Avaliação: Mercedes A 250 é o carro que todo jovem deveria querer

Tecnológico e potente, modelo deveria ser sonho de consumo para qualquer jovem num mundo em que os hatches estão morrendo

Camila Torres
Por
17.01.2022 às 11:41 • Atualizado em 26.01.2022

Mercedes, ajuste a temperatura do ar-condicionado para 21 graus. "Ajustando ar-condicionado". Mercedes, feche a persiana do teto solar. "Fechando persianas". Mercedes, ligue o rádio. "Ligando o rádio".

Este é o MBUX (Mercedes-Benz User Experience), uma espécie de assistente de voz que controla vários comandos do A 250. Um dos principais diferenciais quando a quarta geração do hatchback foi lançada, em 2019, juntamente com o design e o motor, mas falaremos desses mais adiante.

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Há dois anos, quando o A 250 chegou, não tínhamos no Brasil uma oferta de carros que poderiam ser controlados por uma assistente de voz, como Jeep e Fiat através da Alexa, ou a Volvo através do Google

Sendo assim, o MBUX foi uma espécie de pioneiro. Na verdade, ainda é. O nível de inteligência e a possibilidade de mais de 30 comandos faz com que o assistente da Mercedes se diferencie do que a concorrência oferece, inclusive alguns assistentes de marcas próprias que temos no mercado.

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Nada melhor do que ter um copiloto para te ajudar até nas coisas mais simples, não é mesmo? O MBUX só não te dá água. O resto ele faz com louvor. Esse é um dos motivos para o Mercedes-Benz A 250 ser um carro que todo jovem iria querer. Afinal, nós já estamos tão familiarizados com essas tecnologias.

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Digo nós pois, bem… Eu tenho 25 anos e acho o Google e a Alexa incríveis, mas o MBUX é até mais interessante. O problema é só o preço do carro que vem com ele: R$ 338.000. Fez um bom negócio quem comprou o novo Classe A por menos de R$ 200.000 quando ele foi lançado, dois anos e meio atrás. 

Agora que já apresentamos uma das principais particularidades do A 250 - que, inclusive, já está disponível em outros modelos da marca -, vamos conhecer um pouco mais desse hatch que é um verdadeiro devaneio, especialmente para o público mais jovem.

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Carro de jovem? 

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Veja bem, não estamos dizendo que o Mercedes-Benz A 250 não é um carro para pessoas mais velhas. Até porque temos poucos jovens no nosso país com mais de R$ 300.000 disponíveis para pagar por um carro. No entanto, o seu perfil é mais jovial mesmo. A começar pela carroceria hatchback. 

Não é nada de etarismo, é comportamental: Os hatches costumam ser a escolha de quem está começando a dirigir por serem menores, mais práticos e fáceis de manobrar, além de sempre terem sido a escolha óbvia de solteiros ou casais que ainda não têm crianças. 

O problema é que os hatchbacks estão ficando cada vez mais raros no mercado, especialmente nos segmentos premium e de luxo. Hoje, os SUVs já vêm abocanhando uma parte até desse público.

Ainda há motivos para apostar em um hatch, mesmo que acima de R$ 300.000? O A 250 tentará te convencer disso nos parágrafos abaixo.

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Design 

O Mercedes-Benz A 250 ganhou um visual mais agressivo na quarta geração. A dianteira ficou invocada, especialmente pelo novo design dos faróis. Os vincos ganharam destaque e trouxeram mais atitude ao carro. Quem disse que a Mercedes-Benz não sabe ser jovem?

A traseira é muito característica da marca. O teto vai ganhando proporções mais avantajadas na altura do porta-malas, o que ao Classe A hatch um aspecto de veículo largo e esportivo. As rodas em liga leve aro 18 aumentam essa sensação. 

Por dentro o design é ainda mais impactante. É sentado no banco do motorista que o A 250 ganha cara de carro de R$ 300.000. 

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O interior tem a combinação clássica de preto e bege, muito usada no segmento premium. E que combinou muito bem com os detalhes imitando fibra de carbono do painel, além do preto brilhante presente nas saídas de ar-condicionado, console e régua flutuante contendo o quadro de instrumentos digital e a central multimídia, ambos em telas de 10,25 polegadas. 

Assim como o visual externo, o habitáculo também tem a cara dos carros da Marcedes-Benz. A marca da estrela de três pontas sabe muito bem, como poucas no mercado, criar uma identidade visual.

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Espaço 

O A 250 oferece o que é esperado de um hatch médio: mais  espaço e conforto para quem vai à frente. Os bancos dianteiros acomodam bem o motorista e o passageiro, seja para um trajeto na cidade ou mesmo em uma viagem mais longa. 

Esse é um dos pontos nos quais a Mercedes-Benz se sobressai em relação à BMW: seus bancos costumam ser mais acertados, macios, acomodando muito bem quem está a bordo. Já a rival bávara oferece bancos mais duros e menos ergonômicos, talvez para reforçar o caráter esportivo de seus carros. 

A surpresa do Classe A hatch é que, em seu caso, quem está atrás também vai bem. Tirando o passageiro do meio, que precisa viajar com as pernas afastadas devido ao túnel central muito elevado. Ainda assim, deslocamentos mais longos podem ser feitos com quatro pessoas a bordo.

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Nas posições laterais traseiras o espaço para as pernas é bom, desde que quem senta à frente não jogue os bancos completamente para trás. A altura do carro também está dentro do esperado para que nem mesmo as pessoas mais altas fiquem com a cabeça varrendo o teto. 

O porta-malas de 370 litros é adequado para a categoria de hatches médios. Cabem perfeitamente as malas de motorista e um passageiro. Com jeitinho, talvez sobre um espacinho para a bagagem de quem vai de carona atrás. 

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Para tornar a viagem ainda mais confortável, há saídas de ar-condicionado para a segunda fileira de bancos e quatro entradas USB-C. Ou seja, não há briga para saber quem irá carregar o celular primeiro, mas se seu cabo possui saída do tipo USB-A, é bom comprar outro ou mesmo um adaptador. Caso contrário, você ainda poderá usar o carregador por indução no console central.

Dimensões: 4.419 mm de comprimento, 1.440 mm de altura, 1.796 mm de largura e 2.729 mm de entre-eixos. Porta-malas: 370 litros

 

Desempenho 

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Como dissemos acima, a Mercedes tem muito enraizada essa pegada de proporcionar conforto. Não à toa, seu público mais tradicional dificilmente se rende a outras marcas, mesmo sabendo que, em termos de desempenho, geralmente os Audi ou BMW se saiam melhores.

Ainda assim, o A 250 se mostra um hatch muito capaz em termos dinâmicos. O motor 2.0 16V turbo a gasolina com injeção direta, de 224 cv e 35,5 kgfm, é casado com um câmbio de dupla embreagem automatizado de sete marchas, com caixa banhada a óleo.

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Testamos o conjunto em uma viagem de cerca de 70 km entre São Paulo capital e o pequeno município de São Roque. O trajeto é gostoso, tem boas curvas e fica mais montanhoso à medida em que nos aproximamos da popular “cidade do vinho”.

Fazendo jus ao design, o A 250 mostrou que tem um motor com saúde para a estrada. Mas isso já esperávamos, afinal ele vai de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos. Basta pisar no acelerador para o hatch responder prontamente. A relação peso/potência também ajuda. Estamos falando de 6,5 kg/cv.

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Não teve um momento em que o modelo mostrou falta de fôlego. Nem mesmo nos trechos mais montanhosos e com quatro pessoas no carro. A performance nas curvas também merece elogios. Ele as contorna muito bem, com agilidade e grudado ao chão o tempo todo. 

Às vezes, damos tanta atenção aos sedans, SUVs e picapes que nos esquecemos do que os hatches são capazes, graças ao porte menor.

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No entanto, temos algumas ressalvas para o assistente de frenagem, que é um tanto agressivo. Ele detecta quando o carro à frente parou e, se você não está usando o freio na intensidade de quem pretende parar, o próprio sistema se encarrega de fazer a frenagem completa, de uma vez.

Em situações de trânsito na cidade, ele chegou a parar o carro completamente duas vezes de maneira brusca, sem um risco iminente adiante. Além do susto nos passageiros, que sentiram o impacto contra os cintos, ele poderia ter causado uma colisão de outro veículo contra nossa traseira em vez de evitar uma potencial batida dianteira.

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Tirando isso, o Mercedes-Benz A 250 tem uma direção extremamente confortável, sem perder a pegada esportiva dos 224 cv. É tudo que o público mais exigente deseja. 

O consumo, segundo o Programa de Etiquetagem do Inmetro, é de 9,7 km/litro na cidade e 13,5 km/litro na estrada, sempre com gasolina. Nada mal para um carro que anda tão bem.

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Motor: 2.0, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, gasolina, duplo comando de válvulas, injeção direta de combustível, taxa de compressão 10,5:1
Potência: 224 cv (G) a 5.800 rpm
Torque: 35,7 kgfm (G) a 1.800 rpm
Peso/potência: 6,5 kg/cv
Peso/torque: 40,5 kg/kgfm
Câmbio: automatizado, 7 marchas / embreagem dupla banhada a óleo
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 6,2 segundos (G)
Velocidade máxima: 250 km/h

Dados técnicos: direção elétrica progressiva, suspensão independente McPherson (dianteira) e multibraço (traseira), freios a disco ventilados (dianteira) e sólidos (traseira), 11 m diâmetro de giro, 104 mm de altura mínima do solo, 13,4 graus ângulo de ataque, 9,4 graus de ângulo central, 17,2 graus ângulo de saída. Tanque de combustível: 43 litros.


Mercedes-Benz A 250 2021 - Principais itens de série

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  • 7 Airbags
  • Ajustes elétrico para lombar
  • Alarme Antifurto
  • AMG Dynamic Select
  • Android Auto
  • Antena GPS
  • Apoio de braço
  • Apple CarPlay
  • Ar-condicionado Thermatic
  • Assistente estacionamento PARKTRONIC
  • Assistente Ativo de Frenagem
  • Banco motorista e passageiro elétrico com memória
  • Bancos Comfort
  • Cockpit Digital de 10"
  • Controle Cruzeiro com Limitador de Velocidade
  • Câmbio automático 7G-DCT
  • Câmera Traseira
  • Eixo multilink
  • Encostos rebatimento bancos Traseiros
  • Faróis Full Led
  • Funções Estendidas do MBUX
  • Identificação Número VIN
  • Integração p/ Smartphones
  • Luz ambiente
  • Manuais em português
  • Omissão Kit Primeiros Soc.
  • Pacote de conforto dos assentos
  • Pacote de estacionamento
  • Pacote de iluminação
  • Pacote Night
  • Pacote Progressive
  • Pacote proteção antifurto
  • Para-brisa c/ sensor chuva
  • Pneus de Verão
  • Pneus Run-Flat
  • Preparação para Embarque
  • Retrovisor externo rebatível elétrico
  • Retrovisor antiofuscante
  • Sistema Multimidia MBUX
  • Suspensão Comfort
  • Tapetes de Veludo
  • Tela central de 10,2''
  • Teto Solar Elétrico Panorâmico
  • Tirefit
  • Touchpad
  • TPMS
  • Volante com Shift Paddles
  • Volante multifunções couro
  • Carregador por indução
  • Rodas 18'' (225/45 R 18)
  • Acabam. painel fibra carbono 

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Mercedes-Benz A250 vale a pena?

Estamos falando de quase R$ 340.000, o que abre bem o leque de possibilidades. Temos muitos carros interessantíssimos nesta faixa de preço, de sedans a SUVs, passando por picapes.

Mas se focarmos apenas nos seus principais concorrentes, BMW Série 1 e Audi A3, o A 250 cobra mais caro, mas também entrega mais. É mais potente, o único do segmento que passa de 200 cv. Também é mais sofisticado, confortável e tecnológico, inclusive pelo MBUX.

Por isso a resposta é sim, vale a pena. Se você tem esse dinheiro na conta, sua família não é grande e quer um carro ágil, o Mercedes-Benz A 250 vai te proporcionar bons momentos de diversão. É, definitivamente, o carro que todo jovem deveria querer.

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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.

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