Como esta multimídia nacional está livrando montadoras do colapso dos chips

Consulte o valor do seu carro na Tabela Fipe 

Devido à crise de semicondutores, diversos setores produtivos entraram em colapso, inclusive o automotivo. Faltam carros zero-quilômetro nas concessionárias, fábricas são constantemente paralisadas e, para estancar o sangue, fabricantes como Toyota e Volkswagen resolveram sacrificar a central multimídia de alguns modelos. 

Semicondutores, grosso modo, são pequenos filetes que conduzem corrente elétrica em muitos produtos que usamos atualmente, desde smartphones até automóveis. Segundo a Chevrolet, um Onix utiliza atualmente cerca de 1.000 semicondutores, sendo 25% deles apenas para serviços de conectividade. 

Como a Mobiauto já analisou, a crise de semicondutores ainda está longe de acabar, causará muito prejuízo e deixará carros mais caros. Cientes desse cenário, algumas fabricantes instaladas no Brasil buscaram uma solução local para resolver o problema, mais precisamente no Estado de Pernambuco. 

Foi assim que a Wings passou a oferecer seus produtos não mais apenas como acessórios, mas também como item de série ou opcional homologado por Toyota e Volkswagen, além de outras duas fabricantes que serão reveladas em breve. 

Isso porque o seu sistema depende menos de semicondutores que estão em falta na indústria, usando chips alternativas e que vêm sendo mais fáceis de encontrar. A história foi contada pelos colegas do Automotive Business.

Atualmente, a Wings tem capacidade de produzir 24.000 mil multimídias por mês. A empresa garante que os novos contratos não comprometeram a capacidade de produção e que ainda há produtos para novos clientes,

O sistema do Corolla já foi apresentado. O dos Volkswagen ainda não tem data para ser lançado. A terceira parceira deve ser revelada em outubro e a quarta, até o fim do ano. Para saber mais da nova central multimídia desses modelos tão procurados pelos consumidores, a nossa redação conversou com o João Marcelo Barros, que contou detalhes do projeto. 

Leia também: O fim do carro popular: entenda por que ele vai morrer em breve

Onde que a nova central multimídia do Corolla tem a mais ou a menos

A antiga multimídia original do Corolla era materializada em uma tela de 8 polegadas, com teclados físicos laterais e compatível com Apple CarPlay e Android Auto. 

A nova, fornecida pela Wings, tem 10 polegadas e é totalmente digital, ou seja, nada de botões físicos. Também não é compatível com IOS ou Android. Mas o que parecia desvantagem ou um sistema inferior adotado durante a crise, pode na verdade trazer mais conectividade do que o Corolla tinha. 

Na própria central, fazendo o login na conta do Google e roteando a internet do smartphone - como já acontece no sistema VW Play -, o usuário pode acessar aplicativos como Waze e Spotify, já instalados de fábrica, ou ainda baixar outros apps via Google Play. 

Leia também: Indústria monta carros incompletos e busca peças de avião para não parar

Por isso, na visão do empresário, a ausência de Android Auto ou Apple CarPlay não vai ser sentida pelos clientes: “O usuário pode fazer a integração via Bluetooth para fazer chamadas. Também é possível espelhar a tela do celular, seja Android ou IOS”, diz. Resta saber o quanto o espelhamento será intuitivo.

Questionado sobre a ausência de botões, que tornam a navegação mais intuitiva quando se está dirigindo, Barros justifica dizendo que a Wings seguiu uma preferência do mercado: “A tela do celular não tem botões, assim como tablets. Ambos têm uma tela estendida sensível ao toque e foi essa tendência que quisemos trazer”.

Leia também: IPVA 2021: quem não pagou no começo do ano paga mais caro agora?

Central multimídia da VW terá Netflix e Google Play

O empresário também antecipou algumas novidades do sistema que equipará até o Nivus, um dos mais novos carros da Volkswagen no mercado.

“É uma central multimídia um pouco diferente da que equipa o Toyota Corolla, a começar tem pelo tamanho da tela, que terá 9 polegadas. Também tem outras funcionalidades, como YouTube, Netflix e Google Play instalados, que podem ser usados unicamente com o carro estacionado”, explica o fundador da Wings. 

Leia também: Seguro do carro: novas regras vão mesmo baratear a apólice?

De onde vêm os semicondutores

O empresário conta que praticamente toda matéria prima é importada da China e de Taiwan. E explica que o mercado automotivo está sendo afetado por depender de modelos específicos de chips, além de muitas fabricantes, ao receberem o produto priorizarem o mercado internacional. 

Talvez você também se interesse: 

Crise de semicondutores vai longe e deixará carros ainda mais caros
O fim do carro popular: entenda por que ele vai morrer em breve
As fabricantes de carro que suspenderam produção na 2ª onda de covid
Ford firma acordo para retomar produção em Taubaté
VW paralisa produção do Gol para preparar a do Polo Track