VW e-Delivery tem potência de Audi e-tron e preço de Porsche Taycan

1º caminhão e veículo elétrico da marca no Brasil custa R$ 800 mil, mas promete compensar diferença de preço para Delivery a diesel em 5 anos
Renan Bandeira
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13.07.2021 às 13:11
1º caminhão e veículo elétrico da marca no Brasil custa R$ 800 mil, mas promete compensar diferença de preço para Delivery a diesel em 5 anos

Nada de e-Up!, ID.3 ou ID.4. O primeiro Volkswagen 100% elétrico fabricado e vendido no Brasil é o caminhão e-Delivery. Produzido em Resende (RJ), o veículo foi apresentado mundialmente na manhã desta terça (13), data em que também foi aberta a pré-venda das opções de 11 e 14 toneladas.

Entre as versões, a diferença é que a de 11 toneladas é do tipo 4x2 com peso bruto total de 10,7 toneladas e capacidade máxima de carga útil de 6,32 toneladas. Já a mais bruta, com PBT de 14,3 t, ganha um eixo extra de apoio para ter tração 6x2 e levar até 9,05 toneladas de carga. A suspensão de ambos é pneumática.

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Durante a apresentação, o CEO e presidente da VW Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, explicou que os preços iniciais  do elétrico serão “2,5 ou três vezes maiores" que o caminhão de porte compatível empurrado pelo trem de força a diesel.

O preço da opção mais básica de 11 toneladas 4x2 com três packs é de R$ 780 mil e o da mais cara de 14 toneladas 6x2 com seis, R$ 980 mil. De acordo com o vice-presidente, Ricardo Alouche, em cinco anos a diferença de valores entre as configurações elétrica e diesel será compensada pela economia com combustível e manutenção.

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Motor, banco de baterias e autonomia

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Ambas as versões serão equipadas com motor elétrico de 300 kW da WEG, que equivale a cerca de 408 cv de potência e 219 kgfm de torque, acoplado a um câmbio de marcha única e infinita. 

A potência é a mesma do propulsor elétrico dos Audi e-tron, por exemplo, mas o torque é três vezes maior. O e-Delivery, inclusive, tem o dobro de torque de um Porsche Taycan. Em relação ao Delivery diesel, o propulsor elétrico oferece 203 cv e 158 kgfm a mais.

As baterias de íon de lítio são fornecidas pela Moura e CALT, e podem ser adquiridas em bancos com três ou seis unidades. O conjunto pode oferecer até 250 km de autonomia com o veículo carregado e uma carregamento rápido de até 80% da capacidade em até 45 minutos, dependendo das condições. A garantia chega a cinco anos e a Moura é responsável pelo reaproveitamento da bateria.

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O e-Delivery conta ainda com sistema regenerativo de energia, que atua durante as frenagens e desacelerações do caminhão. Sua funcionalidade pode ser vista pelo computador de bordo, com dados da bateria, e pelo cluster analógico, que mostra a eficiência da condução.

Embora sua autonomia seja baixa, a Volkswagen defende que sua operação é mais voltada para uso dentro da cidade, o que não torna necessária uma bateria com capacidade tão alta - o que, segundo a VW CO, encareceria ainda mais o projeto. 

De acordo com a marca, o e-Delivery é uma boa opção para trabalhos noturnos (visto que o caminhão é silencioso e não emite o ruído de um motor a diesel, abastecimento de hospitais, trabalhos internos em empresas e entregas urbanas.

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A primeira cliente do modelo é a cervejeira Ambev, que vem operando protótipos do e-Delivery nos últimos anos. A parceria, segundo a fabricante, permitiu testar situações reais de uso e custos. 

Afinal, os e-Delivery usados pela gigante multinacional do ramo de cervejas já rodaram 45.000 km, tendo proporcionado uma economia de 10 mil litros de combustível e deixado de emitir 34 toneladas de CO².

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Vendas e projetos futuros

A Ambev fez a intenção de compra de 1.600 unidades, mas efetuou o faturamento de 100 até o momento, que deverão ser entregues até outubro. A Coca-Cola encomendou outras 20 unidades, que devem ser entregues até dezembro, enquanto a JBS adquiriu um modelo para testes.

De acordo com a Volkswagen, outras 58 empresas estão interessadas no e-Delivery e aguardam o pontapé inicial das vendas para fechar negócio. A divisão de pesados ainda projeta um novo produto elétrico para o futuro, que será um ônibus, já em desenvolvimento.

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