Os carros da Jaecoo são tão bons quanto os de GWM e BYD no Brasil?
Marca chinesa chegou esse ano ao Brasil, e promete incomodar marcas chinesas que já estavam instaladas aqui
A Jaecoo iniciou sua operação no Brasil neste ano. A marca pertence ao grupo Cherry, mas é uma das subsidiárias destinadas à exportação, como acontece com a Omoda — que também chegou ao Brasil em operação conjunta com a Jaecoo.
A Jaecoo tem como principal objetivo oferecer modelos com uma pegada mais off-road, enquanto a Omoda terá veículos com visual mais jovem e urbano. Na prática, temos duas marcas que utilizam sistemas e expertise da Chery para vender seus carros no Brasil. Incluindo conjuntos que a gente possa ver nos Caoa Chery já vendidos aqui por meio da operação sino-brasileira.
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Entre os modelos da Jaecoo, o único que chegou ao Brasil até o momento é o 7. É um SUV com porte de Tiggo sete, mas com híbrido plug-in parrudo, que promete bom consumo de combustível e que tem um visual bem diferente. Os carros da Jaecoo de uma forma geral lembram bastante o design dos modelos da Land Rover.
Com o Jaecoo 7 não é diferente, ele tem linhas mais quadradas, faróis afilados e uma lanterna inteiriça de LED que lembra bastante o visual de modelos da marca britânica. O modelo chama atenção pelo visual de caixote, tem medidas interessantes e uma grade que toma quase todo a porção dianteira do carro.
- Comprimento: 4,50 metros
- Largura: 1,86 m
- Altura: 1,68 m
- Entre-eixos: 2,67 m
Por dentro, o modelo aposta num visual mais minimalista, puxando mais para o que a GWM oferece no Brasil. No entanto o que chama bastante atenção na cabine é a grande tela, à lá BYD, que conecta Android Auto e Apple CarPlay sem fio e é bem intuitivo e fácil de mexer. A versão testada por Mobiauto foi a Luxury, que é a mais barata, vendida por R$229.990.
Renan Rodrigues/Mobiauto
Mesmo sendo uma versão de entrada, ela já é bem interessante. O nível de acabamento interno é bem bacana. Como já havia dito, é minimalista, mas não deixou de trabalhar com bons materiais.
As superfícies são macias ao toque, os bancos têm boa densidade de espuma e um ótimo revestimento. Além disso todas as peças parecem bem encaixadas, o que reduz os “grilos” internos e garante um conforto melhor de ruído para os ocupantes.
Falando em ruído, não há como negar que o sistema híbrido colabora bastante para isso. Com a bateria grande, o sistema elétrico é o preferido para fazer o carro rodar, e com isso o barulho interno é bem pequeno.
Renan Rodrigues/Mobiauto
Já que falamos de motor, vai lembrar que o Jaecoo 7 oferece um sistema híbrido composto por 1.5 a gasolina turbo de 135 cavalos de potência 20,4 kgfm de torque. E que trabalha junto de um sistema elétrico robusto de 204 cv e 31,6 kgfm, oferecendo de forma combinada são 339 cv e 52 kgfm.
Na prática, o modelo tem mais fôlego que o BYD Song Plus aspirado, e anda tão bem quanto o Haval H6. O Jaecoo sete tem boas acelerações e retomadas, principalmente por preferir o sistema elétrico para rodar.
E com isso garante um consumo de combustível bom. De acordo com o Inmetro, são 15,1 km/l na gasolina dentro da cidade e 13,5 km/l de gasolina na estrada. Na prática, durante os testes da Mobiauto, o modelo superou os 20 km/l rodando em circuito misto cidade-estrada, mas com 70% sendo na estrada e 30%, na cidade.
Renan Rodrigues/Mobiauto
No mundo real o híbrido se dá melhor dentro da cidade, nos levando a acreditar que se esse teste tivesse sido apenas em perímetro urbano, o modelo teria marcas ainda melhores. No quesito mecânico, o Jaecoo 7 se mostrou tão robusto e eficaz quanto GWM e BYD.
Mas, como disse acima, ele chega a entregar até pouco mais que Song Plus, hoje um dos seus carros mais famosos - que atua na faixa de preço do Jaecoo 7.
Ele perde por não oferecer tanto espaço interno. Haval H6 e Song Plus são SUVs maiores que o Jaecoo 7. Com isso o modelo não vai te garantir um espaço interno tão legal e nem mesmo um porta-malas tão grande quanto desses rivais. Ainda assim há um bom espaço para o joelho e para a cabeça dos ocupantes - para os ombros já fica um pouco mais apertado e o porta-malas é pequeno, com 340 litros.
Renan Rodrigues/Mobiauto
Nos rivais citados a gente vai encontrar um espaço melhor também para os ombros e um porta-malas que garante espaço para a família toda.
Mas a pergunta é se os carros da Jaecoo são tão bons quantos da GWM e BYD. Nesse caso, a resposta é sim. Claro que é importante esperar para ver o longo prazo desses veículos no Brasil.
As próprias BYD e GWM ainda estão em um “período de teste” dos brasileiros. Afinal ambas precisam manter essa operação robusta aqui no mercado para garantir que os modelos e os clientes serão bem atendidos ao longo do tempo e garantir que terão peças de reposição quando precisarem, coisas que não aconteceram no passado com outras marcas chinesas e que marcaram negativamente o mercado brasileiro.
Renan Rodrigues/Mobiauto
Nesse ponto, a Jaecoo tem tomado o mesmo caminho de BYD e GWM, associando-se a grandes grupos de concessionárias e criando uma rede de assistência que é importante para os clientes da marca. Nesse caso, ter um bom pós-venda pode fazer a marca crescer no Brasil, contra as rivais chinesas, e também contra as montadoras já instaladas aqui e que são referência, como Toyota e Honda.
Entre as marcas chinesas que estão prometendo chegar ao Brasil hoje, a Jaecoo é a que parece mais capaz de incomodar BYD e GWM — junto da GAC que começou a sua operação recentemente.
O Jaecoo 7 é o melhor exemplo disso. O modelo tem um preço competitivo, boas tecnologias, consumo de combustível bem comedido e um desempenho interessante. Tudo isso alinhado ao bom gosto de revestimento interno e aos materiais trabalhados, fazem do SUV híbrido um dos principais modelos na faixa de R$ 200.000 a R$ 300.000 hoje, no Brasil. Ele tem grande potencial para rivalizar com Haval H6 e BYD Song Plus, e é justamente tão bom quanto os dois.
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