Como é o motor híbrido flex de 272 cv que a Volkswagen vai fazer no Brasil

Motor é uma evolução do 1.4 TSI e está pronto para receber diferentes tipos de híbridos
Renan Rodrigues
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02.02.2024 às 01:51 • Atualizado em 08.02.2024
Motor é uma evolução do 1.4 TSI e está pronto para receber diferentes tipos de híbridos

A Volkswagen anunciou nesta quinta-feira (1º) um novo investimento de R$ 9 bilhões no Brasil. Esse novo aporte, somado aos R$ 7 bilhões anunciados anteriormente, serão utilizados para produzir 16 novos carros até 2028, uma plataforma para híbridos e um motor híbrido no Brasil.

A Mobiauto já estava de olho nesse motor desde 2022, com flagras do Golf de oitava geração por aqui. O anúncio confirma o que foi revelado pela Mobiauto em setembro do ano passado.

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O propulsor em questão é o 1.5 TSI Evo2, que é uma evolução do atual 1.4 TSI de Volkswagen T-Cross, Polo GTS, Virtus Exclusive e Taos. Essa aplicação também poderá chegar ao Audi Q3, como informamos em 2022.

A relação é tamanha que o novo motor segue como membro da família EA211. O 1.5 preserva bloco, turbo e sistema de injeção direta de combustível. O deslocamento, obviamente, é maior, enquanto a atuação passa a ser no ciclo Miller, o tornando mais eficiente e econômico.

Outra prova da proximidade está nos picos de potência e torque, já que são os mesmos, ou seja, 150 cv e 25,5 kgfm de torque. No entanto, os testes do WLTP mostram que o novo motor é cerca de 4% mais econômico, já que, no Golf, por exemplo, o consumo de gasolina em ciclo misto saiu de 20 km/l para 20,8 km/l.

Porém, uma melhoria importante diz respeito a emissão de poluentes. O 1.4 TSI emite 116 gramas de CO2 a cada 100 km rodados, com gasolina, claro. Já o 1.5 TSI emite 110 g/km, ou seja, uma diferença pouco superior aos 5%. Parece pouco, mas é o suficiente para atentar às normas do Proconve L8, enquanto o veterano 1.4 TSI não está apto à nova fase do programa que regula as emissões dos veículos.

Os trunfos do 1.5 TSI Evo2

Entre as melhorias no projeto do 1.5 TSI Evo2 está no turbo de geometria variável, bem como na pressão da injeção, que foi aumentada de 200 para 350 atmosferas, enquanto o catalisador de três vias com filtro de partículas de combustível foi realocado para perto do motor.

Outro grande trunfo está no sistema ACTPlus, que é responsável pelo gerenciamento ativo de cilindros. Ele desativa dois cilindros em cargas baixas ou médias de potência e torque, o que ajuda a economizar combustível. Esse é sistema geralmente é utilizado por carros maiores, como a Chevrolet Silverado.

No entanto, o maior feito é o ciclo Miller, que retarda o tempo de expansão da câmara de combustão e reduz o de compressão, aumentando a eficiência energética. É por esse motivo que, mesmo com maior deslocamento, não há mais potência ou torque.

Híbrido de várias formas

A adoção do ciclo Miller torna o motor 1.5 TSI Evo2 capaz de aceitar diversos tipos de eletrificação. O mais simples, MHEV ou híbrido leve, e que deve aparecer primeiro nos produtos nacionais, usa um superalternador para substituir o motor a combustão em poucos momentos, como na hora da partida ou na banguela.

Ele também pode receber o sistema HEV, ou seja, um híbrido pleno como o Toyota Corolla. Neste caso, há apenas um motor elétrico. Mas o grande chamariz está nas versões PHEV, ou seja, híbrido plug-in, com recarga externa, como o Haval H6 GT, que terá dois motores elétricos chegando a incríveis 272 cv.

Além do motor híbrido, já sabemos que a Volkswagen fará dois modelos na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a picape intermediária Tarok, com produção em São José dos Pinhais (PR), além do projeto A0 SUV, conhecido com Gol SUV, previsto para 2025 em Taubaté (SP).

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