Honda XRE 300 2025 é boa compra? Veja pontos positivos e negativos

Desempenho e versatilidade ainda atraem, mas há pontos de atenção quanto à mecânica e segurança

05.07.2025 às 01:50

A Honda XRE 300 foi vista, durante mais de uma década, como uma das motocicletas mais versáteis do mercado brasileiro. Com uma proposta que pretendia unir conforto, robustez e facilidade de condução, ela acabou conquistando tanto o público urbano quanto quem pilota na terra. Em 2023, sua produção foi encerrada, dando lugar à nova Sahara 300.

Para quem busca uma trail confiável no mercado de seminovas, a XRE 300 ainda é uma opção interessante — desde que o comprador esteja atento aos seus pontos fortes e limitações.

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Lançada em 2009, a XRE 300 foi a única trail de média cilindrada da Honda disponível, pois a marca também havia tirado a Tornado de circulação. A XRE 300 rapidamente se destacou por conta do design mais contemporâneo para a época, motor flex e um conjunto voltado para o conforto no asfalto e desempenho honesto na terra.

Honda XRE 300: motor e câmbio

Seu motor monocilíndrico de 291,6 cm³ entregava até 26,3 cv com etanol e torque de 2,8 kgfm, o que garantia desempenho satisfatório no uso urbano e também em estradas, desde que o piloto estivesse ciente da ausência de uma sexta marcha — ponto criticado por manter o giro elevado em velocidades de cruzeiro.

O câmbio de cinco marchas era um dos principais pontos negativos da XRE, especialmente para quem pretendia viajar com frequência. A ausência da sexta marcha prejudicava o conforto acústico e aumentava o consumo de combustível em longos percursos. Ainda assim, o consumo médio era elogiável: a XRE fazia entre 25 km/l e 28 km/l, dependendo do estilo de pilotagem e do tipo de combustível.

A ciclística é um dos destaques da motocicleta. Com suspensões de longo curso — 245 mm na dianteira e 225 mm na traseira —, ela é bastante eficiente para absorver buracos e imperfeições. Os pneus Metzeler Tourance mistos ajudam nessa proposta, embora, em condições de lama pesada, a aderência deixasse a desejar.

Com peso em ordem de marcha por volta de 148 kg, a XRE 300 era leve para sua categoria, o que facilitava a condução no trânsito urbano e nas manobras em baixa velocidade. Outro ponto positivo era o conforto: o banco largo e bem desenhado acomodava bem piloto e garupa, tornando-a boa opção para o uso diário ou pequenas viagens.

Honda XRE 300 2025: Segurança

No quesito segurança, a partir de 2020, a moto passou a contar com freios a disco nas duas rodas e sistema ABS — item essencial para rodar com mais tranquilidade, especialmente em piso molhado. O painel também evoluiu ao longo dos anos, com marcador de marcha, indicador de consumo e iluminação em LED a partir de 2019.

Ainda assim, o motor permaneceu barulhento ao longo de toda a sua existência no mercado brasileiro.

Contudo, nem tudo é positivo na moto. Inclusive, no tópico segurança, embora não diretamente relacionado com a moto, uma das preocupações com a XRE 300 é o fato de o modelo ser visado nas ruas. Há farto histórico de reclamações de que a moto atrai a ação de criminosos, sobretudo em cidades grandes. Além do risco inerente que isso pode atrair ao proprietário, isso também pode afetar os custos com seguro.

Outro aspecto que merece atenção especial são os relatos antigos de trincas no cabeçote e pequenos vazamentos de óleo, especialmente em modelos fabricados entre 2014 e 2015. A Honda chegou a fazer campanhas de recall para esses casos, mas é importante que o comprador verifique se o serviço foi realizado.

Tirando esses episódios pontuais, a mecânica da XRE é simples, acessível e fácil de manter — com peças disponíveis até hoje nas concessionárias da Honda.

Com o fim da linha XRE 300, a Honda lançou a Sahara 300, modelo que mantém a proposta trail, mas traz atualizações importantes como câmbio de seis marchas, painel full digital, iluminação full LED e melhorias na ciclística.

Para o motociclista que prioriza conforto, versatilidade e não se importa com a ausência de tecnologias mais recentes, a XRE 300 continua sendo uma opção recomendável. No entanto, é preciso pesar suas limitações: câmbio curto, barulho do motor e desempenho limitado em terrenos mais exigentes.