Audi voltará a montar carros no Brasil pela terceira vez

Marca retomará operação da linha em São José dos Pinhais (PR) com os irmãos Q3 e Q3 Sportback, em inédita configuração 2.0 turbo
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14.12.2021 às 15:45
Marca retomará operação da linha em São José dos Pinhais (PR) com os irmãos Q3 e Q3 Sportback, em inédita configuração 2.0 turbo

A Audi iniciará em 2022 mais um ciclo como fabricante instalada no território brasileiro, deixando pela terceira vez de atuar apenas como importadora. Nesta quarta-feira (14), o presidente da marca no Brasil, Johannes Roscheck, anunciou ao lado do governador do Estado do Paraná, Ratinho Jr., a reabertura da linha de montagem em São José dos Pinhais, num espaço contíguo ao da Volkswagen.

Os modelos escolhidos serão os SUVs Q3 e Q3 Sportback (com carroceria de caimento cupê). Surpreendentemente, ambos terão motor 2.0 TFSI turbo a gasolina de 231 cv e 34,7 kgfm, com tração integral quatro e aliado a um câmbio automatizado de dupla embreagem com oito marchas.

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“Será a primeira vez que a Audi montará um modelo com a tração quattro no país e a primeira vez que irá equipar uma transmissão Tiptronic de oito velocidades a um veículo com motor transversal, que proporciona rápidas e confortáveis trocas de marchas”, revelou a marca em nota oficial.

Enquanto o Q3 Sportback será um carro inédito em nosso mercado (por enquanto, temos apenas o RS Q3 Sportback), o Q3 de atual geração é atualmente comercializado só na configuração 1.4 TFSI de 150 cv. Resta saber se esta opção será mantida como importada ou tirada de linha. Os preços dos novos Q3 nacionais devem ficar perto de R$ 300.000.

Ainda de acordo com a Audi, a montagem ocorrerá na mesma linha que foi responsável pela produção da penúltima geração do Q3, entre 2016 e 19. E será em formato CKD: as peças chegam já prontas (incluindo pintura), apenas para montagem local. 

“Os modelos chegarão no porto de Paranaguá divididos em conjuntos de peças e partes vindos da fábrica de Györ, na Hungria, para a montagem em solo brasileiro”, explica o comunicado.

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Marca retomará operação da linha em São José dos Pinhais (PR) com os irmãos Q3 e Q3 Sportback, em inédita configuração 2.0 turbo

Idas e vindas

Esta é a terceira vez que a fabricante das quatro argolas, que pertence ao grupo VW, colocará uma linha de montagem para rodar no país, sempre na cidade da Região Metropolitana de Curitiba. 

A primeira foi em 1999, em um ousado projeto que envolvia o hatch A3 e o irmão Golf de quarta geração. Ambos compartilhavam plataforma e mecânica, e as metas de venda eram ousadas. Porém, o projeto não deslanchou como os executivos gostariam e, mesmo com mudanças na estratégia de produção ao longo dos anos, ela foi encerrada em 2006. 

Depois, em 2015, no esteio do Inovar-Auto, um programa de incentivo à indústria automobilística nacional, foi a vez de começar a produzir o A3 Sedan, três anos após o anúncio de um investimento de cerca de R$ 500 milhões para criar uma linha adjacente à da VW em São José dos Pinhais, aproveitando o mesmo complexo.

Na época, o três-volumes recebeu o motor 1.4 TFSI turboflex (praticamente o mesmo usado hoje no VW Taos) e teve sua mecânica simplificada, adotando câmbio automático de seis marchas da Aisin (utilizado atualmente por quase todos os Volkswagen nacionais) e uma suspensão traseira por eixo de torção no lugar da arquitetura MultiLink.

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A primeira unidade do A3 Sedan nacional recebeu pintura exclusiva e especial do artista Eduardo Kobra, em alusão às cores do país, e ganhou o sobrenome Senna. A homenagem se deu porque foi a família do tricampeão mundial de F1 que iniciou a história da marca no país como sua importadora oficial, nos anos 1990. 

O SUV Q3 veio na sequência, porém com propulsor 1.4 TFSI a gasolina e sem tropicalizações. Afinal, sua montagem era por CKD, enquanto a do A3 Sedan era uma produção mais complexa, praticamente em sinergia com modelos da Volkswagen (em especial o Golf de sétima geração).

Com a brusca queda do mercado nacional em anos recentes e o quase abandono do segmento de sedans, este segundo ciclo durou apenas seis anos e terminou no fim de 2019. Desde então, a Audi vinha avaliando a possibilidade de retomar ou não a produção local.

O anúncio desta terça já antecipa um projeto bem mais modesto desta vez: montagem via CKD, sem adaptações mecânicas e capacidade de apenas 4.000 unidades produzidas por ano. A produção será iniciada “em meados de 2022”, segundo a empresa, sem especificar o mês previsto para isso.

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Postos de recarga rápida

Na mesma cerimônia, Johannes Roscheck anunciou um investimento de R$ 20 milhões para instalar estações de recarga ultrarrápida do tipo DC (corrente contínua), de 150 kW, em todas as concessionárias da marca no país até o fim do ano que vem. Com eles, será possível recarregar 80% das baterias do elétrico e-tron em menos de 25 minutos, segundo a marca.

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