O ousado plano da Argentina para ter só carros elétricos nas ruas em 20 anos

Inspirado na Europa, país vizinho quer investir bilhões para modernizar indústria local e deixar de vender carros a combustão até 2041
Camila Torres
Por
14.10.2021 às 13:31
Inspirado na Europa, país vizinho quer investir bilhões para modernizar indústria local e deixar de vender carros a combustão até 2041

A Argentina já quer marcar uma data para aposentar os veículos a combustão interna: 2041. Essa é a proposta do Projeto de Lei de Mobilidade Sustentável, apresentada ao Congresso pelo presidente do país, Alberto Fernández. A cerimônia aconteceu nesta semana na fábrica da Toyota na cidade de Zárate, província de Buenos Aires. 

O Projeto de Lei elaborado pelo Ministro da Produção argentino, Matías Kulfas, também prevê a criação de uma Agência Nacional para a Mobilidade Sustentável, que terá o objetivo de definir os critérios do regulamento que deve ser seguido pelos futuros carros elétricos fabricados na Argentina. 

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Se a nova lei for aprovada, o transporte público também terá que aderir a veículos 100% elétricos na frota. A estimativa é de investir US$ 8 bilhões na indústria automotiva argentina até 2030, o que deve gerar cerca de 21.000 novos empregos. 

Os incentivos para adesão de automóveis 100% elétricos devem atingir a indústria como um todo, passando por fabricantes e fornecedores até chegar aos consumidores. 

A Argentina quer chamar atenção do mundo com a iniciativa para eletrificação total e abrir portas para exportar seus produtos e componentes para outros países. 

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Europa rumo à eletrificação 

Os 27 países do Velho Continente representados pela União Europeia estão um pouco mais à frente na corrida para eletrificação. O plano do bloco é deixar de vender veículos novos a combustão até 2035. 

Nem mesmo carros híbridos poderão ser comercializados. Mas apenas carros que não emitem nenhum tipo de poluente. Vale ressaltar que a medida é válida apenas para carros zero-quilômetro. 

Antes do prazo final, as fabricantes de carros nos países europeus terão até 2030 para reduzir em 55% a emissão de automóveis leves, e em 50% os poluentes de veículos pesados e comerciais. 

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Brasil perdido na corrida dos carros elétricos 

No Brasil, o futuro ainda é incerto. Alguns projetos já estão correndo, como o 304/2017, que propõe a extinção das vendas de carros movidos a gasolina ou a diesel até 2030. Com isso, só automóveis que usam etanol ou são elétricos poderiam ser ofertados. A meta ficaria ainda mais radical com a proibição da circulação de veículos a combustão a partir de 2040. 

O projeto já foi aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal. No entanto, foi contestado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que alega não ter como cumprir tal meta em um prazo de dez anos.

A própria associação das fabricantes tem prognósticos modestos para a eletrificação da frota brasileira em longo prazo. Um estudo publicado recentemente pela entidade aponta que menos de 25% dos veículos vendidos no país serão 100% elétricos em 2035.

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