Haval H6 PHEV: como um SUV de 2 toneladas terá autonomia de até 1.580 km

SUV híbrido plug-in tem bateria maior que a de um Renault Kwid E-Tech e quer proporcionar a experiência de um carro elétrico sem ter os “defeitos” de um

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28.11.2022 às 13:00 • Atualizado em 29.05.2024
SUV híbrido plug-in tem bateria maior que a de um Renault Kwid E-Tech e quer proporcionar a experiência de um carro elétrico sem ter os “defeitos” de um

Todo mundo sabe que as duas principais deficiências de um carro elétrico são: 1) o alcance ainda baixo para viagens mais longas; 2) a falta de infraestrutura e possibilidade de recarregar rapidamente a energia. Tudo isso pode desencorajar quem tem condições e interesse de comprar um, mas gosta de pegar estrada.

É esse o ponto que a estreante GWM (Great Wall Motor) pretende atacar com o Haval H6 PHEV, um híbrido plug-in (com recarga externa). Será o primeiro de dez produtos que a fabricante chinesa lançará no Brasil entre 2023 e 2026.

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O SUV médio já foi apresentado a jornalistas na última semana – e a Mobiauto o conheceu de perto –, mas a pré-venda será iniciada apenas no começo do ano que vem, com chegada efetiva às primeiras 50 concessionárias da marca no segundo trimestre.

Pouco depois, em março, a empresa deve apresentar o H6 HEV, variante híbrida plena, mais simples, com menos potência, tração apenas dianteira, banco de baterias menor e sem recarga externa. Mas deixemos para falar mais sobre ele no momento adequado.

Porque, diferentemente do H6 HEV, que será um híbrido na concepção tradicional do termo, o PHEV quer oferecer basicamente a experiência de dirigir um carro elétrico, porém com a segurança de um motor a combustão e um tanque de combustível de 55 litros para atingir quase 1.580 km de autonomia em ciclo urbano, sendo quase 1.400 km em rodovias.

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Tudo porque seu banco de baterias terá robustos 34 kWh de capacidade. Como comparação, um Jeep Compass 4xe possui 11 kWh, enquanto um Caoa Chery Tiggo 8 Pro PHEV chega a 19,3 kWh. Já um Renault Kwid E-Tech e um Nissan Leaf, ambos movidos apenas a eletricidade, chegam a 26,8 e 40 kWh, respectivamente.

Com tudo isso, mais um motor 1.5 turbo a gasolina de ciclo Miller, o Haval H6 híbrido plug-in roda até 170 km em modo puramente elétrico, segundo o ciclo brasileiro NBR, do Inmetro, e alcança consumo sempre acima de 25 km/l no PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), mesmo pesando mais de 2 toneladas. 

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Porte de RAV4, grade infinita

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O Haval H6 (o nome da submarca se pronuncia “Rával”, segundo executivos da GWM. Aliás, a analogia aqui seria com as linhas Range Rover e Discovery, da fabricante Land Rover, que não chegam a ser marcas independentes) já é um SUV vendido em diversos mercados, como China, Tailândia e Austrália.

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No Brasil, terá um visual com detalhes exclusivos. A grade pontilhada do tipo “infinita”, sem contornos definidos, ao estilo Peugeot 3008, já fora apresentada em outros países.

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Já as rodas de liga leve aro 19 diamantadas são exclusivas, assim como os frisos em preto brilhante na dianteira, nas laterais, nas barras de teto e na traseira, no lugar de peças cromadas. Já na tampa do porta-malas, o nome Haval foi estreitado.

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Apesar de homologado para cinco passageiros, o H6 tem porte bem maior que o de um Jeep Compass ou Toyota Corolla Cross. São mais de 4,68 m de comprimento, quase 2,74 m de entre-eixos, mais de 1,88 m de largura e 1,73 m de altura, números similares aos de um Toyota RAV4.

Dimensões e capacidades: 4.683 mm de comprimento, 2.738 mm de entre-eixos, 1.886 mm de largura, 1.730 mm de altura, 560 litros de porta-malas, carga útil não divulgada, 55 litros de tanque de combustível, 2.040 kg de peso em ordem de marcha.

Leia também: Haval H6 PHEV terá 393 cv, fará 28 km/l e rodará 170 km "só elétrico"

393 cv, 1.578 km de autonomia

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A GWM não informou todas as especificações do Haval H6 PHEV, mas já confirmou a presença da motorização DHT P4, formada pelo propulsor 1.5 turbo de ciclo Miller e outros dois elétricos, um dual motor dianteiro (gerador e de tração) e outro traseiro só de tração, formando tração integral. A potência combinada chegará a 393 cv.

Como detalhamos neste artigo, o câmbio mecânico possui apenas duas marchas, com relações altas e que engrenam o motor térmico ao diferencial apenas a velocidades de cruzeiro. Todas as arrancadas e retomadas são de responsabilidade dos motores elétricos.

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E foi só em modo elétrico que experimentamos o Haval H6 PHEV em um trajeto de poucos quilômetros no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro (RJ). Dando o pé até metade da carga do acelerador e sem passar de 140 km/h, o SUV será tracionado o tempo inteiro por eletricidade, como se fosse elétrico mesmo. 

Nessas condições, em nossa breve experiência, o propulsor a combustão não entrou em ação em nenhum momento. Vale lembrar que o pequeno teste ocorreu em um protótipo ainda não totalmente pronto para venda. A central multimídia, em especial, receberá muitos ajustes, assim como as suspensões e a direção. 

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Mas falemos mais sobre a experiência a bordo. De fato, rodar com o Haval H6 em modo EV é como dirigir um carro elétrico. O desempenho, inclusive, é satisfatório mesmo rodando só na casquinha do acelerador. Só o barulho do motor elétrico na cabine é mais alto do que poderíamos imaginar. Chega a lembrar uma nave especial. Talvez, no uso contínuo, essa característica incomode um pouco.

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Os seis modos de tração no H6 PHEV P4: 

EV (100% elétrico a até 140 km/h), o que experimentamos;
Serial (função gerador ativada a até 60 km/h);
Paralelo Low Speed (motor 1.5 turbo traciona as rodas entre 60 e 70 km/h);
Paralelo High Speed (motor 1.5 turbo traciona as rodas acima de 70 km/h);
Paralelo Full Power (motores elétricos e a combustão atuam juntos);
Regenerativo (frenagem regenerativa em dois níveis e função “One Pedal”, em que o motorista precisa só mexer no acelerador para dirigir).

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A ideia é ter um SUV que permita rodar só usando eletricidade em trajetos urbanos, e que não precise ser carregado todos os dias. Ao mesmo tempo, com a segurança de um motor a combustão e um tanque de 55 litros para rodar mais de 1.000 km em viagens longas. 

Só que, para obter sucesso nessa estratégia, será preciso educar o consumidor a fazer as recargas, mesmo que semanalmente, devido à excelente capacidade das baterias. Só assim um SUV tão grande e pesado poderá ser tão eficiente quanto promete. 

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Estudos internacionais indicam que o grande pecado dos híbridos plug-in é que seus donos se cansam das recargas externas e simplesmente abandonam o processo após algum tempo, passando a rodar só com combustível e motor térmico. E aí... Eles se tornam menos eficientes e econômicos até que modelos similares que nem híbridos são.

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MOTORIZAÇÃO E DESEMPENHO
Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, gasolina, injeção indireta multiponto, duplo comando variável de válvulas
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: não divulgada
Torque: nd 

Motor elétrico 1: dianteiro, síncrono de ímãs permanentes, dual motor (gerador e de tração)
Potência: nd
Torque: nd

Motor elétrico 2: traseiro, síncrono de ímãs permanentes, tração
Potência: nd
Torque: nd

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Potência elétrica combinada: nd

Potência total combinada: 393 cv
Torque combinado: nd

Peso/potência: 5,19 kg/cv
Peso/torque: nd
Câmbio: automático DHT, 2 marchas físicas
Tração: integral
0 a 100 km/h: nd
Velocidade máxima: nd

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CONSUMO E AUTONOMIA
Consumo Inmetro: 28,7 km/l na cidade; 25,3 km/l na estrada.

Capacidade bateria: 34 kWh
Autonomia em modo elétrico: 170 km (NBR)
Autonomia total: 1.578 km (cidade) e 1.391 km (estrada)
Tempo de recarga: 29 min (10% a 80% em carregador rápido DC de até 60 kW; 3h em wallbox de 11 kW; 5h em wallbox de 7,7 kW; 10h em tomada 220 Volts AC

Leia também: Avaliação: os segredos do Caoa Chery Tiggo 8 Pro Hybrid para fazer 30 km/l

Conforto, espaço interno e acabamento

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Nesse pequeno contato, o Haval H6 PHEV pareceu ser um veículo bem confortável. As suspensões ainda estão macias demais, algo típico de carros chineses. É um ponto no qual a GWM promete trabalhar até o lançamento, tanto para conter as inclinações laterais, ainda generosas, quanto as empinadas em acelerações e frenagens mais fortes.

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A direção também é levinha, mas já parece estar em um estágio mais próximo do gosto do consumidor brasileiro, pois aparentou ser direta na medida certa. Já a velocidade de resposta de acelerador e freio aos comandos nos pedais me agradaram.

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Apesar da promessa de ser tecnologicamente superior ao Tiggo 8 Pro Hybrid, o H6 PHEV não possui alguns refinamentos já presentes no rival. Por exemplo, os faróis são full-LED, mas o ajuste de altura do facho ainda será manual.

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Outro: o motor não é completamente isolado, como o do rival, o que se reflete em um nível de ruído de motor elétrico presente na cabine que o concorrente não tem. E enquanto o capô do Caoa Chery se abre com amortecimento, o do Haval ainda demanda que se erga a chapa manualmente se a deixe suspensa através da velha barra de ferro. E a chapa é bem pesada, já vá se preparando para isso.

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Internamente, o acabamento se mostrou correto, com painel de desenho agradável e minimalista, além de boa dose de elementos suaves ao toque e console central elevado, em dois níveis. Só a base dos cintos dianteiros, com dois cabos grosseiramente à mostra – poderiam ficar escondidos em uma caixinha –, me incomodou.

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Embora o contato tenha sido breve, a espuma dos bancos pareceu suficientemente firme e o interior trazia bom revestimento em couro sintético microperfurado. O espaço na fileira traseira em todas as posições é enorme, seja para pernas, ombros ou cabeça, mesmo com a presença de teto solar panorâmico – único item que será opcional no modelo. 

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Quase não há degrau no túnel central e o SUV oferece duas saídas de ar, além de duas tomadas USB convencionais. Outra boa notícia é que as luzes de cortesia ali são de LED, assim como à frente, todos os encostos de cabeça são ajustáveis e o apoio de braço central com porta-copos não despenca até a base do assento.

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Já o porta-malas tem 560 litros no método VDA, um ótimo volume, com base inteiramente plana, bagagito tipo cortina e tanto abertura quanto fechamento elétrico por sensor de aproximação das pernas. Que, por sinal, funciona bem, desde que você aproxime a perna no sensor entre as letras H e A do letreiro traseiro.

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Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensão McPherson (dianteira) e MultiLink (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira); diâmetro de giro não divulgado; coeficiente aerodinâmico nd; vão livre do solo, nd; ângulo de ataque, nd; ângulo de saída, nd; ângulo de transposição de rampas, nd; pneus, 235/55 R19; estepe por Kit de reparo.

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Tecnologias embarcadas

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A Mobiauto já explicou em detalhes as tecnologias que estarão presentes no Haval H6. Boa parte ainda não está pronta. A fabricante terá, em especial, um grande desafio para deixar o sistema multimídia a contento do que manda o mercado, tanto em termos de intuitividade quanto em comandos de voz em português.

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O quadro de instrumentos digital possui boa resolução, mas faltou tempo para explorar todas as suas funções, assim como as do Head-Up Display. Tampouco foi possível testar o prometido reconhecimento facial ou a internet a bordo. Já as entradas USB serão quatro, duas à frente e duas atrás, nenhuma do tipo C.

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Dos equipamentos de segurança ativa do sistema ADAS, experimentamos apenas o alerta de ponto cego e o alerta de mudança de faixa, que funcionaram a conteto. No fim, o que mais chamou a atenção foi a câmera de 360° com uma projeção translúcida do veículo, permitindo que se veja o ambiente ao redor com mais clareza. O sistema só precisa ser traduzido para o português, o que, segundo a fabricante, já está sendo feito.

O que esperar do Haval H6 PHEV

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A GWM ainda não revelou o preço de seu primeiro SUV no Brasil, mas já sabemos que o Haval H6 PHEV deve custar cerca de R$ 260.000. Para a cavalaria disponível e o nível de tecnologia prometida, é um bom preço, mas, como dissemos, falta certa dose de refinamento no projeto para esperar algo muito além disso, portanto o posicionamento se mostra adequado.

A fabricante ainda afirma que proporcionará uma experiência diferenciada de compra, com concessionárias conectadas, atendimento a domicílio, test-drives em shopping centers, cinco anos de garantia “de para-choque a para-choque” e um time de pós-venda vindo da conclamada Toyota.

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O produto tem os seus deslizes, mas parece promissor. Haverá outras derrapadas no caminho, algo natural em uma operação que está só começando. Mas, como dissemos, serão 50 pontos de venda e atendimento funcionando já na chegada do modelo. E já há uma fábrica em território nacional, em Iracemápolis (SP), o que confere solidez e segurança ao projeto.

Os chineses não vêm para brincar, especialmente porque se trata de uma das maiores fabricantes daquele país e o investimento em nosso mercado é alto (pelo menos R$ 10 bilhões). Se tudo continuar a ser feito como está, com estratégia ousada, mas correta, a tendência é que tenhamos um novo concorrente de peso a caminho.

Imagens: Divulgação/GWM e Leonardo Felix/Mobiauto

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