mais baratas

Há menos de dois anos, aproximadamente 84% dos veículos no Brasil não possuíam seguro. Visando a diminuir este percentual, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) aprovou novas regras para que as seguradoras tenham mais flexibilidade para oferecer planos personalizados e mais baratos para os seus clientes.

Para tornar o valor dos planos mais atraentes, o segurado pode escolher desde planos que oferecem reparos com peças usadas, coberturas para apenas algumas partes do automóvel até indenização parcial em caso de perda total. 

Anuncie seu carro sem pagar na Mobiauto

Os novos critérios fazem parte da Circular Nº 639, que foi publicada no Diário Oficial da União em agosto e começou a vigorar no país em setembro. As seguradoras têm 180 dias para se adaptar às mudanças e oferecer planos de acordo com as novas regras.

Mesmo com um número relativamente baixo de segurados, apenas no primeiro semestre deste ano foram arrecadados mais de R$ 17 milhões em prêmios, segundo dados da Susep. Com as mudanças, o órgão acredita que terá um aumento significativo nas adesões de apólices.

E não é só a Susep que está otimista. A FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) afirmou que “as novas regras abrem caminho para um cenário de inovação e de competitividade, que deve ampliar a base de segurados”. 

Leia também: Carros que comprávamos com R$ 100.000 antes da pandemia e agora

A Mobiauto levantou as sete mudanças que mais devem impactar no valor do seguro auto e até que ponto eles favorecem os segurados e as seguradoras. Algumas delas são polêmicas, flexibilizando direitos e abrindo leque para negociação entre seguradoras e segurados.

Porém, podem gerar impactos negativos na hora da necessidade para os clientes, com pagamento de indenizações menores, cobrança de franquia em casos hoje proibidos e até uso de peças usadas e não originais em reparos. Entenda as mudanças:

7 mudanças nas regras do seguro

Mudanças na legislação permitirão peças usadas em reparos, indenização e até cobertura parcial, mas prometem deixar apólices mais baratas

1. Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa: essa modalidade visa a atender condutores que não têm automóvel em seu nome, mas habitualmente pegam emprestado ou conduzem carro de terceiros e querem estar segurados em caso de sinistros. Nesse modo, o seguro pode ressarcir danos ao carro e a terceiros, a depender do tipo de cobertura.

Outra categoria que poderá se beneficiar dessa modalidade são motoristas de aplicativos e consumidores que têm o hábito de alugar carros aos finais de semana. Vale esclarecer que o seguro de Responsabilidade Civil Facultativa não pode ser contratado pelos proprietários nominais do automóvel.

Leia também: O que os 12 carros mais baratos do Brasil oferecem em 2021

2. Franquia por força maior: antes da Circular, era proibido cobrar franquia em sinistros causados por uma força maior, como incêndios, queda de raio ou explosão. Com as mudanças, as seguradoras poderão cobrar a franquia até mesmo nesses casos. Segundo a Susep, essa decisão irá baratear o seguro para o consumidor. 

A questão é: vai baratear mesmo ou será como na flexibilização das cobranças de bagagens despachadas em voos domésticos, em que se prometia uma redução de tarifas que nunca ocorreu? Só o tempo dirá.

3. Reparos apenas na rede credenciada: com as novas regras, a seguradora pode já deixar acordado no contrato onde o segurado poderá fazer o reparo em casos de sinistro. Sendo assim, para ter as despesas cobertas pelo seguro, o cliente terá que se limitar à rede credenciada de cada seguradora.

Leia também: 10 Bons carros usados que ainda dá para comprar na faixa R$ 50.000

4. Coberturas específicas: o segurado agora não precisa ficar preso a um pacote oferecido pela agência de seguro. Em vez disso, poderá escolher exatamente quais coberturas quer para seu carro: furto, roubo, colisão, danos a terceiros ou danos da natureza (enchente, raio, incêndio).

5. Seguro fragmentado: a partir de setembro, passou a ser possível ter uma apólice totalmente personalizada. O segurado pode contratar cobertura apenas para algumas partes do carro, como faróis, retrovisores e vidros. Dessa forma, o cliente pode escolher apenas as coberturas que condizem com suas necessidades e orçamento.

Leia também: 5 formas de economizar até 50% de combustível sem instalar nada no carro

6. Cobertura parcial em caso de perda total: outra flexibilização das novas regras de seguro é o valor da indenização por perda total, que não precisa mais ser o valor integral da Tabela Fipe. Segurado e seguradora podem acordar um valor parcial, como uma indenização de apenas 70%. Em um carro com valor tabelado de R$ 50.000, a indenização seria de R$ 35.000.

7. Peças usadas: eis aqui uma das mudanças mais polêmicas. Até há pouco tempo, era permitido apenas o uso de peças novas e originais no reparo do veículo coberto pela seguradora. Com a nova Circular, fica autorizado o uso de peças usadas e não originais, desde que certificadas, com histórico de procedência e garantia.

Leia também: Licenciamento do carro 2021: veja prazos, valores e descontos

Talvez você também se interesse: 

Seguro por assinatura ou sem perfil: quando é vantagem e quando é fria
Como o disparo do preço dos carros afeta o valor do seu IPVA
Como economizar no seguro do carro? 10 formas de conseguir desconto
Os melhores carros usados pelos R$ 10 mil de um iPhone 11 Pro Max

Seguro de carro
Seguro auto
Novas regras seguro auto
Carro
Seguro de carro 2022

Comentários