GNV: 70.000 carros foram convertidos para gás no Brasil em 2022

GNV está mais caro que o etanol, mas carros modificados para o uso do gás continuam crescendo no país.
Camila Torres
Por
28.07.2022 às 16:00
GNV está mais caro que o etanol, mas carros modificados para o uso do gás continuam crescendo no país.

Altas desenfreadas em combustíveis derivados do petróleo motivaram milhares de brasileiros a adotarem o uso de GNV em seus carros. Só no primeiro semestre de 2022, foram 67.487 veículos modificados para o uso do gás natural veicular. O que significa alta de 74% comparado ao mesmo período de 2020. 

Com o declínio no valor do etanol e da gasolina nas últimas semanas de julho, o preço do GNV tem apresentado médias de preço nacional mais altas que o etanol: R$ 5,11 contra R$ 4,42. Mas ainda é um valor mais atrativo que o da gasolina: R$ 6,15. Lembrando que o GNV não é vendido por litro e sim por metro cúbico. 

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Nas regiões Norte e Nordeste é onde o GNV aparece com as menores médias: R$ 4,29 e R$ 4,57 respectivamente. E é justamente onde o etanol e a gasolina alçaram as médias mais altas. 

Nos Estados do Norte, a média para o etanol é de R$ 5,52 e da gasolina de R$ 6,31. Já no Nordeste a média do etanol é de R$ 5,59 e da gasolina é de R$ 6,54. 

Os motoristas que querem modificar o carro para o uso do gás precisam avaliar o custo do kit GNV, que fica em torno de R$ 3.200 a R$ 4.500 dependendo da região, segundo apuração feita pela Mobiauto em 2021.

Porém, alguns Estados oferecem incentivos para quem deseja realizar a conversão. No Rio de Janeiro, por exemplo, a alíquota de IPVA para carros movidos a GNV é de 1,5%, enquanto para carros flex é de 4%. 

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Os riscos de modificar o carro para GNV

GNV está mais caro que o etanol, mas carros modificados para o uso do gás continuam crescendo no país.

Embora o uso do GNV tenha vantagens como o preço inferior a gasolina somada aos incentivos de alguns Estados, a conversão pode trazer prejuízos para o carro e até mesmo danos letais para os usuários. 

Na última terça-feira (26), um carro explodiu durante o abastecimento com GNV. O proprietário, Mário Magalhães da Penha, de 67 anos, estava em pé próximo a traseira do veículo no momento do acidente. A explosão aconteceu após o homem abrir o porta-malas. 

O carro ficou dilacerado, parte da estrutura do teto do posto foi destruída e infelizmente, Penha não resistiu aos ferimentos e veio a óbito horas depois de chegar ao hospital. 

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O caso segue sendo investigado para concluir se o acidente foi causado por prática indevida do posto de combustível ou por estado irregular do kit de GNV. Frentistas relataram que o cilindro estava enferrujado. 

Como a instalação do kit de GNV é considerado modificação das características originais do carro, o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) estabelece que a conversão só pode ser feita em estabelecimentos registrados no Inmetro.

O veículo também deve passar por inspeção anualmente após a modificação para GNV e a cada cinco anos os cilindros devem passar por processo de requalificação. Além disso, o consumidor deve estar sempre atento se o posto de combustível tem autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 


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