Jeep Renegade: os principais problemas, segundo os donos
O Jeep Renegade foi o segundo SUV mais vendido no Brasil em 2020 - perdendo apenas para o VW T-Cross, que já teve seus problemas contados aqui - e é o atual líder de vendas do segmento no primeiro terço de 2021, com 25.744 emplacamentos.
O utilitário esportivo foi lançado em 2015 e logo ganhou o carinho dos brasileiros. Tanto que, desde então, figura todos os anos entre os modelos mais populares de sua categoria.
Atualmente, o Renegade é vendido nas versões STD, Sport, Longitude e Limited empurradas pelo motor 1.8 flex de 135/139 cv e 18,7/19,2 kgfm (gasolina/etanol), ou nas configurações Moab, Longitude e Trailhawk com motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm.
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O Renegade é o veículo de entrada da marca Jeep no Brasil e tem preços entre R$ 93.000 e R$ 173.000. Em sua categoria, compete com VW T-Cross, Chevrolet Tracker, Volkswagen Nivus, Citroën C4 Cactus, CAOA Chery Tiggo 2, Peugeot 2008, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Renault Duster e Honda HR-V.
Nossa reportagem reuniu as principais falhas apontadas por proprietários do modelo em grupos de redes sociais, para ajudar os interessados a ter um na garagem a antecipar seus possíveis defeitos.
A boa notícia é que, mesmo com as reclamações, o SUV não deixa de ser uma boa opção e tem sido muito elogiado pela maioria dos donos. Além disso, nenhum dos relatos se refere a um defeito estrutural do projeto, que implicaria em maiores riscos à segurança dos usuários. Confira:
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Motor e consumo
Como dito anteriormente, o Renegade tem duas opções de motores, mas o mais contestada é sempre o flexível. O já conhecido E.torQ de 1,8 litro - aquele mesmo dos velhos Fiat Strada, Palio, Punto e Weekend - sofre com os cerca de 1,5 tonelada de peso do Jeep.
A relação peso-potência é de mais de 10 kg/cv, valor alto se comparado com os 9,5 kg/cv do T-Cross, por exemplo.
Isso mostra que a sensação de SUV pesadão não é gratuita, e ainda prejudica diretamente o consumo, já que o motor trabalha em rotações mais altas com trocas mais rápidas de marcha para entregar um desempenho minimamente satisfatório.
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Muitos clientes reclamam que o consumo costuma ser ainda mais elevado do que os números indicados pelo Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (que já são altos): 6,9 e 8,6 km/l quando abastecido com etanol; 10 km/l e 12 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
Mas se engana quem pensa que os problemas estão só nos Renegade flex. Relatos do Reclame Aqui falam sobre perda repentina de potência no motor 2.0 turbodiesel. Segundo os proprietários, SUV demonstra perda de potência durante a condução, a luz da injeção eletrônica acende e o veículo mal passa de 50 km/h.
Então, antes de levar o seu para casa, é importante verificar se as manutenções estão todas feitas corretamente. Lembrando que, no caso das versões a diesel, as visitas são exigidas a cada 20.000 km, e não a cada 10.000 km como na configuração flex.
Barulhos internos e externos
Acharam que só os Volkswagen apresentam barulho de acabamento, né? O Jeep Renegade também é alvo dessas reclamações, e os problemas vêm de todas as partes.
Nas redes sociais são comuns os comentários sobre a vedação dos vidros elétricos, que fazem barulhos ao serem acionados e quando chegam ao fim do curso, seja ao abri-los ou fechá-los completamente. É uma batida seca, como se não existissem borrachas para vedação.
Além disso, em casos mais esporádicos, há reclamações sobre barulhos no motor e nas suspensões dianteiras. Então, é importante ter os ouvidos atentos no balanço dianteiro do veículo durante o test-drive da compra.
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Por fim, vem o barulho na direção. Alguns dos casos são de troca da peça plástica que envolve a coluna de direção do SUV. Em situações mais complexas, o barulho ocorre no esterçamento do volante, o que torna necessária a troca das bieletas do sistema de direção.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3, caso 4 e caso 5
Sistema elétrico
A parte elétrica do Jeep também tem suas particularidades. Os relatos voltam a envolver os vidros, que, ao serem acionados, sobem e descem de uma vez ou demoram demais para concluir o curso de subida e descida.
Além disso, existem reclamações sobre o sistema de áudio ligar sozinho, comumente em dias mais quentes, e os faróis de neblina terem mau contato, como se fossem ligados e desligados aleatoriamente.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3 e caso 4
Falha no câmbio
Este talvez seja o tema mais citado pelos proprietários nas redes sociais. No câmbio automático de seis marchas da Aisin, que gerencia o motor 1.8 flex, muito se fala no trocador de calor, que é a peça responsável pelo resfriamento do óleo do motor.
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O defeito do componente já foi muito relatado e, em alguns casos, os proprietários falam sobre a mistura de óleo do câmbio com água do sistema de arrefecimento, deixando o trabalho de manutenção ainda mais caro.
Afinal, caso isso aconteça, haverá a necessidade de limpeza dos componentes, remoção do resíduo e substituição do trocador de calor. No Reclame Aqui, houve um relato de orçamento na casa dos R$ 20 mil.
No caso do câmbio de nove marchas da ZF, atrelado ao Renegade 4x4 diesel, as reclamações estão relacionadas a trancos nas trocas, dificuldade de engatar as marchas e até retardo para passar à marcha subsequente. Nestes casos, os problemas são relatados já na faixa dos 40.000 km rodados.
Relatos: caso 1, caso 2, caso 3, caso 4 e caso 5
Recall
Por enquanto, o Renegade está envolvido em sete chamados:
- Atualização do software da central eletrônica do motor;
- Substituição do módulo do airbag frontal do passageiro;
- Substituição do cabo do freio elétrico de estacionamento;
- Atualização do software do comando eletrônico da chave de seta
- Substituição dos relés
- Atualização do software da central do airbag
- Substituição da pinça do freio traseiro
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Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.