BMW iX3 é adaptação bem-sucedida e faz barulho de nave espacial
Em geral, adaptar um carro a combustão para rodar com motores elétricos cria desarranjos na dinâmica, especialmente na distribuição de peso, já que, em geral, se tira o motor a combustão da dianteira e o espaço não é ocupado por baterias ou motores elétricos.
Ainda assim, a BMW resolveu colocar toda a sua expertise na dinâmica automotiva e utilizar plataforma do X3 para criar o iX3. Agora, o SUV elétrico desembarca no Brasil com preço sugerido de R$ 475.950.
Ao contrário do BMW IX, que também já avaliamos, o iX3 não nasceu elétrico. No entanto, a marca bávara soube contornar bem essa situação e até melhorar o modelo em relação ao X3. A Mobiauto teve um breve contato com o iX3 e relata abaixo as primeiras impressões.
Quase idêntico
Visualmente, iX3 e X3 são basicamente idênticos. Há mudanças nas rodas, que são mais fechadas para melhorar a aerodinâmica. O mesmo acontece com a grade, que é em preto brilhante e fechada, já que não há motor a combustão para resfriar.
No entanto, as baterias precisam ser resfriadas e, para isso, o para-choque ganhou entradas de ar na parte inferior. Por fim, para identificar o iX3, também pode-se recorrer a detalhes azuis, como em volta do símbolo da BMW.
No interior, novamente, tudo praticamente igual. A exceção é para as funções da central multimídia que refletem o consumo de energia elétrica. Além disso, os detalhes azuis também fazem parte do acabamento.
O vacilo nesse sentido é que, apesar de não precisar manter o túnel elevado, já que no assoalho estão as baterias, a BMW não alterou o espaço traseiro, que seria um ganho para o iX3.
Carregamento varia entre 32 minutos e 40 horas
O BMW iX3 tem um motor elétrico de 286 cv e 40,8 kgfm de torque, enquanto as baterias são de 80 kWh, mas apenas 74 kWh são utilizáveis. Com isso, a garantia é de 460 km, de acordo com o ciclo WLTP.
O sistema tolera picos de carga de 150 kW para o carregamento em carga contínua. Isso significa que as baterias podem sair de 10% para 80% em apenas 32 minutos nesse cenário.
Em corrente alternada, a que utilizamos em casa, por exemplo, o pico máximo é de 11 kW, isso se o proprietário tiver rede trifásica. A boa notícia é que o iX3 é entregue tanto com o carregador portátil, para utilizar tomadas (e que pode receber o plug tipo steck para aumentar a potência), como com um wallbox. No cenário de potência máxima, a recarga é de 7h30.
Agora, caso o proprietário precise utilizar uma tomada convencional, que tem pico de potência em 2,3 kW, o tempo de recarga passa para 40 horas.
Tem muito chão
Como falamos no começo do texto, adaptar um carro a combustão para rodar com eletricidade pode criar problemas na dinâmica. Em geral, quando as marcas utilizam uma plataforma que não é para carros elétricos, percebemos certos desequilíbrios na rodagem.
Isso acontece especialmente pela ausência de peso na dianteira. No entanto, não é o caso do iX3. Ele parece ter nascido para ser elétrico e sua dirigibilidade é até um pouco melhor que o do X3.
Isso acontece graças ao peso extra das baterias, que são montadas no assoalho e baixam um pouco o centro de gravidade do SUV. Dessa maneira, as saídas de curvas do iX3 garante diversão ao dirigir em uma região de serra, como foi nosso caso.
Obviamente, se tratando de um carro elétrico, o desempenho é muito bom e o torque é entregue de forma instantânea. Isso tudo associado ao comportamento dinâmico, tornam do iX3 o carro elétrico mais próximo de um carro a combustão.
A grande diferença, está no som. Ao invés de um motor rugindo, a BMW criou sons que mudam entre o modo de condução Comfort, que é mais fino e convencional para um carro elétrico, enquanto no modo Sport o som aumenta quando o pedal é pressionado, em um barulho digno de um filme da franquia Star Wars.
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Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.
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