As fabricantes de carro que suspenderam produção na 2ª onda de covid

Um ano após a primeira paralisação para conter o coronavírus, marcas voltam a interromper atividades. Desta vez, com um agravante: falta de peças
Renan Bandeira
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27.03.2021 às 08:00
Um ano após a primeira paralisação para conter o coronavírus, marcas voltam a interromper atividades. Desta vez, com um agravante: falta de peças

Em março de 2020, a indústria automobilística nacional suspendeu quase 100% da produção nacional de carros para tentar conter a disseminação do novo coronavírus. 

Exatamente um ano depois, o cenário se repete: até o momento, Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania, Toyota, Renault e Nissan paralisaram suas produções para impedir a disseminação de covid-19 entre seus funcionários. A Chevrolet também parou em Gravataí (RS), mas por falta de peças.

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O anúncio mais recente é da Hyundai, que comunicou sua paralisação na última sexta (26). A marca afirma que vai seguir as determinações da Prefeitura de Piracicaba - onde está instalada - para conter a circulação de pessoas, suspendendo suas atividades entre 29 de março e 4 de abril.

Antes da marca sul-coreana, Renault e Toyota também fizeram seus anúncios. Para ambas, a interrupção ocorrerá entre os dias 29 de março e 5 de abril. A diferença é que enquanto a primeira manterá atividades administrativas operantes em regime de home office, a segunda vai parar por completo.

A marca francesa tem apenas um complexo no país, em São José dos Pinhais (PR). Já a japonesa possui fábricas em Sorocaba (SP), Porto Feliz (SP) e Indaiatuba (SP), além da sede em São Bernardo do Campo (SP). Desses, o de Indaiatuba retomará as atividades apenas no dia 6.

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Na Nissan, os colaboradores da fábrica de Resende (RJ) já não se apresentaram nesta sexta (26) e ficarão em férias coletivas até 12 de abril. No início deste mês, a empresa estava transportando peças com aviões e helicópteros para garantir a entrega do primeiro lote do novo Kicks - que você pode conhecer melhor clicando aqui.

Outra montadora totalmente parada no Brasil é a Volkswagen, que deu uma pausa na produção na última quarta-feira (24) e tem retorno previsto para 5 de abril. Todas as fábricas foram afetadas: São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR), Taubaté (SP) e São Carlos (SP).

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De acordo com a marca, apenas atividades essenciais serão mantidas no período, mas o regime não será o de férias coletivas. Os dias não trabalhados serão compensados em uma nova data.

No setor de caminhões, mas paralisações, como a da divisão de pesados da VW, em Resende (RJ), a da Scania e a da Mercedes-Benz, ambas em São Bernardo do Campo (SP). Todas ficarão paradas até 5 de abril.Já a Volvo manterá uma operação reduzida a 70% de sua capacidade em Curitiba (PR).

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Além da chamada segunda onda do coronavírus, que vem assolando o país, há outro fator de dificuldade para as montadoras: a escassez de insumos como semicondutores, chips, plástico e borracha, como a Mobiauto já reportou no início de março.

A falta de peças tem levado fábricas como a da Fiat em Betim (MG), a da Jeep em Goiana (PE) e a da Chevrolet em São José dos Campos (SP) a operar com capacidade reduzida, entre 50% e 80%. 

Já a Honda interrompeu a produção de Civic, City e Fit em Sumaré (SP), mantendo apenas a de HR-V e WR-V em Itirapina (SP) durante o mês de março.

O caso mais grave, nesse sentido, é o da Chevrolet em Gravataí, que já paralisou a linha de montagem de Onix e Onix Plus de Gravataí (RS) em 1º de março e a pausa durou até o último dia 20, por falta de chips e semicondutores. Entre abril e maio, vai interromper tudo de novo, com chances de estender a medida até junho. 

Nossa redação ainda entrou em contato com Caoa Chery e Honda para saber como ficarão suas operações nas próximas semanas. A primeira informou que não há previsão de paralisação e que está atenta às recomendações dos órgãos públicos. A marca japonesa não respondeu até a publicação desta reportagem.

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