Asfalto ruim gera prejuízo bilionário e transporte 91,5% mais caro

Estudo publicado pelo CNT avaliou a qualidade das rodovias brasileiras, seja sob gestão pública ou privada; confira
Vinicius Moreira
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05.01.2024 às 08:36
Estudo publicado pelo CNT avaliou a qualidade das rodovias brasileiras, seja sob gestão pública ou privada; confira

O Confederação Nacional de Transporte (CNT) divulgou um estudo queanalisa a qualidade das rodovias brasileiras. Para isso, o órgão fixou alguns parâmetros: qualidade do pavimento, sinalização e geometria da via. Ao todo, 111.502 km entre rodovias federais e estaduais pavimentadas, com administração pública ou privada, passaram pelo crivo da pesquisa.

Vale ressaltar que o Sistema Nacional de Viação (SNV) compreende que a malha rodoviária brasileira é de 1,7 milhão de quilômetros. Entretanto, apenas 12,4% são pavimentadas, o que passa de 213.000 km. Desse total, 52,2 % foram analisados pelo estudo e classificadas como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.

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Gestão pública x gestão privada

Da extensão analisada, 85.409 km (76,6%) são de rodovias públicas e 26.093 km (23,4%) de rodovias sob administração privada. Da malha administrada pelo Estado, 77,1% (65.835 km) foram classificadas como regular, ruim ou péssimo no índice de estado geral. O restante, ou seja, apenas 22,9% (19.574 km) foram categorizadas em ótimo ou bom.

Situação diferente das rodovias com administração concedida. O estado geral foi classificado como ótimo ou bom em 64,1% (16.738 km), regular em 31,5% (8.225 km), e péssimo ou ruim em 4,4% (1.130 km).

Custo Brasil

Como o setor industrial e de transporte são os que mais utilizam a malha rodoviária brasileira, esses dois segmentos acabam como os mais prejudicados por vias em má qualidade. O popularmente conhecido “Custo Brasil” ainda termina por encarecer o poder de compra de quem está no final do ciclo: o consumidor.

Para se ter uma ideia, o CNT estima que o pavimento em mau estado ajudou a consumir 1,139 bilhão de litros de diesel (1.139.493 m³ ) pelo setor do transporte de forma desnecessária. Com um agravante de 3,01 milhões de toneladas de gases jogados na atmosfera.

Do ponto de vista econômico, o estudo avalia que a qualidade do pavimento brasileiro causou uma despesa extra com combustível de R$ 7,49 bilhões ao setor. Como o combustível pode representar quase 1/3 no custo total do transportador, a pesquisa apontou que, a depender do estado do pavimento, o custo operacional nesse sentido pode ficar até 91,5% mais caro.

Condições das rodovias

Sob o aspecto qualidade da malha analisada, o CNT chegou ao resultado:

  • 56,8% têm problemas no Pavimento, dos quais 34,2% (38.206 km) classificadas como regular; 16,8% (18.686 km), como ruim; e 5,8% (6.415 quilômetros), como péssimo;
  • 30,5% (34.087 quilômetros), avaliada como ótimo e 12,7% (14.108 km) foram avaliados como bom.
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