Renault Kardian: o que SUV herda do Sandero Stepway e o que é só dele
Após teasers, destrinchamos os detalhes do Renault Kardian 2024 que são aproveitados do irmão gringo e aqueles que são inéditos
A Renault divulgou nos últimos dias alguns teasers bem reveladores a respeito do Kardian, seu SUV de entrada que será revelado integralmente em 25 de outubro, com chegada às lojas prevista para janeiro de 2024. As imagens mostram quase por inteiro o visual externo do modelo, bem como o desenho da cabine.
Como a Mobiauto já explicou diversas vezes, o Renault Kardian é um projeto derivado diretamente do Dacia Sandero Stepway de terceira geração. Trata-se da mesma estratégia adotada pelo Fiat Pulse em relação ao Argo e pelo VW Nivus ante o Polo. A diferença é que o Sandero Stepway G3 não é vendido no Brasil, o que dará ao irmão SUV um maior caráter de ineditismo.
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Ainda assim, com as informações e fotografias já divulgadas pela Renault, mais as imagens de patente vazadas no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), é possível destrinchar quase na integralidade tudo que o Kardian herdará, efetivamente, do hatch aventureiro europeu e o que foi criado exclusivamente para ele.
Lembrando que o Kardian será comercializado no Brasil entre R$ 100.000 e R$ 130.000, com versões 1.0 turbo e, talvez, 1.6 aspiradas para encarar de frente o Fiat Pulse.
O que o Renault Kardian herda do Dacia Sandero Stepway
Construído sobre a plataforma CMF-B Low, uma variante simplificada da matriz modular da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi voltada a veículos compactos, o Renault Kardian terá a mesma distância entre eixos do Dacia Sandero Stepway de terceira geração. São 2,60 metros, 4 cm a mais do que os 2,56 m do Nivus e quase 7 cm a mais do que os 2,53 m do Pulse.
Além disso, boa parte da estrutura monobloco e mecânica é a mesma, incluindo o teto, todo o underbody, suspensão dianteira (McPherson) e traseira (eixo de torção), freios, bitolas, tanque de combustível, arquitetura elétrica e base estrutural dos bancos.
Na “casca” da carroceria, o Kardian também aproveitará o
para-brisa, as colunas A, B e C, vidros laterais e traseiro, o formato das
portas laterais, as barras longitudinais de teto e as molduras plásticas
laterais do novo Stepway, além do motor 1.0
turbo da família TCe, usado em algumas configurações do irmão europeu.
Porém, haverá diferenças nas especificações e casamento com o câmbio, conforme
falaremos mais adiante.
Por dentro, o último teaser divulgado pela Renault mostra que o painel do Kardian será basicamente o mesmo do Dacia Sandero Stepway, embora também com atualizações – as quais falaremos no tópico das diferenças entre eles.
Todavia, as saídas de ar dianteiras são exatamente as mesmas, assim como a central multimídia destacada, com tela aparentemente de 8 polegadas. O ar-condicionado com três comandos giratórios e telas digitais também é idêntico. Aliás, trata-se do mesmo comando de modelos maiores da marca, como o Duster.
Também é comum entre os dois modelos o posicionamento dos botões do painel, da tomada 12V e da entrada USB tipo A, bem como o porta-luvas e as guarnições das portas laterais dianteiras. Por fim, o Kardian trará os contestados comandos satélites para o sistema multimídia à direita da coluna de direção, como todos os outros Renault nacionais e o próprio Sandero Stepway feito pela romena Dacia.
Por fim, o freio de estacionamento eletrônico, item que a Renault deixou em destaque em seu teaser, já existe no novo Sandero Stepway, embora a tecla esteja posicionada de modo distinto no SUV a ser produzido em São José dos Pinhais (PR).
Itens inéditos ou exclusivos do Renault Kardian
Apesar de tantas similitudes, o Renault Kardian terá alguns elementos inexistentes no irmão de sangue. Na parte de estamparia, por exemplo, o capô e a tampa do porta-malas são exclusivos, enquanto as portas laterais e os para-lamas possui vincos diferentes do que se vê no Dacia.
Grade, conjunto óptico dianteiro – separado em três níveis no Kardian, com direito a DRL de LED iluminação principal por espelhos de LED nas versões de topo –, lanternas traseiras – também com guias de LED –, para-choques e desenho das rodas também mudam do modelo europeu para o brasileiro, conferindo ao Kardian um visual próprio, descolado do parente de sangue.
Com isso, o Kardian deve ter mudanças sutis nas dimensões em relação aos 4.099 mm de comprimento, 1.848 mm de largura, 1.587 mm de altura, 328 litros de porta-malas e pouco mais de 1.100 kg de peso em ordem de marcha do irmão gringo. Seus números devem ser bem parecidos, mas um pouco distintos.
Na parte mecânica, o Kardian terá como diferencial o uso de um câmbio automatizado de dupla embreagem usado pelo Dacia Duster, uma configuração inexistente na gama do Sandero Stepway G3.
Por dentro, o volante é o mesmo da maioria dos Renault nacionais, como o extinto Sandero de segunda geração, além dos claudicantes Logan, Stepway e Captur, e dos irmãos Duster e Oroch. Trata-se de uma peça de apenas três raios, mais elegante que o miolo de quatro raios usado pela Dacia.
Porém, a grande novidade na cabine do Kardian está no console central elevado, promovendo um reposicionamento da tecla de freio eletrônico e um ganho de dois porta-copos centrais, além de um apoio de braço com porta-objetos. A manopla de câmbio tipo joystick é inédita entre os modelos da marca fabricados no Brasil.
Por fim, é possível perceber que os bancos dianteiros, apesar de iguais, recebem um acabamento diferente do Sandero Stepway, mais adequado ao gosto do consumidor brasileiro. E há um charme que o Dacia não tem: as portas dianteiras trazem um filete de LED com iluminação interna ambiente, que deve contar com diferentes tipos de cor.
E o cluster do Renault Kardian?
Esta é uma das únicas perguntas que restam sem resposta sobre o novo Kardian, junto com a potência oficial do motor 1.0 TCe, o número de marchas o câmbio (seis ou sete), a lista de versões e, claro, os preços do SUV.
O teaser não mostra se o quadro de instrumentos do Renault Kardian 2024 será analógico com computador de bordo digital monocromático, como no Dacia Sandero Stepway, ou se haverá a aplicação de um cluster digital, algo ainda inédito entre os Renault nacionais.