Bingo: o elétrico de R$ 44 mil maior que Kwid e 7 vezes mais econômico

Com consumo equivalente aos 77,5 km/l de um carro a combustão, novo compacto da Wuling é o elétrico popular que a Chevrolet poderia cogitar no Brasil

HG
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01.04.2023 às 00:00 • Atualizado em 29.05.2024
Com consumo equivalente aos 77,5 km/l de um carro a combustão, novo compacto da Wuling é o elétrico popular que a Chevrolet poderia cogitar no Brasil

Hoje, o brasileiro que tem R$ 70 mil na conta bancária tem pouquíssimas opções para a compra de zero-quilômetro. Na verdade, as escolhas se resumem ao paupérrimo Mobi (a partir de R$ 64 mil), da Fiat, e ao franciscano Kwid, da Renault (a partir de R$ 69 mil).  

São valores aviltantes, diante da pobreza, da insegurança e da tecnologia ultrapassada de ambos os modelos – aliás, são preços tão aviltantes que as vendas da dupla andam em baixa. Mas existe uma luz no fim do túnel e, nela, brilha uma estrela amarelinha. 

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Esta estrela reluz sobre compactos muito mais modernos e em conta, maiores e, o melhor, até sete vezes mais econômicos que o ‘duo’ nacional, tudo isso por menos de o equivalente a R$ 45 mil (59.800 yuans). Estamos falando do novíssimo Wuling Bingo, que acaba de estrear na China para brigar pela liderança entre os EVs, no maior mercado do mundo!

Com estilo diferentão e 3,95 metros de comprimento, o Bingo é quase 30 cm maior que o Kwid. Mais largo (10 cm) e alto (11 cm) que o Renault, o EV chinês também leva ampla vantagem em espaço interno, com uma distância entre-eixos quase 15 cm superior.  

Seu porta-malas de 310 litros, capacidade volumétrica que vai a 790 l com o encosto traseiro rebatido, completa a cartela de um modelo que, se não faz frente aos compactos da Honda e da Toyota, atende perfeitamente todas as necessidades de um casal com duas crianças – e cabe sublinhar que, comparado ao Yaris XL 1.5, o lançamento sai por menos da metade do preço.

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A grande vantagem do Wuling Bingo em relação a Kwid, Mobi e Yaris, além do City hatchback, está na motorização elétrica, que representa a emancipação de seu feliz proprietário ao posto de combustíveis.

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A unidade de 50 kW, equivalente a 68 cv, não é um portento em termos de potência, mas seu torque máximo instantâneo de 15,2 kgfm é igual ao do compacto da Honda, cujo propulsor 1,5 litro 16V desenvolve 126 cv.  

Na prática, o EV chinês acelera mais rápido que qualquer modelo do quarteto nacional e, no trânsito das grandes cidades, é isso que importa. Mas o Bingo deixa todo mundo para trás no consumo.

R$ 45 por mês

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Suas baterias de íon de lítio (LFT) têm capacidade de 31,9 kWh e autonomia de 333 quilômetros, sem necessidade de recarregamento. Por falar nisso, a recarga completa do pacote leva intermináveis nove horas e meia, numa tomada de energia convencional, mas com uma estação rápida (doméstica, mesmo) dá para alcançar 80% de carga, em apenas 35 minutos.  

Na ponta do lápis, o novo EV faz o equivalente a 77,5 km/l, o que significa um custo por quilômetro rodado sete vezes menor que o do Kwid. Apenas para o leitor ter uma ideia, se o proprietário do subcompacto da Renault gasta R$ 300 por mês, para seus deslocamentos, a despesa cairia para algo em torno de R$ 45, com o Bingo – a economia anual seria de mais de R$ 3.000. 

Leia também:  Kei car elétrico da Mitsubishi tem marra de L200 e é menor que um Kwid

Por dentro, o novo EV traz dois níveis de acabamento e conteúdo. A versão de entrada é bem espartana, mas, a partir dos modelos intermediários, há duas telas que agrupam o quadro de instrumentos e as funções de infotainment, com direito a reconhecimento de voz e outros mimos – a maior delas tem 10,2 polegadas. Tanto os faróis, quanto a lanternas traseiras, são em luzes diodos (LEDs).

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Completíssimo, o Wuling Bingo sai por R$ 54.855, o que pode ser considerado um verdadeiro achado, diante dos valores indecentes que Renault e Fiat praticam no Brasil para a dupla formada por Kwid e Mobi, respectivamente. Neste primeiro momento, o lançamento do Bingo é exclusivo para o mercado chinês, mas há planos de exportação para mercados asiáticos e europeus.  

A Wuling faz parte da SGMW Automobile, joint venture que compõe junto com a estatal chinesa SAIC e a própria GM. Por isso, ainda há esperança de que a General Motors possa aplicar a marca Chevrolet no EV e importá-lo um dia, mesmo que a ideia pareça bem distante dos planos da marca momento. 

 Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto. 

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