Carros a etanol podem voltar ao Brasil, mas de um jeito (bem) diferente

45 anos depois de a tecnologia ser apresentada em nosso mercado, ela deve voltar

Renan Bandeira
Por
24.08.2024 às 20:11 • Atualizado em 29.04.2025

Os carros a etanol completariam 45 anos se ainda existissem. A história começou muito antes da virada para este século, quando a Fiat lançou o 147 a álcool, em julho de 1979. Além de apresentar a nova tecnologia, o subcompacto também marcou história por ser o primeiro modelo fabricado em Betim (MG), onde a marca tem instalações até hoje.

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Os carros a etanol perderam espaço no Brasil com a chegada dos flex. A opção de ter um motor flexível com possibilidade de ser abastecido por gasolina ou etanol, que já completaram duas décadas, seguem nas graças dos consumidores e que estão no alvo até das marcas chinesas.

 

Mas isso não foi um fim da linha para os motores a combustão que funcionam com etanol. A tecnologia pode voltar, principalmente para carros elétricos. O motor a combustão a etanol tem um ponto que agrada as fabricantes: baixo volume de emissões. E foi mencionado durante o Fórum Direções, organizado pela revista Quatro Rodas.

E isso torna a motorização aliada das empresas para estarem dentro das novas regras de emissão e para se encaixar nos planos de ESG. Afinal, os poluentes emitidos por esse tipo de veículo se torna praticamente zero considerando tudo aquilo que a plantação de cana-de-açúcar absorveu em fotossíntese.

 

A novidade é que o motor a etanol será um grande aliado seja para atuar junto de carros elétricos. O etanol pode ser desde uma célula de combustível para alimentação das baterias dos modelos movidos a bateria, quanto um extensor de autonomia.

No primeiro dos caso, o sistema é mais complexo. O carro é abastecido com etanol, mas passa por toda uma reação física-química para explodir e ter essa energia aproveitada para recarga do sistema elétrico. O segundo é mais simples e já está sendo aplicado no Brasil.

 

Semanas atrás a Mobiauto contou sobre o ônibus da Volare,que é elétrico e usa um motor 1.0 do Renault Kardian para aumentar suaautonomia. A usina térmica não traciona as rodas, por isso não se trata de um modelo híbrido, e sim um EREV.

Ou seja, independentemente se for como um extensor de autonomia ou sendo um complexo sistema de célula de etanol, os carros podem voltar a ter etanol no tanque como único combustível possível. Será que vai demorar para termos um novo "cachacinha" no Brasil? Aguardemos.

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Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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