Como é o motor híbrido da Chevrolet que deve virar flex no Brasil

Novo motor 1.5 turbo híbrido plug-in e 1.3 turbo híbrido-leve deverão ser a luz no fim do túnel para a empresa
Diego Dias
Por
12.12.2023 às 16:35
Novo motor 1.5 turbo híbrido plug-in e 1.3 turbo híbrido-leve deverão ser a luz no fim do túnel para a empresa

Há pouco mais de dois anos a General Motors afirmou que produziria somente carros elétricos a partir de 2035, algo que seria válido para todas as marcas do grupo e que atingiria também o Brasil, com a Chevrolet. Mas muita coisa mudou de lá para cá e as questões sobre o carro elétrico ser a solução para todo o mundo no curto prazo ficaram em dúvida, principalmente em mercados emergentes como o Brasil, onde os carros elétricos ainda são caros.

Com isso, vemos que a transição para a mobilidade 100% elétrica levará muito mais tempo do que o imaginado, tanto que até executivos de montadoras da Europa tiraram o pé do acelerador nesse assunto.

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Voltando para o Brasil, temos a Chevrolet, que repensou sua estratégia de eletrificação no país, como detalhou o colunista Fernando Calmon no final de novembro. Dessa forma, a GM deverá apostar nos híbridos-leves e híbridos para seguir seu rumo no mercado nacional.

Sem ter muito para onde correr por conta das reviravoltas da Chevrolet nos últimos tempos, à exemplo do cancelamento da parceria com a Honda para desenvolver um veículo elétrico popular – algo que afetou diretamente o Brasil, a GM não deverá escapar do desenvolvimento de híbridos no país para atender às exigentes normas do Proconve L8, que vigora a partir de 2025.

Embora a matriz da GM em Detroit tenha optado por fazer uma transição direta dos motores a combustão para elétricos, em outros mercados a gigante norte-americana vai repensar seu futuro. No caso do mercado brasileiro, a GM deverá se render aos híbridos para não abandonar sua operação no Brasil.

Assim, hoje já temos duas prévias de tecnologias que certamente aparecerão por aqui: o já falado Monza chinês híbrido-leve de 48V e o Equinox chinês com tecnologia híbrida plug-in, nova versão que pintou em registro de patente na China.

Motor híbrido plug-in

Antes de irmos adiante, vale dizer que o Chevrolet Equinox comercializado no mercado chinês nada tem a ver com o SUV vendido no Brasil. Dito isso, a nova versão do Equinox apareceu por meio do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação na China antes de sua apresentação mundial.

E se o SUV não nos desperta interessa, sua motorização híbrida plug-in vai no caminho contrário e muito importa para o futuro da GM no Brasil. Isso porque ele poderá ser uma opção forte para a marca apostar por aqui, já que seria uma ótima alternativa viável para a GM produzir no mercado nacional.

É importante lembrar que durante o Congresso Auto Data o vice-presidente de Comunicação de Relações Governamentais da Chevrolet, Fábio Rua, anunciou que “muito em breve” haverá a revelação de um novo ciclo de investimentos. Será que tal montante virá para uma nova família de motores?

Falando da motorização PHEV do novo Chevrolet Equinox, o SUV combina um motor 1.5 turbo a gasolina de 172 cv de potência a outro propulsor elétrico de 190 cv. Infelizmente ainda não há qualquer informação de potência combinada, nem mesmo torque, consumo ou autonomia. Mas a julgar pela combinação de motores, podemos esperar uma potência próxima ou até superior ao do GWM Haval H6 HEV, que entrega 243 cv combinados do seu 1.5 turbo + motor elétrico.

Assim o novo motor 1.5 turbo híbrido plug-in (PHEV) da GM poderá ser uma bela cartada na mesa para a Chevrolet colocá-lo em um algum veículo inédito no Brasil e dar seguimento a uma nova fase por aqui.

Para o ano que vem estão previstas as reestilizações da nova S10 e o novo Trailblazer, bem como a nova Spin. Onix e Onix Plus também devem mudar, pois estão na mesma desde seu lançamento em 2019.

Motor híbrido-leve

Como dissemos no final de novembro, o novo Chevrolet Monza chinês pode ser a resposta para o futuro da GM no mercado brasileiro. Assim como o Equinox chinês, não estamos falando do veículo em si, mas sim da sua tecnologia.

Podemos apostar que, enquanto o motor 1.5 turbo híbrido plug-in seria uma alternativa mais potente na gama da Chevrolet para modelos maiores, o 1.3 turbo de três cilindros com tecnologia híbrida-leve de 48 Volts estaria à disposição para carros intermediários.

Seu conjunto motriz é formado por um motor 1.3 turbo de três cilindros, cuja potência fica em 165 cv e o torque em 23,5 kgfm. No lugar do alternador, traz um pequeno conjunto elétrico de 48 Volts que alimenta uma pequena bateria, algo similar ao sistema Bio-Hybrid MHEV (híbrido leve) que a Stellantis lançará em breve no Brasil.

Não há um motor elétrico de tração, mas o “superalternador” entra em ação em momentos pontuais, como a fase fria do motor ou situações de desaceleração e retomada, ajudando a poupar combustível e, mais ainda, a melhorar os índices de emissões de poluentes.

O que podemos dizer é que com a produção tanto do motor 1.3 turbo híbrido-leve quanto do 1.5 turbo híbrido plug-in no Brasil, ambos os propulsores certamente adotarão a tecnologia flex para também beberem etanol e, assim, melhorarem ainda mais seus índices de emissões. Afinal, a fase L8 do Proconve já bate na porta.

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