Como a BYD venderá carros que usam energia gerada pelo próprio dono

Concessionárias da marca no Brasil comercializarão painéis solares e baterias para que clientes possam recarregar seus veículos elétricos

LF
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01.10.2021 às 19:37
Concessionárias da marca no Brasil comercializarão painéis solares e baterias para que clientes possam recarregar seus veículos elétricos

Os planos de ingresso da BYD no mercado brasileiro de automóveis já não são mais segredo para ninguém. A marca chinesa deve, inclusive, apresentá-los oficialmente em novembro.

Há alguns dias, a Mobiauto já contou que a empresa planeja iniciar sua empreitada no setor de veículos leves no primeiro semestre do ano que vem, com dois modelos 100% elétricos: o SUV Tang e o sedan Han, ambos de porte grande e pegada premium.

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No segundo semestre, outros dois modelos híbridos plug-in de porte devem ser lançados, o SUV Song (ou o SUV cupê Song Plus, dele derivado) e o sedan Qin, para tentar encarar de frente ninguém menos os Toyota Corolla, Corolla Cross e RAV4.

Talvez você não saiba, mas a BYD já opera e possui até fábricas (no plural) no Brasil, produzindo baterias e painéis fotovoltaicos. Além disso, comercializa ônibus, empilhadeiras, furgões, caminhões e trens elétricos através de contratos corporativos, o chamado "B2B" ("business-to-business" ou "de empresa para empresa", em tradução livre do inglês). 

Só faltava mesmo ingressar no mercado "B2C" ("business-to-client" ou... De empresa para cliente), oferecendo produtos a pessoas físicas.

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Concessionárias venderão painéis solares e baterias

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Justamente por produzir baterias e painéis localmente, a BYD quer formar uma rede de concessionárias parecida com a da Tesla nos EUA, comercializando não apenas o sedan e o SUV elétricos, mas também um pacote de soluções que possibilitarão ao comprador gerar, em sua própria casa, a energia a ser usada pelo automóvel nas ruas.

“Nosso conceito será o de [comprar não apenas o produto, mas sim a] experiência. Esse será o primeiro pilar de nossa estratégia. Queremos criar um engajamento do consumidor com a marca, através de concessionárias interativas que venderão painéis, banco de baterias para casa...”, explica Henrique Antunes, diretor comercial da BYD no Brasil.

A tática poderá ser especialmente bem aceita em um cenário de seca, reservatórios das hidrelétricas vazios, termoelétricas funcionando no limite (e com uma fonte "suja"), riscos de apagão e tarifas altíssimas de eletricidade. 

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É claro que os clientes poderão levar para casa um Tang e um Han sozinhos. Ambos, aliás, serão posicionados como elétricos de luxo e devem custar mais de R$ 300.000. Porém, já que é para tirar o escorpião do bolso, por que não gastar um pouco mais e levar para casa um kit para captar e armazenar energia solar em casa, usando essa energia para recarregar o carro?

A mesma lógica se aplicará aos modelos híbridos, como o Song e o Qin, visto que serão carros eletrificados do tipo plug-in, ou seja, com recarga externa. Estes deverão ser comercializados na faixa entre R$ 200.000 e R$ 300.000.

Quanto a instalação dos geradores solares custará? Isso ainda é um mistério, mas sistemas fotovoltaicos residenciais podem sair por R$ 5.000 ou até R$ 100.000, a depender da capacidade dos geradores. Haverá, portanto, muitas possibilidades.

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Vendas online, lojas tradicionais 

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Ainda de acordo com Antunes, a BYD vai operar com concessionárias físicas e convencionais no Brasil, como já vemos em outras marcas. “Já estamos conversando com grandes grupos para ter uma rede bem estabelecida no país”, conta.

Em alguns mercados, a empresa trabalha apenas com showrooms 100% digitais, mas os executivos entendem que o Brasil ainda é um país muito conservador para uma estratégia arriscada sentido. As vendas online devem ser colocadas em prática, mas somente como um complemento de negócio.

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Expertise com veículos antigos

 

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Poucas pessoas se lembram, mas a BYD já acenou para um ingresso no mercado de veículos de passeio quatro anos atrás, com o sedan e5 e o monovolume e6 (cujos traços lembravam MUITO o de carros da Fiat), ambos 100% elétricos. Unidades chegaram a ser adquiridas por algumas empresas e até pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo (SP).

Segundo o diretor comercial da empresa no Brasil, o projeto de comercializar esses modelos no passado não vingou (tanto que o plano, agora, inclui outros produtos, bem mais modernos), mas serviram para adquirir experiência e prever como os elétricos e híbridos da marca se comportarão nas ruas brasileiras.

“Tivemos e ainda temos alguns protótipos rodando já com 500 mil, 600 mil quilômetros rodados. Isso vem nos dando uma boa expertise e conhecimento sobre adaptações necessárias nos produtos e como funcionará o pós-venda deles no mercado brasileiro”, garante.

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