Porque poeira do freio dos carros pode ser mais danosa que poluição do diesel
Quando se fala em emissão de gases poluentes, os primeiros vilões são os carros movidos a diesel. Porém, pesquisadores da Universidade de Southampton, Reino Unido, descobriram que emissões tóxicas de pastilhas de freio – utilizadas por veículos e combustão e elétricos - podem ser mais prejudiciais à saúde do que escapamentos de veículos a diesel.
Além disso, a pesquisa indicou que o caminho para os carros híbridos e elétricos nesse aspecto não é tão vantajoso.
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"Esta pesquisa tem implicações importantes para a saúde e a política futura porque, à medida que mudamos de carros movidos a diesel e gasolina para veículos elétricos, as emissões de partículas não escapadas permanecerão. As emissões não escapadas podem aumentar com o tempo devido aos veículos elétricos serem mais pesados do que os veículos com motor de combustão e criarem maior atrito." explica o supervisor do projeto, professor Matthew Loxham.
Os EVs são mais pesados, então, mesmo que dependam de frenagem regenerativa e utilizem menos os freios de fricção tradicionais, quando acionam o freio emitem mais poeira por parada.
O estudo publicado na revista Particle and Fibre Toxicology analisou os efeitos do material particulado (MP) – mistura de partículas de carbono com outros compostos orgânicos – emitidos de quatro tipos de pastilhas de freio diferentes – cerâmica metálica baixa, semimetálica, orgânica não amianto-amarela e híbrida.
Foi descoberto que as pastilhas mais tóxicas são as que não contém amianto e as que possuem almofada de cerâmica. Ambas possuem altas concentrações de cobre, que está ligado a doenças pulmonares como câncer e asma, e são bastante inflamatórias, porém são mais baratas, silenciosas e possuem uma baixa taxa de desgaste, o que faz com que sejam as comuns de mercados como dos Estados Unidos.
Vale lembrar que as emissões de freio são regulamentadas apenas nos estados americanos da Califórnia e Washington e a Europa, que pretende até 2026 limitar as emissões de poeira de freio por meio do Euro 7, uma espécie de Proconve europeu.
Por Marcela Cavirro