Carros a etanol podem voltar ao Brasil, mas de um jeito (bem) diferente
Os carros a etanol completariam 45 anos se ainda existissem. A história começou muito antes da virada para este século, quando a Fiat lançou o 147 a álcool, em julho de 1979. Além de apresentar a nova tecnologia, o subcompacto também marcou história por ser o primeiro modelo fabricado em Betim (MG), onde a marca tem instalações até hoje.
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Os carros a etanol perderam espaço no Brasil com a chegada dos flex. A opção de ter um motor flexível com possibilidade de ser abastecido por gasolina ou etanol, que já completaram duas décadas, seguem nas graças dos consumidores e que estão no alvo até das marcas chinesas.
Mas isso não foi um fim da linha para os motores a combustão que funcionam com etanol. A tecnologia pode voltar, principalmente para carros elétricos. O motor a combustão a etanol tem um ponto que agrada as fabricantes: baixo volume de emissões. E foi mencionado durante o Fórum Direções, organizado pela revista Quatro Rodas.
E isso torna a motorização aliada das empresas para estarem dentro das novas regras de emissão e para se encaixar nos planos de ESG. Afinal, os poluentes emitidos por esse tipo de veículo se torna praticamente zero considerando tudo aquilo que a plantação de cana-de-açúcar absorveu em fotossíntese.
A novidade é que o motor a etanol será um grande aliado seja para atuar junto de carros elétricos. O etanol pode ser desde uma célula de combustível para alimentação das baterias dos modelos movidos a bateria, quanto um extensor de autonomia.
No primeiro dos caso, o sistema é mais complexo. O carro é abastecido com etanol, mas passa por toda uma reação física-química para explodir e ter essa energia aproveitada para recarga do sistema elétrico. O segundo é mais simples e já está sendo aplicado no Brasil.
Semanas atrás a Mobiauto contou sobre o ônibus da Volare,que é elétrico e usa um motor 1.0 do Renault Kardian para aumentar suaautonomia. A usina térmica não traciona as rodas, por isso não se trata de um modelo híbrido, e sim um EREV.
Ou seja, independentemente se for como um extensor de autonomia ou sendo um complexo sistema de célula de etanol, os carros podem voltar a ter etanol no tanque como único combustível possível. Será que vai demorar para termos um novo "cachacinha" no Brasil? Aguardemos.
Por Renan Bandeira
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.