Como nova Chevrolet Montana terá porte de Toro usando cabine do Tracker

Entenda as mudanças que a GM fará na plataforma GEM para dar vida à sua nova picape, que deve ainda usar um motor mais sofisticado e até com deslocamento maior
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12.05.2021 às 18:30
Entenda as mudanças que a GM fará na plataforma GEM para dar vida à sua nova picape, que deve ainda usar um motor mais sofisticado e até com deslocamento maior

Com Renan Bandeira

A GM confirmou apenas no início desta semana, mas a Mobiauto já avisava desde agosto do ano passado que a Chevrolet teria uma picape compacta-média produzida em São Caetano do Sul (SP) para ocupar o lugar da Montana, com porte maior para brigar não mais com a Fiat Strada, mas sim com a nova Fiat Toro.

Para tanto, a fabricante irá aproveitar a plataforma modular GEM de Onix, Onix Plus e Tracker, voltada a mercados emergentes como Brasil e China. Sua base de desenvolvimento será a carroceria monobloco do Tracker, e não do Onix, mais ou menos como a Renault faz com a Duster Oroch em relação ao Duster.

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Cabine da nova Montana será a do Tracker, porém com muitas modificações no visual e nas dimensões

Contudo, não devemos esperar por um Tracker com caçamba. Longe disso. A Chevrolet entende o erro estratégico cometido pela rival francesa com a Oroch e fará de tudo para evitá-lo. A nova Montana, como por enquanto o modelo é chamado – embora o nome não esteja confirmado –, terá estilo próprio e porte mais parrudo que o do SUV irmão.

A fim de aumentar o porte, uma das soluções será elevar a altura da suspensão, aumentando assim o vão livre do solo e também a altura geral do veículo. 

Com isso, mais um jogo de rodas e pneus com diâmetro maior e uma dupla de barras longitudinais de teto bem altas, como as da Toro, será possível fazer a altura crescer na ordem de 10 cm, dos menos de 1,63 m do Tracker para perto dos 1,75 m da Toro.

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Linhas da substituta da Montana na dianteira serão inspiradas nos SUVs Blazer e Trailblazer

As bitolas também devem ser ampliadas, permitindo a adoção de para-lamas mais abaulados. Será preciso aumentar a largura em cerca de 5 cm em relação ao Tracker para alcançar a casa de 1,85 m sem espelhos retrovisores medidos na futura rival da Fiat. 

Por fim, a distância entre eixos terá de ser esticada entre 30 e 40 cm para se aproximar dos 2,99 m da Toro. Este ainda é o ponto mais intrigante do projeto, junto com a suspensão traseira: afinal, a GM manterá o eixo de torção usado por Tracker e Onix ou adotará uma arquitetura mais sofisticada, como o conjunto independente da própria Toro?

Em termos estruturais, a inédita picape deve herdar do Tracker basicamente toda a parte dianteira da cabine, incluindo para-brisa, colunas A e portas laterais dianteiras, além de outros componentes mecânicos e elétricos. Mas ela terá uma frente exclusiva, incluindo um capô mais alto. Seu padrão visual será ditado pelos SUVs Blazer e Trailblazer vendidos na China. 

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Projeção do @overboost imagina uma traseira inspirada na prima grandalhona Silverado

Foi com base nesses modelos que o parceiro Renato Aspromonte, do canal @overboostbr, preparou uma projeção de como deve ficar a nova Montana no Brasil. Para a traseira, usamos como inspiração a atual geração da Silverado, propondo inclusive o nome da Chevrolet estampado em baixo relevo na tampa do porta-malas.

Na parte de motorização, a substituta da Montana deve trazer mais novidades. Os motores 1.0 e 1.2 turboflex usados por Onix, Onix Plus e Tracker são fracos para um modelo que terá esse porte, mas não devemos contar com o uso do velho 1.4 quatro-cilindros turboflex do Cruze, pertencente a outra família. 

A GM deve resolver este problema usando o mesmo bloco tricilindro, com duas alternativas: 1) dotar o 1.2 de injeção direta e recalibrá-lo para aumentar sua potência em cerca de 20 a 30 cv. 2) usar uma terceira especificação da família CSS Prime, usada pelo próprio Tracker na China.

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Substituta da Montana será o primeiro produto a rivalizar diretamente com a Toro no mercado

Estamos falando do propulsor Ecotec 335T, um três-cilindros turbo com deslocamento um pouco maior, 1,3 litro, e que conta com um sistema inteligente de injeção variável com dois bicos por cilindro.

Um atua no coletor de admissão, como qualquer sistema eletrônico multiponto indireto, incluindo os 1.0 e 1.2 de Onix e Tracker; o outro está ligado diretamente à câmara de combustão, a famosa injeção direta. A atuação entre ambos se alterna de acordo com a necessidade de uso.

Trata-se de um sistema muito parecido com do propulsor 2.0 Dynamic Force que empurra os Toyota Corolla e Corolla Cross. Com a diferença de que, no GM, há sobrealimentação. Na China, essa usina rende 165 cv de potência e 24,4 kgfm de torque com gasolina. Por aqui, se convertida para flex, talvez chegue a 170 cv e 25 kgfm.

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Motor 335T Ecotec, um 1.3 três-cilindros turbo feito na China e parente direto dos nossos 1.0 e 1.2 turbo de Onix e Tracker, é um dos candidatos favoritos a equipar a inédita picape compacta-média da GM 

Tais números ainda são menores do que os 185 cv e 27,5 kgfm do 1.3 GSE T4 da nova Toro, mas a sucessora da Montana terá um trunfo: será um bocado mais leve que a rival, assim como o Tracker é quase 300 kg mais leve do que o Jeep Renegade, irmão de plataforma da Toro. 

Ou seja, a nova Montana não precisará ter exatamente a mesma potência e o mesmo torque da nova Toro turboflex para atingir dados similares de aceleração e desempenho, e com o trunfo de possivelmente ser um pouco mais econômica do que a concorrente.

Segundo nossas apurações, a nova Montana deve começar a ser produzida em série na fábrica de São Caetano no começo de 2022. O lançamento deve acontecer entre no segundo trimestre do próximo ano.

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