Europa autorizará uso de carros com combustíveis sintéticos

União Europeia aprovou lei que proíbe carros poluentes a partir de 2035, e Alemanha conseguiu respiro para motores a combustão com combustível sintético

Renan Bandeira
Por
30.03.2023 às 12:18 • Atualizado em 29.05.2024

Os carros poluentes deixarão de ser vendidos na Europa a partir de 2035. A nova regulamentação foi aprovada na última terça-feira (28), pela União Europeia (UE), que busca a neutralidade de carbono até 2050. Mas não colocará um fim nos motores a combustão. 

A lei já havia sido discutida e até aprovada em outubro do ano passado, mas a Alemanha entrou com recurso para que os propulsores térmicos abastecidos com e-Fuel (ou gasolina sintética) também pudessem continuar à venda a partir desse período. Afinal, seu processo produtivo contribui na descarbonização e já existem marcas com sede nos países do bloco econômico desenvolvendo a tecnologia. 

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A UE aprovou a alternativa e a lei recebeu o aceite final, podendo entrar em vigor. Vale lembrar ainda que ela prevê que os carros reduzam a poluição em 55% até 2030 – tendo como referência os níveis de emissões de 2021, e que a partir de 2035 a poluição seja neutralizada.

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O que muda com gasolina sintética 

É difícil pensar que um motor a combustão não vá poluir, e o motor elétrico é a alternativa mais simples para eliminar o gás carbônico na indústria automotiva.  

Mas o componente torna os carros mais pesados, e marcas como Porsche e Ferrari, por exemplo, buscam uma saída em usinas a combustão - que por ser uma aplicação mais simples, pode ser usada com mais facilidade em diferentes carrocerias e propostas. 

É por isso que os e-fuels são tão aventados. Em seu processo produtivo, com eletrólise que divide a água em partículas de hidrogênio e oxigênio, o combustível se torna metanol sintetizado com ajuda do dióxido de carbono capturado do ar, que é justamente o vilão da história.  

Ou seja, não é que a combustão do motor não vá gerar resíduos poluentes com o uso de produtos sintéticos. Isso deve acontecer, sim, mas como o processo de produção retira gás carbônico da atmosfera, toda essa ação se torna neutra. 

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A Porsche ainda pretende usar energia elétrica renovável para efetuar a eletrólise, e por isso usa o “e” antes do “fuel”. Tanto que a marca iniciou seu projeto piloto no Chile para usar energia eólica, como a Mobiauto contou em detalhes neste outro artigo. O problema é construir uma usina de mesmo porte na Europa para tornar a opção viável. 

Outro ponto positivo do processo é que postos de combustíveis poderiam produzir os e-fuel, o que manteria a cadeia produtiva ativa e sem muitas alterações. Além disso, a Porsche promete que motores a combustão poderiam ser abastecidos e funcionar sem receber modificações. 

A marca alemã deve testar o novo combustível em seus carros de competição da Mobil 1 Supercup, justamente em seu mais icônico modelo, o 911. 


Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.

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