Renault Duster, Oroch e até Nissan Kicks usarão câmbio polêmico do Kardian

Transmissões automatizadas não possuem boa fama no Brasil, no entanto, unidade da Renault será banhada a óleo para amenizar problemas
Renan Rodrigues
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01.11.2023 às 11:00 • Atualizado em 12.11.2024
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Transmissões automatizadas não possuem boa fama no Brasil, no entanto, unidade da Renault será banhada a óleo para amenizar problemas

O Renault Kardian foi apresentado globalmente na última semana e ressuscitou uma antiga polêmica: o câmbio automatizado. A Renault fez questão de tratá-lo como câmbio automático, uma caixa chamada pela fabricante de EDC. No entanto, apesar de distante de caixas como I-motion e Dualogic, o câmbio do Kardian é automatizado de dupla embreagem.

Esse tipo também teve sua imagem queimada no Brasil graças ao Powershift, utilizado pela Ford, além da caixa DSG da Volkswagen – menos traumática, mas também com seus crônicos probleas. No entanto, o sistema do Renault Kardian se difere por ser banhado a óleo, o que tende a amenizar problemas e prolongar a vida útil do câmbio.

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No entanto, o Kardian não estará sozinho nessa polêmica. A Mobiauto apurou que o câmbio, que atende pelo código interno DW23 e tem seis marchas, estará nos Renault Duster e Oroch, além da nova geração do Nissan Kicks. Inicialmente, sempre ligado ao motor 1.0 TCe turbo flex de até 125 cv de potência e 22,4 kgfm de torque com etanol.

Essa estratégia não é nova: visa a compartilhar componentes para reduzir os custos de produção, aumentando a margem de lucro de cada um dos produtos envolvidos. E demonstra o estreitamento da aliança Renault-Nissan também no Brasil. Afinal, o motor 1.0 turbo será produzido pela Horse no Paraná e aproveitado pelas duas marcas.

Depois do Kardian, que estreia em março de 2024, o Duster será o segundo produto do grupo a adotar o trem de força 1.0 turbo EDC, na segunda metade do mesmo ano. A novidade chegará no momento em que o SUV receberá a atualização de meia vida para sua atual geração nacional, conforme antecipado pela Mobiauto em abril de 2022.

Já o Nissan Kicks adotará o conjunto no começo de 2025, momento em que ganhará sua segunda geração no Brasil. Além do motor 1.0 turbo com câmbio de dupla embreagem, o SUV da marca japonesa deve adotar o conjunto 1.3 TCe CVT de até 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, também de origem Renault.

Por fim, a Oroch receberia o trem de força atualizado em sua próxima atualização, mas esta transição ainda não estaria aprova. Em todos os casos, o motor 1.0 TCe com câmbio EDC seria uma alternativa ao trem de força 1.6 SCe aspirado flex.

Motor híbrido nacional

O presidente da Renault para a América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, confirmou que o motor 1.3 TCe terá “produção na região”. Como a única fábrica de motores da aliança fica no Brasil…

A notícia confirma uma informação trazida pela Mobiauto no começo de setembro e envolve muito mais camadas do que simplesmente fazer ou não o motor aqui. Isso porque o motor 1.3 TCe nacionalizado será usado pela nova família de compactos-médios da Renault.

A começar pela versão de produção da picape Niagara, que será feita na Argentina e estreará uma família de modelos híbridos flex por aqui. Além disso, o motor 1.3 TCe deve ser usado pela segunda geração do Nissan Kicks em suas versões de topo.

A segunda geração do Nissan Kicks já está em desenvolvimento, inclusive com protótipos tendo sido flagrados em testes no Brasil. A previsão de lançamento por aqui é 2025 e, como já contamos neste outro artigo, o SUV com plataforma CMF-B chegará para conviver com o antecessor e, assim, fazer a produção em Resende (RJ) quadruplicar.

Além do 1.3 turbo, há boas chances dele usar os motores 1.0 turbo flex de cerca de 120 cv, a ser estreado em 2024 pelo Kardian. A informação sobre o uso da família TCe no novo Nissan Kicks já havia sido divulgada pelo Autos Segredos em outubro de 2022. 

Duster muda, Oroch vira Niagara

Renault Oroch ganhará uma sucessora nos próximos anos. A confirmação está no conceito Niagara, revelado pela primeira vez nesta quinta-feira (25), durante a estreia global do SUV Kardian.

A aparição não foi exatamente ao acaso, uma vez que a sucessora ganhará a plataforma modular CMF-B, a mesma que estreia no Brasil com o Kardian. Ainda é cedo para tirar conclusões visuais, mas podemos antecipar algumas coisas.

A primeira é que a versão de produção da Niagara, um nome ainda provisório, será feita na Argentina. Segundo, terá uma irmã com logotipo da Nissan, ambas informações já confirmadas pela Renault. A terceira é que ela antecipa, também, uma nova família de três produtos compactos-médios da marca, ao lado da terceira geração do Duster e do SUV de sete lugares Bigster, estes dois a serem fabricados no Brasil.

Já o Duster, de terceira geração, como contamos, subirá de nível, tornando-se compacto médio, trocando de nome no Brasil e feito para enfrentar o Jeep Compass. Essa era uma possibilidade que vem sendo aventada pela Mobiauto desde julho deste ano.

O atual modelo, conforme contamos em abril de 2022, construído sobre a plataforma B0, será mantido em linha pela Renault em nosso mercado por mais alguns anos. Também já havíamos revelado que seu futuro seria só turbo, com direito a facelift no segundo semestre do ano que vem com uso do motor 1.0 turbo flex do Kardian nas versões de entrada com o câmbio automatizado.

Portanto, teremos nos próximos anos, todos com motores 1.0 turbo ou 1.3 turbo, ambos nacionais e feitos pela Renault, além dos câmbios DCT ou CVT, os Renault Duster (duas gerações), Oroch, Niagara e Nissan Kicks.

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