SUV chinês tem autonomia de 1.750 km e custa menos que Fiat Mobi
Bestune Yueyi 07 é 60 cm maior que o novo Tera, da VW, e 20% mais acessível que sua versão 1.0
O leitor que se interessa pelas novas marcas chinesas já reparou que existem dezenas delas. Na verdade, são mais de 80, a maioria focada em novas energias, como é o caso da Bestune, que faz parte do grupo estatal FAW – isso mesmo, você leu “estatal” – conhecido como a segunda das “Quatro Gigantes” do setor automotivo da China.
Feita esta breve “apresentação”, a Bestune ganhou destaque, na última semana, com a apresentação de seu novo SUV, o Yueyi 07, um híbrido plug-in que promete autonomia de mais de 1.750 quilômetros. A gama Yueyi é focada no segmento de entrada e trata-se, portanto, de um popular chinês.
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Com 4,74 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,71 m de largura e uma distância entre-eixos de 2,77 m, ele é 60 cm maior, 11 cm mais largo e 24 cm mais alto, levando ainda uma vantagem de 21 cm na distância entre-eixos, comparado com o Tera, que a Volkswagen acaba de lançar comercialmente, no Brasil. Mas porque compará-lo com o Tera?
É que enquanto o novo SUVinho da Volks parte de R$ 104 mil na versão 1.0, de 84 cv, o Yueyi 07 é ofertado por 99.800 yuans (o equivalente a R$ 78 mil ou mais de 20% menos) no catálogo básico, equipado com um trem de força que combina o motor 1.5T, de 148 cv, a uma unidade elétrica de 225 cv (168 kW) para acelerar de 0 a 100 km/h em 6,9 s (13,8 s, no Tera 1.0) com um consumo médio de até 25,6 km/l (no VW, entre 13,2 km/l e 14,7 km/l, com uso exclusivo de gasolina como combustível). Enquanto o lançamento da Bestune reclama alcance regular de 1.500 km, o Tera tem autonomia máxima de 720 km.
Por se tratar de um híbrido plug-in, o Yueyi 07 pode rodar entre 150 km (quando equipado com pacote de baterias de 21,2 kWh) e 210 km (com baterias de 30,9 kWh) apenas no modo elétrico. Já a recuperação de 30% a 80% da energia leva, de acordo com o fabricante, apenas 20 minutos – taxa 2C.
ADAS Nível 2
Como todo lançamento chinês deste segmento, o Bestune Yueyi 07 oferece sistema semiautônomo de Nível 2 que, basicamente, reúne todos os recursos de assistência comumente disponíveis em modelos bem mais caros – podendo assumir o controle do veículo em poucas situações específicas. O interior não traz ostentação e duas telas, de 8 pol e 12,6 pol, fazem as vezes de quatro de instrumentos e central de comando – o HiCar, da Huawei, é o espalhamento nativo para smartphones, mas o Carlink também permite conexão e acesso a aplicativos da Apple e sistemas Android.
O modelo R1 de inteligência artificial (IA) da DeepSeek também é “nativo” do lançamento. Mimos como o sistema de áudio com oito alto-falantes, bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento (também disponível para quem vai atrás) e ventilação, além da iluminação ambiente com 32 opções de cores, completam a oferta de conteúdo – a suspensão traseira é multi-link e as rodas trazem aro 18.
Como todo “popular”, o novo SUV promete bastante espaço para bagagem, com um porta-malas generoso: são 590 litros de capacidade volumétrica, lembrando com os chineses fazem este cálculo extrapolando o limite que usamos por aqui, e até 1.800 l com os encostos traseiros rebatidos – eu, pessoalmente, estimo que uma medição dentro dos parâmetros brasileiros reduziria esses números em pelo menos 30%, mas, ainda assim, dá para levar muita tralha.
Nos mercados asiáticos, o modelo também pode ser encontrado com a denominação T90 e em versões convencionais, uma delas equipada com motor turboalimentado 2.0T de 185 cv, combinado à transmissão automatizada de embreagem dupla e sete velocidades.
Seu preço, de 100 mil yuans (R$ 78.160) dá uma clara noção da evolução qualitativa do mercado chinês, onde a versão híbrida plug-in de um mesmo automóvel já sai mais barata que sua variante a combustão.
A gente olha bem e fica com a sensação de que paremos no tempo ou, como dizia o ex-presidente Fernando Collor, quatro décadas atrás, que “os carros brasileiros – ainda – parecem carroças”.
Imagens: Reprodução/Autohome
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
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