Chevrolet fará carros elétricos no Brasil e eles podem ter dedo da Honda

Presidente da GM na América do Sul deixou clara a intenção da empresa de ser a primeira fabricante instalada aqui a produzir veículos elétricos
LF
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20.04.2023 às 18:00 • Atualizado em 11.10.2023
Presidente da GM na América do Sul deixou clara a intenção da empresa de ser a primeira fabricante instalada aqui a produzir veículos elétricos

A General Motors já anunciou que fará uma transição direta e global dos automóveis puramente a combustão para aqueles 100% elétricos, sem transitar pelo universo de possibilidades de modelos híbridos.

A decisão, por suposto, afetará o Brasil, tanto que a fabricante terá em sua gama local de produtos pelo menos cinco produtos elétricos nos próximos três anos: o já lançado Bolt, seu irmão SUV Bolt EUV, o crossover médio Equinox EV, o SUV grande Blazer EV e a picape grande Silverado EV.

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A boa notícia é que, ao que parece, a empresa de origem americana tem em estágio bem avançado um plano para produzir veículos elétricos no Brasil, que serviria de polo de exportação para toda a região. Foi o que declarou ninguém menos que Santiago Chamorro, presidente da companhia na América do Sul, a jornalistas nesta semana.

“[Nossa região] tem potencial de se tornar um polo para produção e exportação de tecnologias e de veículos elétricos, considerando as condições adequadas que temos aqui, como matéria-prima para produção de baterias, engenharia qualificada, parque industrial bem desenvolvido e grande mercado consumidor em potencial”, disse, segundo comunicado oficial da marca.

Na coletiva, Chamorro afirmou ainda que, entre as montadoras aqui instaladas, a GM deve ser a primeira a nacionalizar a produção de veículos elétricos, e que isso vai acontecer em um futuro “não muito distante de agora”. A marca enxerga Brasil e Chile como polos importantes para extração de matérias-primas e produção local de baterias e veículos.

Para a Mobiauto, o entendimento é claro: se Chamorro disse o que disse tão explicitamente, é porque as negociações para um plano de investimentos nesse sentido junto à matriz já se encontram em estágio avançado. Isso se já não estiver consolidado, carecendo apenas de minúcias para ser anunciado. O que é uma excelente notícia.

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Ao tomar a decisão, a GM usará veículos elétricos em volume mais alto a fim de formar um mix com modelos 100% a combustão que permitam a ela cumprir com as rigorosas metas de emissão do Proconve L8. 

Conforme explicamos neste outro artigo, em vez de todos os modelos terem de cumprir igualmente as mesmas metas de emissão, a partir de 2025 as fabricantes poderão usar veículos de alta eficiência para compensar os níveis de emissões de modelos mais poluentes. Tudo será calculado de acordo com o volume de vendas de cada produto.

Se a General Motors apostará alto nos elétricos, pode fazê-lo aproveitando-se de um projeto global a ser tocado em parceria com a Honda, que visa a “oferecer uma linha atrativa e mais acessível de veículos elétricos em escala global, incluindo nossos principais mercados na América do Norte, América do Sul e China”, conforme anunciado exato um ano atrás.

Segundo o comunicado de abril de 2022, GM e Honda criarão juntas uma família de SUVs compactos elétricos a partir da plataforma Ultium, criada pela marca americana. Nela, módulos são agrupados e montados em grandes pacotes instalados diretamente no chassi, aprimorando a rigidez torcional da estrutura e o espaço interno.

O primeiro produto dessa parceria está previsto para ser lançado em 2027. A Mobiauto aposta que é desta família que virá o possível primeiro automóvel elétrico feito pela General Motors em solo brasileiro. E não se espante se a produção for compartilhada com a própria Honda. Nada disso, entretanto, deve ocorrer antes de 2028 ou 2030.

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