Chevrolet Monza híbrido é a resposta para futuro da GM no Brasil

Sedan compacto-médio tem motorização híbrida leve que poderia ser aproveitada pela fabricante em seu processo de eletrificação nacional
LF
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29.11.2023 às 09:00
Sedan compacto-médio tem motorização híbrida leve que poderia ser aproveitada pela fabricante em seu processo de eletrificação nacional

Na semana passada, o colunista da Mobiauto Fernando Calmon contou que a GM está repensando sua estratégia de eletrificação para o Brasil. Em vez de uma transição direta dos veículos a combustão para elétricos a bateria, como fará em mercados como os Estados Unidos, a detentora da marca Chevrolet está reconsiderando seu posicionamento global e pode acabar se rendendo aos híbridos para não desaparecer no Brasil.

Isso porque a legislação brasileira não está evoluindo como a americana e, em especial, a europeia. Enquanto estas vêm estabelecendo prazos para a extinção de modelos que usam motores térmicos, aqui as leis de emissão ficarão pouco a pouco mais rígidas, sem exigir um único tipo de tecnologia motriz para os carros.

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Inicialmente, a empresa americana pretendia contornar essas questões trazendo elétricos importados da China, a preços mais acessíveis, a partir de 2025. Ao mesmo tempo, preparava uma nova família de elétricos de baixo custo em parceria com a Honda, e com chances de produzi-los em nosso País, até o fim desta década.

Contudo, os planos passaram por reviravoltas drásticas nos últimos tempos. Primeiro, a matriz da GM cancelou o projeto que tinha com a Honda para desenvolver um elétrico popular, o que afetou diretamente o planejamento no Brasil. Segundo, o governo brasileiro anunciou a aplicação de Imposto de Importação sobre elétricos importados já a partir de 2024.

Praticamente sem ter para onde correr, a Chevrolet dificilmente terá como escapar de desenvolver produtos híbridos no Brasil, a fim de atender às exigentes normas do Proconve L8. Elas entrarão em vigor em 2025 e ficarão ainda mais rigorosas em 2027. E é aí que o atual Chevrolet Monza chinês pode ser a solução.

Não que haja planos de lançar o novo Monza no Brasil. Não os há. O segredo está na motorização híbrida leve de 48 Volts utilizada em uma das configurações do sedan compacto-médio, cujo porte se assemelha ao de um VW Virtus.

Seu conjunto motriz é formado por um motor 1.3 turbo de três cilindros, que não pertence à família de motores CSS Prime dos nacionais Onix, Onix Plus, Tracker e Montana. Ne verdade, ele sequer é o mesmo motor que o 1.3 turbo com injeção direto usada pelo Tracker chinês, da linhagem Global e-Turbo.

Estamos falando de um 1.3 turbo com injeção indireta de combustível, desenvolvido pela chinesa SAIC, parceira histórica da Chevrolet por lá. Seu sistema de injeção é duplo, através de injetores gêmeos localizados mais próximos às válvulas de admissão, o que não tem o nível de eficiência ou sofisticação de uma injeção direta, mas já ajuda a aumentar a eficiência térmica.

São 165 cv de potência e 23,5 kgfm de torque. A ele se alia um pequeno conjunto elétrico de 48 Volts que substitui o alternador e alimenta uma pequena bateria, de modo similar ao sistema Bio-Hybrid MHEV (híbrido leve) que a Stellantis lançará em breve no Brasil.

Não há um motor elétrico de tração, mas o “superalternador” entra em ação em momentos pontuais, como a fase fria do motor ou situações de desaceleração e retomada, ajudando a poupar combustível e, mais ainda, a melhorar os índices de emissões de poluentes.

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