Acidentes em rodovias custam ao Brasil mais que todos os Deputados e Senadores

Maioria dos 64.477 acidentes registrados em rodovias federais em 2022 aconteceu nos feriados e finais de semana, e custou ao país R$ 13 bilhões

Renan Rodrigues
Por
04.03.2023 às 00:00 • Atualizado em 29.05.2024

 Os acidentes ocorridos em rodovias federais durante o ano de 2022 custaram R$ 12,92 bilhões aos cofres públicos brasileiros. Esse cálculo, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), considera despesas diretas e indiretas, como gastos com atendimento hospitalar, previdenciário e perda de produção.

Os parâmetros adotados possuem base nos dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e incluem danos materiais, sinistros de cargas, processos judiciais, mobilização das autoridades para atendimento (polícia, samu, bombeiros, etc) e impactos ambientais.

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Volume de dinheiro

Para se ter ideia do quanto de dinheiro estamos falando, o orçamento federal aplicado na malha pública em 2022 foi de R$ 6,51 bilhões. O orçamento de 2023 prevê pouco mais de R$ 10 bilhões para o programa Minha Casa, Minha Vida.

Por fim, os R$ 12,92 bilhões custeariam o ano inteiro de atividades da Câmara dos Deputados Federais e do Senado Federal. O custo engloba todos os 64.477 acidentes registrados em rodovias federais em 2022. Ou seja, nem estamos falando de ocorrências em rodovias estaduais, estradas municipais ou vias em perímetro urbano.

Inversão no tipo de acidente

Até 2014, eram mais comuns acidentes sem vítimas, ao contrário do que acontece atualmente. Do total de acidentes registrados em rodovias federais no ano passado, 11.499 não tiveram vítimas, enquanto 52.946 acabaram com mortos ou feridos, um percentual de 82,11%.

Na média, foram sete acidentes a cada 10 km de rodovia em 2022. O número de ocorrências cresceu 0,2 %, enquanto o de mortes subiu 0,7% na comparação com 2021. O tipo de acidente mais comum é a colisão envolvendo automóveis. Esse tipo de ocorrência é responsável por 61,9% das mortes.

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Rodovias da morte

As duas maiores rodovias do Brasil, BR-101 e BR-116, são as que registram mais óbitos. A BR-116 lidera o triste ranking, com 640 mortes, enquanto a BR-101 registrou 605 falecimentos em 2022.

O ranking ainda aponta que Minas Gerais, o Estado que possui a maior malha rodoviária do país, foi o que gerou mais custos decorrentes de acidentes rodoviários: R$ 1,69 bi.. Na sequência, aparecem Paraná e Santa Catarina, com R$ 1,41 bi e R$ 1,32 bi, respectivamente.

Os acidentes ocorrem em sua maioria nos finais de semana, uma vez que metade dos registros é feita de sexta a domingo. Pessoas com mais de 45 anos (28%) apareceram mais nos boletins, sendo que o sexo masculino corresponde a 70% dos acidentados.

Os feriados de Carnaval, Proclamação da República e Corpus Christi registraram 1.160, 1.079 e 901 acidentes, respectivamente.

Uma das grandes causas dos acidentes, segundo a pesquisa da CNT, é o estado de conservação das rodovias. Dos 110.333 quilômetros avaliados no ano passado, 66% ou quase dois terços foram classificados como trechos de qualidade irregular, ruim ou péssima.

Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.

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