Como a Chevrolet Zafira ajudou a salvar a Porsche da falência
Geralmente, cada marca conta com seu time de projeto e engenharia para tirar os veículos do papel e levá-los à linha de produção. Mas, existem exceções, como é o caso da Chevrolet Zafira, que ainda por cima serviu de fôlego financeiro para salvar a Porsche.
Mas como a minivan vendida no Brasil até 2012 está ligada à marca de luxo alemã? Senta que lá vem história.
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No início dos anos 1990, a Porsche “não andava muito bem das rodas” financeiramente. Uma das soluções encontradas pela montadora para ganhar um fôlego no caixa foi emprestar seu time de engenheiros e desenvolvedores para outras marcas, algo recorrente na história da montadora.
A também alemã Opel aproveitou essa oportunidade. Na época, a marca fazia parte do grupo da General Motors, dona da Chevrolet. Assim, a Opel requisitou os serviços da Porsche para criação de uma minivan de sete lugares, mas nada de luxo, o perfil do projeto era popular.
Então, surgiu a Opel Zafira, um projeto destinado ao grande público, mas feito pela Porsche. Para se ter uma ideia da importância da Zafira, ela tem até um lugar no museu da Porsche, na Alemanha, em meio aos esportivos icônicos produzidos pela marca.
A Porsche também foi decisiva para criação da plataforma e sistema de suspensão da Zafira. Para não encarecer tanto o projeto, boa parte das peças da minivan eram compartilhadas com o Opel Astra.
Opel Astra, Vectra, Corsa, Omega, entre outros, o que todos esses modelos têm em comum? Ambos chegaram ao Brasil, mas em vez de Opel, o logo estampado era da Chevrolet.
Não foi diferente com a Chevrolet Zafira. Em 1999, o projeto foi parar nas linhas de produção. No entanto, foi em 2001 que a minivan de sete lugares desembarcou no Brasil, onde ficou por 11 anos.
Uma das grandes sacadas da Zafira era a terceira fileira de bancos, com os assentos escamoteáveis, os quais ficavam rentes ao assoalho do bagageiro. Com cinco lugares, a capacidade do porta-malas era de 535 litros, mas com sete lugares disponíveis, esse número cai para 200 litros.
O entre-eixos da minivan era de 2,70 metros, espaço para passageiros, mas é facilmente encontrada atualmente para o transporte de cargas, ainda que não seja essa sua vocação.
Em 2005, a minivan ganhou um reforço na cavalaria com a chegada do motor 2.0 Flex. Power da GM, que rendiam 127/121 cavalos em ambas as versões Comfort, Elegance e Elite.
Câmbio automático de quatro marchas, airbags frontais e laterais, computador de bordo faziam da versão Elite um diferencial e tanto para época. Para quem tem aversão ao etanol, a ZafCira tinha versões somente a gasolina também.
Além do 2.0 8V, a Zafira teve o propulsor com a mesma capacidade volumétrica, mas de 16 válvulas. Nessa configuração, o trem de força rende até 140 cv.
O sucesso da Zafira pavimentou o caminho para chegada da sua substituta, a Chevrolet Spin. Porém, as minivans deixaram de estar na preferência dos brasileiros, deixando a Spin como modelo de sete lugares requisitada pelos taxistas.
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Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.