Este carro elétrico de R$ 20 mil, faz 100 km/l e não pode “pisar” na estrada

Lançamento, que parece feito de pelúcia, tem alcance de até 170 km, sem necessidade de recarga das baterias, e consumo (de eletricidade) equivalente a incríveis 101 km/l

HG
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17.05.2024 às 00:04 • Atualizado em 29.05.2024
Lançamento, que parece feito de pelúcia, tem alcance de até 170 km, sem necessidade de recarga das baterias, e consumo (de eletricidade) equivalente a incríveis 101 km/l

Qualquer universitário que pinçarmos, no primeiro período do curso de Psicologia, pode atestar que a “paixão por carros” não é, exatamente, um indicativo de autoestima – pelo contrário. De qualquer forma, são esses apaixonados que nutrem verdadeira aversão por automóveis chineses, agindo como se sua opinião tivesse o condão de interferir na maior cadeia industrial e no maior mercado automotivo do mundo – que dó.

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O fato é que, na China comunista, existem microEVs de menos de R$ 30 mil que nosso capitalismo, na contramão do que preconizam os liberais, não consegue oferecer e é exatamente por isso que, não prática, pouco importa se o leitor gostou, se não gostou ou nem notou o Zhido Rainbow, de R$ 22.590, que apresentamos na semana passada.

O que realmente conta é que ele já tem um concorrente “à altura” por lá, o igualmente pequenino Pony, da Bestune (este é o nome da marca, uma subsidiária da gigante estatal FAW), que parte de inacreditáveis 28.900 yuans ou R$ 20.600.

Antes de mais nada, é preciso explicar que, na China, há uma categoria de citadinos que não existe por aqui, com uma legislação específica para esses micro elétricos – uma regulação que, inclusive, não permite seu uso rodoviário.

Ou seja, o Pony que o leitor vê, com 3,00 m de comprimento (66 cm menor que o Kwid), 1,51 m de largura e 1,63 m de largura, é um urbanóide e não adianta pensar nele como algo diferente disso. Trata-se, obviamente, de um modelo espartano ou simplérrimo, franciscano, para quem preferir.

Apertado, mas eficiente

Por dentro, o Pony é muito apertado, não há como negar. Atrás do volante, um visor LCD faz as vezes de painel de instrumentos e até mesmo o seletor de direção (da transmissão) fica no painel, porque não há console central entre os bancos.

À esquerda, ficam os comandos dos vidros elétricos; no centro, os do ar-condicionado e, à direita, um sistema de som integrado bem simples, com viva-voz Bluetooth e entrada USB – mais nada. O interior está disponível em cores extravagantes: ouro, azul, verde e rosa, como nas fotos, e só o motorista conta com airbag.

O novo Pony, da Bestume, pode ser menor, aliás, bem menor que um Kwid, mas o EV chinês leva uma vantagem gigante no capítulo eficiência. É que enquanto o subcompacto brasileiro faz, no máximo, 15,3 km/l (com uso exclusivo de gasolina como combustível e de acordo com dados da própria Renault), o chinesinho tem consumo – de eletricidade – equivalente a incríveis 101 km/l. É verdade que seu motor elétrico de 27 cv não é uma usina de força e seu torque de 8,6 kgfm, apesar de instantâneo, também é inferior ao do Kwid. Seu desempenho, mesmo no modo “esportivo”, não empolga e sua velocidade máxima é de 100 km/h.

Mas, nunca é demais sublinhar, estamos falando de um automóvel 3,5 vezes ou 71,5% mais barato que o Kwid – que é produzido e vendido pela francesa Renault, mas tem origem indiana, há que se lembrar – e que, na versão “topo de linha”, oferece sensor de estacionamento com câmera traseira, assistente de arranque para aclives e freios ABS.

Portanto, mais do que corresponder à paixão ardente do brasileiro, o Pony (o nome "pônei" diz muito sobre um modelo que o próprio fabricante apresenta com um unicórnio de pelúcia) tem a missão de franquear o acesso dos chineses ao transporte urbano individual, com emissão zero, foco na economia e na acessibilidade.

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