Citroën Grand C4 Picasso é 7 lugares mais refinado e barato que C3 Aircross

Minivan saiu de linha no Brasil em 2019, mas ainda é mais potente, espaçosa e tecnológica que o SUV novato
Renan Rodrigues
Por
06.12.2023 às 13:10
Minivan saiu de linha no Brasil em 2019, mas ainda é mais potente, espaçosa e tecnológica que o SUV novato

O Citroën C3 Aicross foi lançado com a marca francesa reverenciando a simplicidade do projeto. Desde que a Stellantis foi formada, Fiat e Citroën foram posicionadas como marcas de entrada, cada uma com um público-alvo. No entanto, a marca parece ter esquecido do seu passado recente.

A Citroën tem um passado recente de carros com design futurista, recheados de equipamentos e consideravelmente mais complexos que o C3 Aircross. Um desses exemplos é também um carro de sete lugares. O Grand C4 Picasso, vendido no Brasil até 2019.

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No entanto, o preço, considerado alto na época, bem como as desconfianças com as marcas francesas e a preferência do público por SUVs mataram a minivan francesa. O último ponto pode ser considerado um fator global, já que o Grand C4 Picasso se aposentou no mundo inteiro.

Porém, se a sua necessidade é por um carro de sete lugares, olhar para o mercado de usados pode ser uma grata surpresa, já que o C4 já está mais barato que o recém-lançado C3 Aircross. E ainda tem outras vantagens.

Preço

Começando pelo preço, enquanto o C3 Aircross de cinco lugares sai por R$ 109.990 na versão de entrada e chega aos R$ 129.990 na versão topo de linha, a tabela Fipe do Grand C4 Picasso varia entre R$ 99.924 e R$ 128.120, dependendo do ano. Lembrando que o modelo ficou em linha entre 2016 e 2019.

No entanto, é comum encontrar anúncios na casa dos R$ 98 mil, mesmo para as unidades mais novas. Isso acontece graças a forte desvalorização que os modelos da Citroën sofriam nos primeiros anos de mercado.

Lembrando que os preços das versões de sete lugares do C3 Aicross ainda não foram revelados, mas a expectativa é que essas configurações sejam R$ 8 mil mais caras que as equivalentes com cinco assentos.

Equipamentos

Em termos de equipamentos, é uma surra do Grand C4. Começando pelo básico, enquanto o C3 Aircross tem no máximo quatro bolsas de ar, freios a tambor na traseira e ar-condicionado de apenas uma zona, o Grand C4, em todas as versões, tem seis airbags, freios a disco nas quatro rodas e ar-condicionado de duas zonas.

Por falar no ar-condicionado, enquanto o C3 Aicross tem um sistema chamado de bowler, ou seja, um difusor no teto que apenas empurra o ar da frente da cabine para o fundo, o Grand C4 Picasso tem saída de ar-condicionado para segunda fileira com regulagem de intensidade.

Voltando aos equipamentos, a minivan tem freio de estacionamento elétrico, lanternas em LED, faróis bixenônio com acendimento automático, chave presencial, volante em couro com regulagem de profundidade e teto solar panorâmico. Todos indisponíveis no C3 Aicross.

Quando partimos para os opcionais, aí o abismo fica ainda maior. Caso encontre uma versão com o Pack Comfort, haverá bancos em couro, apoios de cabeça supercomforto, bancos dianteiros com massageador, banco do passageiro com apoio de perna escamoteável, luzes de leitura nas mesas tipo avião da segunda fileira, retrovisores com memória e tilt down, park assist, câmera 360º, monitor de ponto cego e detector de obstáculos.

Havia ainda o Pack Luxe, que além dos itens acima, adiciona leitor de placas de velocidade, comutação automática de farol alto, retrovisores eletrocrômicos, alerta de desvio involuntário de faixa, centrais multimídia com sistema “plug and play” na segunda fileira com entradas de vídeo e áudio, telas LCD e dois fones de ouvido Bluetooth e recarregáveis.

Para não dizer que o Aircross não tem nenhuma vantagem, sua central de 10 polegadas é capaz de espelhar Android Auto e Apple Carplay sem a necessidade de cabo, item necessário na tela de 7 polegadas da Grand C4.

Desempenho

Antes de qualquer comparativo sobre motores, vale ressaltar que o C3 Aircross tem bom desempenho, mas só conseguimos testar com o carro vazio. Ainda assim, há uma diferença importante entre os dois carros de sete lugares.

Enquanto o C3 Aicross tem motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm, a Grand C4 Picasso é equipada com o famoso motor 1.6 THP. Neste caso, o motor bebe apenas gasolina e rende 165 cv e 24,5 kgfm de torque. O 0 a 100 km/h do Aircross é feito em 9,8 segundos no melhor cenário, enquanto a minivan faz em 8,4 segundos. Ambos utilizam o câmbio automático de seis marchas.

O C3 Aicross ganha no peso, já que em ordem de macha pesa 1.272 kg contra 1.320 kg do Grand C4 Picasso. No entanto, o motor THP entrega o máximo de torque em 1.400 rpm, enquanto o 1.0 turbo do Aircross tem a força máxima extraída em 1.750 rpm.

Espaço

Quem compra um carro de sete lugares está procurando por espaço e essa é uma das vantagens do C3 Aircross perante seus concorrentes, ou seja, os SUVs compactos. No entanto, sofre nova derrota quando comparamos com a Grand C4 Picasso.

No C3 Aicross são 4.320 mm de comprimento; 2.675 mm de entre-eixos; 1.796 mm de largura; 1.678 mm de altura e 493 litros de porta-malas com terceira fileira removida e apenas 40 litros com a fileira em uso.

Já a Grand C4 Picasso tem 4.598 mm de comprimento; 2.840 mm de entre-eixos; 1.826 mm de largura; 1.644 mm de altura. O porta-malas é um tanto quanto modular, uma vez que a segunda fileira de assentos é corrediça, diferentemente do Aircross. Portanto, há três medidas: 130 litros com a terceira fileira erguida, 575 litros com a segunda fileira na posição mais recuada e 704 litros com a segunda fileira na posição para frente.

Há ainda a questão da terceira fileira. Ambas não são destinadas para viagens muito longas ou adultos com estatura acima da média. No entanto, o espaço no Grand C4 Picasso é maior e ajustável, graças ao banco corrediço da segunda fileira.

Portanto, em todos os aspectos, o Grand C4 Picasso parece um melhor negócio para quem precisa de um carro de sete lugares do que o Citroën C3 Aircross, exceto para mostrar ao vizinho um carro recém-lançado.

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