Preço dos combustíveis sobe até 765% mais que a inflação em 2021

Etanol é o combustível com maior percentual de aumento entre janeiro e julho, mas gasolina e diesel também vêm sofrendo reajustes pesados
Renan Bandeira
Por
12.07.2021 às 16:46
Etanol é o combustível com maior percentual de aumento entre janeiro e julho, mas gasolina e diesel também vêm sofrendo reajustes pesados

A Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis no começo de julho. Com o aumento, válido desde a última terça (6), a gasolina e o diesel passaram a custar, R$ 2,69 e R$ 2,81 o litro, respectivamente, nas refinarias. 

A alta é de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 (3,7%), na mesma ordem, em relação a junho, único mês de 2021 até o momento em que Brasil registrou uma redução no valor dos combustíveis, pelo menos para sair das refinarias até as distribuidoras.

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Quanto vai custar nas bombas?

A estatal fez inúmeros reajustes durante este ano, que já acumulam R$ 0,85 para a gasolina e R$ 0,79 para o diesel nas refinarias. Isso porque a política de preços é de equidade entre os valores cobrados no mercado nacional e internacional - que atualmente está voltando a crescer e aumentando a demanda.

Entretanto, para chegar às bombas, a conta fica mais cara. Segundo a Petrobras, incidem na composição do preço final dos combustíveis tributos como ICMS, Cide, PIS/PASEP, Cofins, inclusão de 27,5% de etanol anidro e os custos de distribuição e revenda nos postos. 

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Dessa forma, o litro da gasolina e do diesel nos postos devem chegar à média de R$ 5,74 (gasolina comum) e R$ 4,60 (diesel S-10), respectivamente, seguindo a tabela da ANP (Agência Nacional de Petróleo).

Já o etanol, que não está vinculado ao mercado externo, por ser um combustível usado basicamente em nosso país, mas que tem aumento estimulado pelas altas dos combustíveis citados acima, deve custar R$ 4,27 o litro, em média, nas bombas. 

Em janeiro deste ano, o mercado nacional comercializava a gasolina por R$ 4,62 o litro, em média, sendo R$ 3,77 cobrados pelo diesel e R$ 3,22 pelo etanol. Isso significa que, de lá para cá, o aumento real nos preços dos três combustíveis já chegou a 19,5% (gasolina), 18% (diesel) e impressionantes 32,6% (etanol). 

Se a diferença em um litro parece pouca, veja como fica quando abastecemos um tanque de 50 litros:

50 litros em janeiro: gasolina, R$ 231 / diesel, R$ 188,50 / etanol, R$ 161

50 litros em julho: gasolina, R$ 287 / diesel, R$ 230 / etanol, R$ 213,50

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Combustíveis acima da inflação

Etanol é o combustível com maior percentual de aumento entre janeiro e julho, mas gasolina e diesel também vêm sofrendo reajustes pesados

Os reajustes ficam mais assustadores quando comparados à inflação acumulada no primeiro semestre de 2021, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que pertence ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Entre janeiro e junho, o IPCA ficou em 3,77%, índice já considerado alto. Porém, quando comparamos que o etanol encareceu 32,6% no mesmo período, vemos que o preço do combustível vegetal subiu 785% mais do que a própria inflação do período.

Já os reajustes médios de gasolina (19,5%) e diesel (18%) aplicados em 2021, por enquanto, foram 417% e 377% maiores que o IPCA acumulado no ano. E olha que, no caso do diesel, houve subsídios do governo para segurar a disparada dos preços nos meses de abril e maio.

Com altas tão impactantes, os combustíveis têm sido responsáveis por impulsionar a inflação do chamado setor de Transportes. Esta fechou o semestre em 7,98%, mais que o dobro do IPCA.

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