Como tunar seu carro dentro da lei e sem virar um “chora boy”

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Nesta matéria, nos apegamos apenas a itens estéticos e não de desempenho (lembrando que nossa legislação permite que se aumente em apenas 10% a potência de um automóvel por conta própria). Antes de irmos a lista, vamos esclarecer alguns termos:

Tunar ou tuning 

Tuning, em inglês, ou “tunar”, na adaptação livre ao português, é um termo usado para identificar o ato de modificar ou customizar a estética e a performance de um carro. 

Apesar de ser uma prática mais antiga, o termo se popularizou por volta dos anos 2000, com o lançamento do filme Velozes e Furiosos. Na época, os carros tunados tiveram uma grande alta e se consolidaram em nosso país nos últimos anos.

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O que significa o termo “chora boy”?

O termo “chora” é usado desde a década de 90, principalmente na cidade de São Paulo. É uma expressão, originalmente, utilizada por quem realiza um feito que considera relevante, de causar inveja. 

Já o “boy”, palavra que inglês significa menino, é usada para se referir a homens jovens que têm poder aquisitivo mais alto. 

A combinação dos dois termos ficou mais conhecida através do universo automotivo, onde pessoas de classes populares modificavam seus carros para deixá-los mais atraentes e divertidos, muitos com modificações mecânicas para serem páreos para carros de marcas premium. 

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E criativos o suficiente para usar o termo “chora boy” para donos de carros desejados, mas que têm um valor aquisitivo alto. Portanto, o “chora boy”, originalmente falando, nada tem de ofensivo, é apenas uma competição saudável. 

Com o tempo, o termo ganhou um refinamento irônico, passando a designar aquelas pessoas que, digamos, passaram dos limites na tunagem, criando verdadeiros frankenteins sobre rodas, carros que muitas vezes sequer conseguem transpor uma lombada pequena.

Atualmente, há tunagens dos mais variados valores, podendo chegar até a casa dos três dígitos. Embora o termo seja periférico, os carros tunados estão ficando cada vez mais refinados.

Cinco dicas de como tunar e não ter problemas

Suspensões

Essa é uma das modificações mais comuns em um carro tunado e também uma das que mais merecem atenção. Afinal, a suspensão é um dos principais elementos responsáveis pela segurança do veículo. 

Por isso, não é permitido usar suspensões com regulagem de altura, como as pneumáticas. Tampouco se recomenda cortar as suspensões ou longarinas.

A prática de cortar qualquer elemento relacionado à suspensão é muito prejudicial ao carro, pois pode comprometer gravemente a segurança e a estabilidade do veículo, além de fazer com que as peças tenham uma menor vida útil e até mesmo prejudicar a aerodinâmica do carro.

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Para quem deseja uma suspensão rebaixada, o mais indicado é buscar um kit de rebaixamento, feito sob medida para cada carro. Outra opção é recorrer às molas esportivas, que podem deixar o veículo até 5 centímetros mais baixo. 

Ainda assim, é necessário ficar atento à legislação. Segundo o artigo 6º da Resolução Nº 292/2008 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), para o carro circular nas ruas brasileiras, o ponto mais baixo da carroceria deve ter distância igual ou superior a 10 cm do solo. 

Outro ponto, ainda segundo a resolução, é que qualquer carro que tiver a suspensão modificada deve obrigatoriamente mencionar o tipo de modificação feita no Certificado de Registro de Veículo – CRV.

Rodas 

Outro item fundamental para uma tunagem de respeito. As rodas são as responsáveis por mexer com o coração dos apaixonados por carros. E quando se trata de carro tunado, modelos com rodas chamativas são fundamentais para uma composição estilosa. 

Os pneus também têm seu papel de destaque: aqueles com banda de rodagem mais larga e perfil mais baixo trazem ar de carro esportivo. E, como cereja do bolo, pode-se incluir ainda as famosas calotas personalizadas. 

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Mas fique atento: a lei proíbe o aumento ou diminuição do diâmetro externo do conjunto pneu/roda. Então, você até pode brincar colocando um pneu mais alto e uma roda mais baixa e vice-versa, mas, no final, o diâmetro tem que ser o mesmo de fábrica.

Além disso, o pneu não pode ficar em contato com nenhum ponto da caixa de rodas em movimento, e sua banda de rodagem não pode ficar exposta para além da largura original do veículo.

Pintura

Aqui quem determina o limite é o dono, afinal, gosto não se discute. Há quem envelope o carro inteiro de preto fosco, outros que escolhem pinturas a “à la Velozes e Furiosos”, e até aqueles mais ponderados que optam por envelopar apenas o teto ou capô, ou só por colocar um adesivo nas laterais. 

Seja qual for o gosto, se a nova pintura comprometer mais do que 50% da carroceria do veículo, a modificação com a indicação de sua nova cor deve constar na documentação. 

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Iluminação

Essa é uma das partes preferidas dos amantes de tunagem, que provavelmente não estão nada felizes com a notícia de que, a partir de 2021, será proibido fazer qualquer modificação nas luzes externas do carro, que deve manter sempre o padrão fábrica. 

Isso quer dizer que adesivos, pinturas, películas e troca de lâmpadas por modelos fora das especificações originais não serão mais permitidos. A implantação das novas regras foi feita pelo Contran. Quem infringir a nova regra será penalizado com multa grave, no valor de R$ 195, mais cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Som 

Carro rebaixado, rodas chamativas, pintura estilosa e um bom som para poder curtir a sua música preferida. Um aparelho de som poderoso, aliás, é um dos itens que mais estão presentes em um carro tunado. 

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Se a legislação não permite mais modificações nas luzes externas, então, o jeito é recorrer às internas, já que as caixas de som podem ter as mais variadas combinações. Lembre-se apenas de respeitar a altura do som deve ser de no máximo de 80 decibéis, medidos a 7 metros do veículo. 

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