BYD Dolphin: por que o hatch é mais caro na Europa que no Brasil

Modelo abriu mão de poucos equipamentos, manteve conjunto elétrico e já é o mais vendido do Brasil
Renan Rodrigues
Por
18.08.2023 às 08:00
Modelo abriu mão de poucos equipamentos, manteve conjunto elétrico e já é o mais vendido do Brasil

O BYD Dolphin chegou ao Brasil como fenômeno entre os elétricos. A estratégia da marca chinesa era a de entrar com tudo no mercado e precisava de um preço agressivo para isso. E fez, tanto que o modelo é vendido mais barato no Brasil que na Europa, sendo contrário à lógica que estamos acostumados a ver por aqui.

Com isso, o BYD Dolphin se tornou o carro mais vendido dessa categoria com mais de três mil unidades emplacadas até o final de julho – pouco tempo depois de seu lançamento, e causou um efeito avalanche nos preços dos concorrentes, forçados a baixarem os valores das etiquetas.

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Vale lembrar que o BYD Dolphin também é vendido na Europa e, curiosamente, é mais caro no Velho Continente do que aqui no Brasil. É uma lógica inversa do que vemos normalmente, já que os preços praticados em carros importados são consideravelmente mais caros.

Em Portugal, por exemplo, o Dolphin é ofertado em quatro versões. A mais barata delas é a Active, que tem preço sugerido de 29.990 euros, o equivalente a R$ 162 mil em conversão direta. O hatch é ofertado em versão única no Brasil por R$ 149.800.

O conjunto elétrico é o mesmo, um motor de 94 cv de potência e 18,3 kgfm de torque. A autonomia declarada pela BYD é de 400 km, mas segundo o padrão de testes WLTP, mais utilizado na Europa, a autonomia é de 327 km. Para o Inmetro, que instituiu seu próprio padrão e é mais pessimista, o alcance é de 291 km.

A lista de equipamentos é bem parecida, há todo o chamado “kit dignidade”, com ar-condicionado, direção elétrica, vidros e retrovisores elétricos. Central multimídia de 12,8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, chave presencial, câmera 360, monitoramento de pressão dos pneus e rodas de liga leve de 16 polegadas.

No entanto, o BYD Dolphin oferecido para o público português leva a vantagem de oferecer o controle de cruzeiro adaptativo e bancos do motorista com ajustes elétricos, e ambos ficaram de fora do pacote brasileiro.

Quem quiser mais potência, pode comprar a versão Boost, que tem 176 cv e 310 km de autonomia por 30.690 euros, o que equivale a R$ 166.228. Logo acima, o Dolphin Comfort tem 427 km de autonomia e 204 cv, mas salta para 35.690 euros, o que convertida dá R$ 193.310.

A topo de linha é a Design, que adiciona rodas de 17 polegadas, vidros laterais e traseiros escurecidos, carregador de celular por indução, teto solar panorâmico e exterior com pintura em dois tons por 37.690 euros, o que representa R$ 204.143.

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