Melhor do que isso: mesmo que o smartphone esteja há algumas horas sem bateria, ainda assim o destravamento acontece! Tudo porque a conexão entre veículo e app se dá através da chamada banda ultralarga (UWB ou ultra wideband, em inglês), na velocidade da luz.

É possível, inclusive, permitir que outros celulares, como o do(a) cônjuge ou dos filhos, façam o mesmo, com a opção de delimitar um raio de uso e uma velocidade máxima de tráfego caso você vá emprestar o carro para o filhão empolgado que acabou de tirar a CNH, por exemplo.

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Cabine mais parece sala de cinema

Ao entrar no iX, mais surpresas. O fechamento das portas também parece ocorrer como num passe de mágica: basta encostá-las e um sistema de sucção completa o serviço. Antes, ao abri-las, luzes são projetadas no chão e alumiadas na base interna dos vidros laterais, dando as boas-vindas e servindo para avisar, com luzes piscando, se a bateria está com carga baixa.

Atrás do volante, uma peça flutuante levemente curvada no topo do painel, similar à telona de um cinema, integra o quadro de instrumentos de impressionantes 14,9” e a central multimídia de 12,3”. Esta última tem tela sensível ao toque de altíssima resolução, mas também pode ser controlada por comandos de voz ou gestos.

Ao fazer movimentos giratórios com os dedos, você consegue aumentar ou reduzir a temperatura e a intensidade do ar-condicionado, ou ainda o alterar volume do som. Falando nele, o sistema Bowers & Wilkins Diamond Surround tem 30 alto-falantes e inclui subwoofers até dentro dos bancos dianteiros (um no encosto, outro no assento).

Tudo para sentir o áudio vindo de diferentes direções, o chamado áudio 4D, mais uma vez como se estivéssemos em uma sala de cinema. Ao mesmo tempo, o banco traseiro mais parece um sofá, incluindo abas laterais integradas às colunas C. E como o assoalho do iX é totalmente plano, dá até para esticar as pernas. 

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Couro tratado com oliva, botões de cristal

Nas guarnições das portas e console central, peças de cristal são usadas como botões ou seletores giratórios para ajustes elétricos dos bancos dianteiros, sistema de transmissão (por ser elétrico, não há uma caixa de câmbio) e funções do sistema de entretenimento. 

Aliás, os comandos dos bancos ficam nas portas, como os carros da Mercedes-Benz já fazem. Só que não há maçanetas para abri-las internamente, apenas botões, e os puxadores também podem servir como porta-celular. Há até uma câmera no console de teto para tirar fotos dos ocupantes da cabine em uma viagem, por exemplo. A imagem é espelhada na tela multimídia.

O couro natural que reveste boa parte da cabine, segundo a BMW, é tratado com extrato de oliva, o que emite menos poluentes no processo de confecção. E a madeira usada em partes do painel e do console é certificada, sempre de acordo com a marca.

Outro grande destaque da cabine é o teto panorâmico. Ele não é solar, portanto, não abre. Tampouco há uma cortina contra os raios do sol. Em vez disso, o vidro é eletrocrômico e inteligente. Ao apertar de um botão no console de teto, ele fica opaco e não permite que a luz entre.

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Grade à prova de riscos, capô que não abre

Por fora, o iX traz muitos elementos em alumínio e até plástico na carroceria, além de partes não estruturais em fibra de carbono nas colunas A, B, C e D. Tudo para reduzir peso e coeficiente aerodinâmico, além de aumentar a rigidez.

Sobre o coeficiente de arrasto, ele fica em apenas 0,25 Cx, número de dar inveja a muitos hatches ou sedans, apesar de estarmos falando de um SUV com dimensões próximas às de um X5 (4.953 mm de comprimento, 1.967 mm de largura, 1.695 mm de altura e 3.000 mm de entre-eixos). 

Os faróis são de LED inteligentes com laser. Já a grade, falsa, esconde os sensores dos sistemas semiautônomos e é regenerativa: através de calor, faz pequenos riscos sumirem. Claro que se o dano for uma lasca estrutural, não apenas um risquinho superficial, aí não terá jeito...

Como não há motor a combustão, o capô – surpresa! –, é lacrado e só pode ser aberto com ferramental. Afinal, os dois motores elétricos ficam na base de cada uma das suspensões e são acessados por baixo, assim como o banco de baterias. A tração é sempre integral, com distribuição variável entre 50:50 ou até 100% do torque entregue às rodas traseiras.

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Ah, sim: ele é elétrico

Pois é, o BMW iX é um SUV elétrico, o que em seu caso vira um detalhe. São duas as configurações: na xDrive40, os dez módulos de bateria têm 232 Ampère de capacidade, 76,6 kWh de carga bruta e 330 Volts de tensão. São 326 cv de potência e 64,2 kgfm de torque, com 425 km de autonomia medidos no ciclo europeu WLTP.

Já a xDrive50 possui um conjunto mais robusto, com 303 Ah de capacidade, 111,5 kWh de carga e 369V de tensão. A potência sobe para 523 cv, o torque, para 78 kgfm e o alcance (WLTP), para 630 km. Já a aceleração de 0 a 100 km/h cai de 6,1 para 4,6 segundos. Só a velocidade máxima segue limitada eletronicamente a 200 km/h.

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BMW iX: quando chega e quanto custa

Lembra do cenário do dono de iX descrito lá no começo deste artigo? Pois os primeiros compradores do modelo poderão experienciar isso na prática a partir de abril, quando chegará importado da Alemanha o primeiro lote de unidades para entrega aos clientes. 

Na pré-venda, a marca bávara vendeu 30 exemplares em apenas 12 horas, mesmo sem apresentar o iX presencialmente e cobrando um sinal de R$ 50.000.  Quem não pôde reservar o seu na ocasião está sendo colocado em uma lista de espera para obtenção dos primeiros lotes do modelo. 

A empresa prepara para março sua apresentação in loco no país, com oportunidade de test-drives. A Mobiauto, porém, já conheceu o iX de perto e participou de um workshop sobre o modelo em São Paulo (SP). Lá, pudemos ver em ação todos os recursos citados acima. Só faltou dirigir, mas mesmo a experiência estática foi de fazer cair o queixo.

Claro que nem todas as tecnologias estarão disponíveis nas duas versões. A xDrive40, precificada em R$ 654.950, dispensará algumas delas, como o sistema de áudio mais sofisticado, além de ter um conjunto elétrico não tão robusto e potente. Para ter acesso a tudo que foi mencionado acima, será preciso desembolsar R$ 799.950 pela configuração xDrive50.

E olha que nem havíamos falado da conectividade 5G embarcada (sequer disponível no Brasil, mas já pronta para uso quando isso acontecer) ou da navegação com realidade aumentada (usando a câmera frontal do veículo, ela projeta imagens da rua na central e inclui indicadores virtuais de conversão ao melhor estilo Mario Kart).

Na parte de segurança, o iX traz cinco câmeras, cinco sensores de radar e 12 sensores ultrassônicos para operar assistências de condução como controle de cruzeiro adaptativo (ACC), assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma emergencial, alerta de colisão traseira e estacionamento 100% autônomo (sem necessidade de o motorista sequer frear). 

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Bom demais, chamativo de menos

Seria o melhor BMW já desenvolvido na história da marca? Talvez. O iX só não se aproxima ainda mais do suprassumo porque o visual, pouco chamativo como costumam ser outros carros da marca, não está à altura de tanta tecnologia embarcada.

Todavia, executivos da empresa preveem que será possível vender cerca de 400 unidades só neste ano, 20% a mais do que o esperado inicialmente. O volume representará 50% de todos os elétricos que a BMW espera comercializar no país em 2022, incluindo aí os já lançados i3 e Mini Cooper EV, e os vindouros X1, Série 5, Série 7 e Mini Countryman 100% elétricos. 

Todos os compradores do iX poderão receber como acessório um wallbox de 22 kW para instalar em casa e um carregador rápido portátil com cabo de 6 metros e até três tipos de conectores: uma tomada doméstica de três pinos de 1,8 kW; um plug industrial 4P+T de cinco pinos; um conector tipo 2, ambos com 11 kW.

Imagens: Divulgação/BMW e Leonardo Felix/Mobiauto

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