Como a moto aquática elétrica flutua na água sem dar choque?

Bateria e motor do jet ski elétrico estão localizados no centro da moto aquática, abaixo da linha da água
Vinicius Moreira
Por
06.02.2024 às 08:33
Bateria e motor do jet ski elétrico estão localizados no centro da moto aquática, abaixo da linha da água

A eletrificação chegou também para as motos aquáticas - ou jet ski, nome de um modelo da Kawasaki que acabou batizando popularmente o produto. A Orca, primeiro veículo desse tipo que chega com motor elétrico para o Brasil, será vendida pela Ventura em parceria com a Taiga Motors, e a Mobiauto foi conhecer.

Combinar eletricidade e água não é uma boa ideia. Vimos já que carros elétricos podem enfrentar enchentes como carros a combustão fazem, embora isso não seja segura nem mesmo indicado. Mas como funciona para um jet ski, que está o tempo todo em contato com a água? É o que vamos contar neste artigo.

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Vale lembrar que a Orca é equipada com um motor inversor de 160 cv de potência e, por ser elétrica, oferece um torque total instantâneo de 17,3 kgfm. Basicamente a potência de um SUV compacto vendido no Brasil com motor turbinado, tipo o VW T-Cross, na versão Highline, que tem um 1.4 turbo de 150 cv. A velocidade máxima da Orca é de 100 km/h.

Onde ficam o motor e a bateria de uma moto aquática elétrica?

No caso da Orca, a bateria que fornece energia é feita de íons de lítio. Para proteger a unidade, o diretor de Estratégia Comercial e Operações da Taiga, Rodrigo Arrambide, afirma que tanto o motor quanto a bateria estão selados em um compartimento na região central da moto aquática. Ambos ficam abaixo da linha da água, o que otimiza a estabilidade por conta do centro de gravidade baixo.

Por outro lado, desperta a preocupação de que, em caso de alguma colisão ou rompimento do casco da Orca, a água acesse o interior e, assim, atinja o motor e a bateria.

Arrambide garantiu que, mesmo com a ruptura do casco e do compartimento, esse impacto seria destrutivo a ponto de constatar perda total da moto aquática e muito possivelmente um acidente no mínimo grave para o condutor.

Além disso, Rodrigo lembra que a bateria possui uma espécie de dispositivo capaz de detectar o rompimento do compartimento de segurança. Dessa forma, ela praticamente se autodestrói para evitar o vazamento de energia elétrica em contato com a água.

Modos de condução e carregamento

Com painel 100% digital, a Orca tem como opção três modos de pilotagem que podem ser escolhidos por meio da tela central no guidão. O mais brando é o Range, seguido do Sport que já começa a entregar um pouco mais de desempenho e, por fim, o Wild que oferece toda a potência da moto aquática elétrica.

Em relação à autonomia, a Ventura atesta uma capacidade entre 2h e 2h30 de uso, com a possibilidade de aumentar esse tempo no modo Range.

Para recarregar a Orca é possível usar uma tomada comum de 110 ou 220v, a qual pode levar até 3h30 para uma recarga completa. A segunda é por meio de carregador rápido em corrente contínua (DC), que garante 80% da bateria em menos de 40 minutos.

O jet ski elétrico pesa 335kg ou 290 kg na versão carbono. Logo à frente do assento, o condutor possui mini porta-objetos para guardar itens como um celular. Já na parte frontal, a Orca tem um compartimento de carga com capacidade de até 26 litros.

De acordo com Marco Garcia, diretor comercial da Ventura, 400 unidades do jet ski elétrico foram enviadas ao Brasil, das quais cerca 200 já foram vendidas. E quanto custa a moto aquática elétrica? A Orca pode ser adquirida por R$ 149.900 com uma garantia de três anos.

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