Nem T-Cross nem Tiguan: VW Taos ameaça mesmo é o Jetta

Sedan médio é o modelo que mais deve sofrer com a canibalização interna a ser provocada pelo irmão SUV quando ele for lançado

LF
Por
30.10.2020 às 13:34
Sedan médio é o modelo que mais deve sofrer com a canibalização interna a ser provocada pelo irmão SUV quando ele for lançado

A chegada do Volkswagen Taos ao mercado brasileiro, programada para o primeiro semestre de 2021, logo suscitou a polêmica: seria o novo SUV médio da marcada, criado para peitar o Jeep Compass, uma ameaça aos primos T-Cross e Tiguan?

A Mobiauto já explicou que não, mas agora, ao observar os volumes de venda por versões dos modelos da marca em nosso arquivo de dados exclusivo, chegamos a um cenário um pouco mais aprofundado. 

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Na verdade, quem mais pode sofrer com o Taos não é um SUV, mas sim o sedan médio Jetta, com quem o modelo inédito, inclusive, compartilha a plataforma MQB-A e até a distância entre eixos próxima a 2,69 metros.

Como já contamos, o Taos deverá ser vendido no Brasil em duas ou (no máximo) três versões, sempre com motor 1.4 TSI flex de 150 cv e 25,5 kgfm, a preços que começarão entre R$ 130 mil e R$ 140 mil, e terminarão perto (talvez acima) da faixa de R$ 170 mil. 

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Agora vamos aos números. Assim posicionado, ele poderá afetar a versão de topo do T-Cross, Highline 250 TSI (R$ 122.990 a R$ 138.550), e a de entrada do Tiguan Allspace, 250 TSI (R$ 145.430). Esta última, inclusive, muito provavelmente será tirada de linha, porque é responsável por menos de 10% das vendas do modelo. 

Assim, valerá mais a pena apostar no Taos e concentrar os esforços do Tiguan (que será renovado no fim de 2021) nas configurações em que ele realmente chama clientes: a Comfortline 250 TSI e a R-Line 350 TSI, ambas com sete lugares.

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Já o T-Cross Highline responde atualmente por quase 21% dos emplacamentos do SUV compacto, um índice mais expressivo. Mas fica difícil imaginar que quem não pode gastar mais do que R$ 140 mil num carro novo vá preferir o Taos de entrada ao T-Cross de topo, mais equipado e com o mesmo motor (sendo até mais ágil, devido ao porte e ao peso menores).

Mesmo que isso aconteça, a VW tem margem para reposicionar a gama do SUV menor de modo a privilegiar as versões 200 TSI, visto que aparentemente já venceu o preconceito dos consumidores contra um utilitário esportivo dotado de motor 1.0 (mesmo que turbo).

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É aí que o calo aperta para o Jetta. Em 2020, as versões Comfortline (R$ 129.770), R-Line (R$ 137.280) e GLI (R$ 167.140) responderam por quase 80% de todas as unidades comercializadas. Tanto que a opção de entrada 250 TSI foi recentemente retirada do catálogo. E todas elas ficam justamente na mesma faixa de preço a ser ocupada pelo Taos.

Agora raciocinemos: o Taos é um SUV (segmento em expansão) produzido na Argentina, aqui do lado. O Jetta é um sedan e vem do México. Qual desses produtos o cliente vai preferir e qual a VW vai priorizar? Bingo! 

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Isso significa a morte do Jetta no Brasil? Não necessariamente. Até porque a versão GLI tem um apelo esportivo que o Taos jamais terá e alcança surpreendentes 25% de fatia na gama. Mas a tendência é que o sedan seja o carro que mais vai sofrer com o lançamento, caindo nas vendas bem mais do que T-Cross e Tiguan.

Infelizmente, mais uma vez, nesta queda de braço entre SUVs e demais tipos de automóveis, é o carro com tipo de carroceria diferente o que mais deve sair arranhado.

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